PIB português com quinta maior queda homóloga da Zona Euro no quarto trimestre

A economia portuguesa cresceu ligeiramente face ao terceiro trimestre, mas não escapou a ter uma das quedas homólogas mais expressivas da Zona Euro, de acordo com os dados do Eurostat.

A economia portuguesa cresceu 0,2% no quarto trimestre em cadeia (face ao terceiro trimestre), mas caiu 6,1% em termos homólogos (face ao quarto trimestre de 2019). Esta queda homóloga foi a quinta maior da Zona Euro, de acordo com os dados do Eurostat divulgados esta terça-feira, apenas superada pelas contrações registadas por Malta (-6,2%), Grécia (-7,9%), Espanha (-9,1%) e Itália (-6,6%).

Na comparação homóloga, o desempenho do PIB português foi inferior ao da Zona Euro e da União Europeia, cujas quebras foram de 4,9% e 4,6%, respetivamente. Fora da Zona Euro, apenas a Croácia (-7,1%) registou uma queda superior à de Portugal no final do ano passado.

Contudo, na comparação trimestral, Portugal fica a meio da tabela da UE, melhor do que as quebras de 0,7% e 0,6% registados pela média. O desempenho da economia portuguesa foi igual ao da Eslováquia e semelhante ao da Alemanha (0,3%). Nos extremos estão a Irlanda, com uma queda do PIB em cadeia de 5,1%, e a Roménia, com um crescimento do PIB de 4,8% em cadeia.

No conjunto da UE, a explicação para a contração da economia no quarto trimestre está na queda do consumo privado (-2,8%), o qual é explicado pela maior restrição aplicada em vários países europeus para controlar a pandemia. Já o investimento continuou a crescer assim como as exportações, recuperando pelo segundo trimestre consecutivo.

No conjunto do ano, o PIB português encolheu 7,6%, uma queda histórica em democracia, ao passo que o PIB da União Europeia e o da Zona Euro contraíram 6,6% e 6,2%, respetivamente, o que também é a maior queda de sempre do bloco europeu. Este desempenho da economia é explicado pela pandemia e pelas medidas restritivas que esta obrigou a tomar.

Os números do Eurostat também mostram como a economia norte-americana já recuperou mais do que a economia europeia. Segundo o gabinete de estatísticas europeu, a UE fechou 2020 com um PIB 4,6% abaixo do nível do final de 2019, o que representa um mínimo de quase quatro anos (primeiro trimestre de 2017). Já nos EUA o PIB estava 2,4% abaixo do nível pré-pandemia, o que representa um mínimo do terceiro trimestre de 2018.

Portugal com maior crescimento do emprego no quarto trimestre

Face ao terceiro trimestre, Portugal foi o país europeu onde o emprego mais cresceu no quarto trimestre. A subida de 1,9% foi igualada apenas pela Estónia e fica significativamente acima do crescimento de 0,3% e 0,4% registado na Zona Euro e na União Europeia, respetivamente.

Apesar de o mercado de trabalho europeu ter aguentado melhor o impacto da pandemia (face aos EUA) por causa de medidas como o lay-off, os dados do Eurostat mostram que há menos 3,1 milhões de pessoas empregadas na Zona Euro face ao quarto trimestre de 2019, num universo de 157,9 milhões de pessoas empregadas.

(Notícia atualizada às 10h33 com mais informação)

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