Incêndio destrói parte de data center OVH e expõe duas seguradoras
Sinistro deixou milhões de páginas web sem acessibilidade requer várias peritagens e longa resolução. Uma seguradora tem a cobertura de danos materiais e outra o seguro de responsabilidade civil.
Um incêndio que destruiu parte do centro de dados da OVH cloud, na zona de Estrasburgo, causou prejuízos de grande amplitude na rede de internet em França. O fogo varreu por completo um dos quatro data centers que a especialista de serviços na cloud tem na cidade francesa, deixando sem acessibilidade cerca de 3,5 milhões de websites, segundo dados da Netcraft citados no site de informação especializada l’Argus de l’assurance.
O desfecho relativamente à cobertura dos prejuízos caberá à peritagem a cargo das seguradoras. De acordo com a mesma fonte, duas seguradoras estão expostas ao incidente, uma através de contrato de RC (Responsabilidade Civil) e outra na cobertura dos danos materiais causados do fogo.
Nesta fase, de acordo com o site francês de seguros, a Axa está a segurar a OVH ao abrigo de um contrato de danos materiais, sendo suscetível de compensar a OVH pelos prejuízos sofridos em resultado do incêndio, incluindo a reconstrução das instalações. Dado que a Axa não intervirá em relação a quaisquer pedidos de indemnização apresentados pelos clientes da empresa por perda de dados ou perdas de exploração – riscos no âmbito da responsabilidade civil -, remetem para a intervenção de outra seguradora que, segundo a mesma fonte, será a Chubb.
O sinistro declarado na noite de 10 de março e combatido pelos bombeiros até à manhã do dia seguinte, destruiu a unidade SBG2, uma das quatro que existem no edifício, danificando parcialmente o SBG1. O fogo destruiu quatro salas equipadas com um total de 12 servidores, informou a OVHcloud através de nota publicada no seu Twitter, a qual explica que os outros servidores (SBG3 e SBG4) não chegaram a ser atingidos pelo fogo, mas foram preventiva e temporariamente desligados.
Citado pelo Argus, um especialista da Inquest (grupo Stelliant) explicou que, num primeiro passo, será necessário assegurar a segurança da estrutura do edifício. Depois, após recolha de informações no local do sinistro, deverá ser nomeado um perito em RCCI (Research in to Causes and Circumstances) para determinar as causas do incidente, verificando normas regulamentares de prevenção e segurança contra incêndio e “identificar possíveis responsabilidades de terceiros”.
No longo processo de resolução do sinistro, envolvendo outros peritos, por exemplo do ramo imobiliário e especialista em equipamento de TI para avaliarem a extensão dos danos causados e possibilidade de reparação, além de outro perito financeiro para estimar as perdas de exploração.
Afirmando que as instalações sinistradas não são objeto de classificação Seveso (edifícios que, pela sua estrutura ou uso industrial, são consideradas perigosos à luz de uma Diretiva UE), a companhia que é líder em França no mercado de alojamento de sites de internet adiantou que as causas do fogo eram ainda desconhecidas e que as autoridades já tinham iniciado investigação ao incidente.
A OVH foi fundada em 1999 pelo empresário Octave Klaba. Em duas décadas tornou-se uma das gigantes europeias no alojamento de servidores e da cloud, com volume de negócios a rondar 600 milhões de euros em 2019, servindo 1,6 milhões de clientes. Com 32 data centers distribuídos por vários países, as infraestruturas da empresa representam 400 mil servidores e alojamento para mais de 18 milhões de sites.
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