Pedro Pinto Coelho demite-se do BNI Europa

CEO do BNI Europa renunciou ao cargo no final do mês passado, numa altura em que a instituição acabou de receber injeção de quatro milhões da parte dos acionistas angolanos e está à venda.

Pedro Pinto Coelho apresentou a renúncia ao cargo de presidente do conselho de administração e da comissão executiva do BNI Europa, de capitais angolanos, numa altura em que o banco continua à procura de compradores após falhar a venda a um grupo chinês no ano passado.

Desde 2015 que Pinto Coelho era responsável pela gestão do banco detido pelos angolanos do BNI, do ex-vice-governador do Banco de Angola Mário Palhares, tendo renunciado ao cargo no final do mês passado. A decisão já foi transmitida internamente. Na rede social Linkedin, Pedro Pinto Coelho anunciou que se juntou à Duff and Phelps, da Kroll, como consultor sénior.

Esta quarta-feira, o banco confirmou a saída de Pinto Coelho. “Considerando o fim do prazo previsto para o mandato dos titulares dos órgãos sociais do banco, foi decidido promover o processo de aprovação pelo Banco de Portugal dos novos membros dos órgãos sociais”, disse fonte oficial da instituição.

A mesma fonte acrescentou que as funções de Pinto Coelho serão asseguradas interinamente até à nomeação dos novos órgãos sociais.

O BNI Europa atravessa um momento sensível. O falhanço na venda ao grupo chinês KWG em abril do ano passado obrigou o banco dar um passo atrás na sua estratégia, com o redimensionamento à nova realidade a implicar a saída de meia centena de trabalhadores em 2020, quase metade dos quadros do banco.

Como o ECO escreveu na semana passada, o BNI Europa recebeu um aumento de capital de quatro milhões de euros no mês passado, numa operação serviu para reforçar os rácios de capital do banco, de acordo com as exigências regulamentares.

As contas de 2020 ainda não se encontravam encerradas, disse fonte oficial do banco na semana passada. Até setembro, o BNI Europa contabilizava prejuízos na ordem dos oito milhões de euros, com os resultados a serem impactados pelo registo de imparidades num contexto de pandemia. As demonstrações financeiras do terceiro trimestre davam conta de imparidades para ativos financeiros na ordem dos 4,6 milhões de euros, um aumento de mais de três milhões face a março.

A instituição esteve perto de ser vendida ao grupo KWG, mas os chineses deixaram cair o negócio em abril de 2020 por causa da pandemia e das condições adversas do mercado causadas pela crise sanitária. O processo de venda voltou a ser relançado no final do ano passado e o banco está agora à espera de propostas.

“O processo de alienação do banco encontra-se em curso, estando a ser alvo de análise por parte de investidores interessados”, adiantou o BNI Europa em declarações ao ECO

Com a saída de Pinto Coelho, a administração do banco passa a contar com dois elementos: António Rola Costa e e Nuno Martins.

(Notícia atualizada às 15h40 do dia 10 de março para acrescentar resposta do banco)

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