Bitcoin gasta 2,5 vezes mais eletricidade do que Portugal num ano

A eletricidade que a bitcoin consome num ano daria para abastecer Portugal duas vezes, e ainda sobrava. Mineração da moeda virtual também gasta mais eletricidade do que a Argentina.

Investigadores da Universidade de Cambridge concluíram que a bitcoin gasta mais eletricidade anualmente do que a Argentina, ou mesmo Portugal.

A mineração da criptomoeda, que envolve a resolução de equações matemáticas por milhões de computadores em simultâneo, consome 121,36 TWh de eletricidade por ano, que é também quase 2,5 vezes mais do que o consumo anual de eletricidade de Portugal, segundo cálculos do ECO com base em dados da REN.

O crescimento da popularidade da bitcoin tem gerado um aumento do escrutínio sobre a criptomoeda mais valiosa do mundo. Já se sabia que a mineração da moeda virtual era uma atividade de elevado consumo energético, mas os novos dados prometem espoletar uma nova vaga de preocupação sobre o impacto climático da bitcoin, numa altura em que o mundo corre contra uma emergência climática.

A bitcoin atingiu um novo máximo histórico acima dos 48 mil dólares a unidade esta semana, depois de a fabricante de carros elétricos Tesla ter anunciado um investimento de 1,5 mil milhões de dólares na bitcoin. A marca anunciou ainda estar a preparar-se para aceitar pagamentos em bitcoin pelos seus produtos.

Ora, segundo a análise da Universidade de Cambridge, citada pela BBC, se a bitcoin fosse um país, consumiria mais eletricidade num ano do que a Argentina e estaria entre as 30 nações mais consumidoras em todo o mundo. Além disso, com base no valor avançado para o consumo anual de energia pela criptomoeda, é também possível, considerando o consumo anual de eletricidade de 48,8 TWh em Portugal em 2020, concluir que a moeda gasta quase 2,5 vezes o que o país gasta num ano.

A bitcoin é uma moeda descentralizada. Para funcionar, milhões de computadores espalhados por todo o mundo participam numa espécie de “competição” para resolver equações matemáticas que dão direito à inscrição das transações num registo público chamado blockchain.

Essa mega operação é tanto mais poluente quanto mais poluente for o tipo de eletricidade que consome — por exemplo, se deriva de fontes sustentáveis ou da queima de combustíveis fósseis. Esta última forma de geração de energia emite mais gases com efeito de estufa, nomeadamente dióxido de carbono, que é um dos grandes responsáveis pelas alterações climáticas, nomeadamente o aquecimento global.

(Notícia corrigida às 15h27 – onde se lia “energia”, deve ler-se “eletricidade”)

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