Decreto de Marcelo “permitirá que as escolas possam ter ensino à distância”, diz Rui Rio

O líder do PSD, Rui Rio, defende também que só devem ser vacinados os políticos que "estão em cargos completamente nevrálgicos" no combate à pandemia. "Não faz sentido nenhum vacinar à AR toda", diz.

O líder do PSD, depois da audição com o Presidente da República, confirmou que o decreto presidencial vai incluir a possibilidade ensino à distância. “O Decreto permitirá que as escolas possam ter ensino à distância”, disse, em declarações transmitidas pelas televisões.

O social-democrata disse que “não vale a pena continuar a fingir” que o Governo “apenas empurrou o ano letivo 15 dias para a frente”, já que “todos nós percebemos que as escolas terão de permanecer fechadas mais tempo”. Nesse sentido, Rui Rio confirmou que o decreto presidencial, que regulará o novo estado de emergência e que deverá ser conhecido esta quarta-feira, “permitirá que as escolas possam ter ensino à distância”.

Ao mesmo tempo, o líder do PSD criticou o Executivo por ter proibido que as escolas continuam-se as aulas com ensino à distância. “Não faz qualquer sentido se há escolas preparadas para isso, privadas e públicas, prejudicar esses porque algumas escolas não o fizeram ou o Ministério não tratou”, apontou.

Além disso, Rui Rio apontou o dedo ao Governo devido à falta de profissionais de saúde no combate à pandemia, referindo que sugeriu ao Presidente da república que sejam “acionados mecanismos para pedir a colaboração de médicos e enfermeiros reformados“. “Obviamente uma pessoa que esteja reforma e que já esteja com 90 anos ou 90 e muitos anos provavelmente não esta em condições, mas se tiver 60 e muitos, 70 anos está em condições de ajudar o pais”, defendeu.

Quanto à vacinação dos titulares de órgãos políticos, Rui Rio disse ainda que discorda “da demagogia de não vacinar político nenhum”, mas considera que “não faz sentido vacinar a Assembleia da República toda”. Rui Rio defende que devem ser vacinados os políticos que “estão em cargos completamente nevrálgicos” no combate à pandemia. Questionado sobre se aceitaria receber a vacina, o líder do PSD diz que não se considera um “caso nevrálgico”, mas admite receber a vacina caso exista “consenso nacional”.

PS diz que Portugal está “em período essencial de confinamento”

À esquerda, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, disse que “manifestou o seu apoio” ao Presidente da República para que seja renovado o estado de emergência, avisando que as próximas semanas serão de elevada pressão nos sistemas de saúde. “Temos aqui um período essencial de confinamento para que daqui a duas a três semanas avaliarmos se estamos ou não a conseguir achatar” a evolução da pandemia, apontou.

Questionado pelos jornalistas sobre se as escolas poderão abrir depois do Carnaval, José Luís Carneiro avisa que “ainda é muito cedo” para antecipar cenários. Quanto ao atraso do Governo na aquisição de computadores para o ensino à distância, o socialista diz que “nenhum outro país europeu tinha respostas preparadas para um problema desta natureza” e que a procura não é só nacional, mas também “internacional, o que dificulta as entregas”.

Portugal dificilmente “terá condições para reabrir normalmente as escolas”, após a pausa letiva

Após a audição com o Presidente da República, Catarina Martins assumiu que após a pausa letiva, “dificilmente o país terá condições para reabrir normalmente as escolas” já que “continuará numa situação muito complicada”, disse, em declarações transmitidas pelas televisões. Assim, o BE apelou ao Governo que se prepare para o ensino à distância, num regime misto, defendendo que terminada a suspensão de aulas, prevista para 5 de fevereiro, o Executivo deve “criar condições” para que, pelo menos as crianças que estão nas “creches, pré-escolar e 1ª ciclo” possam retomar o ensino presencial. Para esta “reabertura em segurança”, o BE sugere que sejam feitos “rastreios ao pessoal docente e não docente”.

Além disso, os bloquistas defendem ainda o alargamento do apoio para os 100%, ao invés dos atuais 66%. “Entretanto não podemos ter os pais ou as mães em casa simplesmente com dois terços do seu salário. O lay-off ja é pago a 100%. O apoio aos pais que ficam em casa também deve ser pago a 100%“, apontou. Além disso, o BE diz que são precisas políticas a longo-prazo, pedindo, por isso, o reforço do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente através da “capacidade de reter e contratar profissionais”, apontou. Além disso, o BE pede que os subsídios de desemprego que terminaram em dezembro sejam renovados automaticamente. “Esta é uma lacuna grave e que deve ser resolvida o quanto antes”, aponta.

PCP diz que é preciso acelerar vacinação contra a Covid-19

À semelhança do BE, o PCP centrou as suas preocupações nos apoios sociais e no reforço do SNS. “Impõe-se o apoio à proteção social e salvaguarda das remunerações a 100% para os trabalhadores, dos direitos daqueles que em situação de teletrabalho incluindo de assistência à família. Impõe-se responder ao futuro de milhares de pequenas empresas a par de uma decisiva aposta no investimento público capaz de contribuir para a dinamização económica”, assinalou Jerónimo de Sousa. Ao mesmo tempo, o secretário-geral do PCP diz que é necessário “acelerar o processo de vacinação” contra a Covid-19 “a toda a população, recorrendo se necessário à diversificação da sua aquisição”, sublinhou.

Esta foi a segunda ronda de audições feita pelo Presidente da República aos partidos com assento parlamentar para avaliar a renovação do estado de emergência, que termina a 30 de janeiro. Na audição de terça-feira, ficou claro que o novo decreto será muito semelhante ao atual, contudo, segundo o PEV, o Chefe de Estado assumiu que o novo documento poderá abrir a porta ao fecho de fronteiras “caso isso seja necessário”, bem como à possibilidade de venda de livros nos hipermercados. Além disso, Marcelo quer dar cobertura legal para que o ensino à distância seja permitido no setor público, privado e cooperativo.

(Notícia atualizada)

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