Altice Portugal avança com rescisões voluntárias e pré-reformas

Altice Portugal recuperou o "Programa Pessoa" lançado em 2019 e vai voltar a procurar rescisões voluntárias e pré-reformas, de acordo com um email obtido pelo ECO. Podem sair até 2.000 trabalhadores.

A Altice Portugal vai avançar com uma segunda fase do chamado “Programa Pessoa”, que levará a rescisões voluntárias com trabalhadores e uma modalidade de pré-reforma para funcionários com 55 ou mais anos de idade. A empresa que controla a Meo deu até ao dia 15 de março para que os trabalhadores possam demonstrar o seu interesse. E quais são as condições? 80% do vencimento-base e diuturnidades, acrescidos de 40% de outras rubricas remuneratórias, caso existam (Isenção de Horário de Trabalho e Complemento de Responsabilidade). E os colaboradores que aderirem a esta modalidade têm garantida a manutenção dos Plano de Saúde e os benefícios de comunicações aplicáveis a cada momento a esta população.

O ECO sabe que a informação foi comunicada aos trabalhadores esta terça-feira. Num email assinado pelo Chief Corporate Officer, João Zúquete da Silva explica que a decisão surge “no seio de um contexto extremamente desafiante” e visa “tornar a empresa mais ágil, mais eficiente e mais adaptada para fazer face a realidades cada vez mais complexas e difíceis”.

Ao abrigo deste “plano organizacional integrado”, a Altice Portugal propõe a pré-reforma para “colaboradores com 55 anos ou mais”. “Posteriormente”, lançará uma outra modalidade que permite a qualquer trabalhador manifestar o seu interesse numa rescisão negociada ou rescisão por mútuo acordo, não se prevendo aqui um “limite de idade”, lê-se na comunicação interna, a que o ECO teve acesso.

“Os colaboradores podem manifestar o seu interesse até ao dia 15 de março de 2021, reservando-se a empresa o direito de analisar caso a caso, sendo a manifestação de interesse analisada pela empresa e só se efetivando a saída após confirmação formal”, frisa ainda o gestor. Este plano poderá englobar “até cerca de dois mil colaboradores, de um total de perto de oito mil diretos e quase 20 mil indiretos”, adiantou o responsável em entrevista ao Diário de Notícias (acesso livre).

A primeira versão deste programa foi anunciada em janeiro de 2019. Na altura, como noticiou o ECO, a empresa propôs também duas modalidades: trabalhadores com idade entre 50 e 55 anos puderam candidatar-se à suspensão do contrato de trabalho, ficando a receber a totalidade do vencimento base e metade das remunerações variáveis até à reforma; já os trabalhadores com mais de 55 anos de idade puderam candidatar-se à pré-reforma, com a empresa a pagar 80% do valor correspondente à prestação da suspensão do contrato de trabalho até à reforma.

Chamando-lhe uma “segunda fase” do mesmo plano, a empresa assegura que o mesmo não foi pensado “de qualquer maneira” nem será executado “de qualquer forma”. Porém, com o país e o mundo a atravessar “um dos piores contextos de que há memória”, João Zúquete da Silva sublinha também que o setor das telecomunicações está a ser “pressionado por um ambiente regulatório conturbado e hostil com consequências imprevisíveis”. Por isso, torna-se “imperativo dar mais um passo na transformação” da empresa, “com vista à sua sustentabilidade”.

(Notícia atualizada às 8h21 de 4 de março com número de trabalhadores que podem ser abrangidos)

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