Banca portuguesa tem o terceiro rácio de malparado mais alto da Zona Euro
Bancos portugueses continuam a reduzir o malparado, mas mantêm-se com o terceiro pior registo na Zona Euro. Por outro lado, são os que têm os rácios de capital mais baixos, segundo o BCE.
O crédito malparado continua a cair na banca portuguesa que, ainda assim, apresenta o terceiro rácio mais elevado na Zona Euro, segundo dados publicados esta quarta-feira pelo Banco Central Europeu.
Portugal atingiu um rácio de NPL (non performing loans) de 5,5% no final do terceiro trimestre de 2020, menos um ponto percentual face a dezembro de 2019. Apenas os bancos da Grécia e do Chipre registavam níveis mais elevados, com rácios de 28,8% e 14,3%, respetivamente.
Os dados surgem numa altura em que se antecipa uma subida do volume de NPL por causa da crise provocada pela pandemia e que os analistas consideram que poderá surgir com mais intensidade após o fim dos regimes de moratórias no crédito.
Portugal tem o 3.º rácio de NPL mais alto
A nível da Zona Euro, o rácio de NPL fixou-se nos 2,8% em setembro do ano passado, apresentando já uma ligeira subida de 0,1 pontos percentuais face ao final de 2019. Com um rácio de NPL de 1,4%, os bancos luxemburgueses são quem apresenta os balanços mais “limpos” na região da moeda única.
Por outro lado, os bancos portugueses tinham os rácios de capitais mais baixos na Europa, ainda que tenha vindo a reforçar-se neste capítulo nos últimos anos. Só “ganha” à banca espanhola neste capítulo, segundo a informação prestada pelo supervisor europeu.
Apenas Espanha tem piores rácios de capital que Portugal
Quanto às moratórias, Portugal tinha no final do terceiro trimestre 46 mil milhões de euros de crédito ao abrigo do regime que permite uma suspensão temporária das prestações dos empréstimos bancários, o correspondente a mais de 20% do total do stock de crédito. É um dos níveis mais elevados da região.
Na Zona Euro, o crédito sob moratória ascendia a 587 mil milhões de euros, menos 223 mil milhões face a junho.
Quanto aos empréstimos realizados às empresas através de esquemas de garantias públicas, que se destinam a apoiar a economia face ao impacto da pandemia, a banca do euro concedeu um total de 289 mil milhões de euros. Em Portugal, os bancos deram 5,8 mil milhões ao abrigo destas linhas.
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