Aliviar as restrições só com menos de 270 internados nos cuidados intensivos, diz João Gouveia

3.000 casos diários, 270 internados em UCI e RT de 0,7, são estes os indicadores dados por João Gouveia para o alívio de restrições. Transferência de doentes para o estrangeiro não deverá acontecer.

Portugal poderá a aproximar-se do regresso à normalidade e aliviar as restrições quando houver menos de 270 internados nos cuidados intensivos, disse João Gouveia, presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para Covid-19, durante a conferência de imprensa no Hospital da Luz, com a equipa médica alemã.

Questionado quanto ao alívio das medidas, João Gouveia indicou que poderiam acontecer quando existir “menos de 3.000 casos diários às quartas e quintas durante três semanas seguidas, o RT ficar abaixo de 0,7 e menos de 270 internados nos cuidados intensivos“. Adicionalmente, será necessário ter os blocos operatórios e os recobros desocupados.

“Todo e qualquer regresso à normalidade só pode ser feito quando tivermos uma garantia de que a situação epidemiológica esta controlada”, acrescentou.

Quanto à situação atual, João Gouveia notou que a capacidade no Serviço Nacional de Saúde está “muito perto do total da expansão da medicina intensiva”, estando os hospitais a acrescentar camas todos os dias. “A capacidade ainda existe, mas é diminuta, não só de camas mas de recursos humanos”, notou, referindo-se à escassez de intensivista e de enfermeiros.

Considera-se agora mais otimista, face aos últimos números, mas ainda assim avisou: “Não nos podemos deslumbrar. Temos de aprender com os erros”.

Transferência de doentes para o estrangeiro não deverá ocorrer

Apesar de dizer que, para se aliviar as restrições, teremos de ter menos de 270 doentes em cuidados intensivos, João Gouveia pensa que não será necessário transferir doentes para o estrangeiro. “Estou convencido que não vamos precisar de enviar doentes para o estrangeiro”, disse.

O coordenador da resposta intensiva explicou que Portugal teve de “planear o pior e esperar o melhor”, mas que as várias propostas recebidas, por países como Áustria ou Espanha, “não são a solução, são uma ajuda de último recurso”.

Relativamente ao período de tempo em que Portugal precisará de ajuda externa, o intensivista aponta para “meados de abril” pois a diminuição de casos diários não se repercute logo nos internamentos, muito menos nos cuidados intensivos.

O coordenador da equipa de médicos alemães que está a operar no Hospital da Luz, Jens-Peter Evers, disse já ter informado o governo alemão de que “pode ser necessário gerir esta unidade durante mais de três semanas”, que era o período previsto. Assim, considera necessário “ficar o maior período de tempo possível”.

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