BRANDS' TRABALHO Um mindset flexível

  • PESSOAS + EY
  • 22 Março 2021

A flexibilidade é um hot topic associado às novas formas de trabalhar. Estará a ser potenciada nas organizações? Beatriz Marques, Senior Consultant EY, People Advisory Services, responde.

O contexto que vivemos tem-nos colocado à prova constantemente, deixando marcas significativas. Os desafios de ontem já não são os desafios de hoje e muito menos os de amanhã.

Nenhum de nós escapou a experienciar o mundo VUCA (sigla em inglês para Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity). E, na verdade, face a este contexto de caos, descobrimos até que o próprio mundo VUCA se tornou desatualizado.

Surge assim uma nova forma de ver o mundo, através do acrónimo BANI (B:rittle, A:nxious, N:on-linear and I:ncomprehensiblel).O que costumava ser volátil, deixou de ser completamente confiável e é cada vez mais frágil; já não sentimos a incerteza mas sim a ansiedade; o que antigamente era complexo passou a ser não linear; e aquilo que víamos como ambíguo, agora vemos como incompreensível.

As primeiras questões que me surgem são: qual é o impacto que isto provoca nos colaboradores e na dinâmica das organizações? Como podemos lidar agilmente com estas mudanças de paradigma?

"Sabemos que colaboradores flexíveis são capazes de lidar simultaneamente com vários desafios sem perder o foco ou a energia, estão confortáveis perante ambiguidades, são ágeis na transformação e maleáveis nas suas ideias, procurando alcançar a melhoria continua.”

Beatriz Marques

Senior Consultant EY, People Advisory Services

Cada vez mais acredito que a resposta passa por uma palavra mágica: a flexibilidade. Que se traduz na capacidade de, constantemente, nos adaptarmos a qualquer circunstância mantendo uma postura positiva e colaborativa.

O contexto atual, acentuou esta necessidade e a flexibilidade passa a ser um must have nas organizações. Foi colocada no TOP 10 das competências de futuro, pelo World Economic Forum, destacando ainda que 50% dos colaboradores terão que fazer reskill para colocar em prática competências como esta.

Beatriz Marques explica como poderá garantir que desenvolve um mindset flexível e o coloca em prática no dia-a-dia na sua organização.Getty Images

Porque será necessário fazer o reskill desta competência? Não é algo que seja totalmente novo nas organizações…. Se refletirmos bem, chegámos à conclusão de que a flexibilidade é muito mais do que uma competência e, talvez essa seja talvez a maior dificuldade. Na minha opinião, trata-se de algo muito mais abrangente, como um tipo de mindset.

Sabemos que colaboradores flexíveis são capazes de lidar simultaneamente com vários desafios sem perder o foco ou a energia, estão confortáveis perante ambiguidades, são ágeis na transformação e maleáveis nas suas ideias, procurando alcançar a melhoria continua.

"No fundo, um mindset flexível dar-lhe-á o poder de abraçar o crescimento, a mudança e todas as possibilidades.”

Beatriz Marques

Senior Consultant EY, People Advisory Services

Portanto, perante qualquer adversidade, é este mindset flexível que os permite reagir eficazmente às circunstâncias, fazendo uma adequada gestão da mudança, focada na forma como podem continuar a acrescentar valor à organização e garantir o seu desenvolvimento. E, pelo que temos sentido do mercado, é isto que as organizações cada vez mais procuram.

Como poderá garantir que desenvolve este mindset flexível e o coloca em prática no dia-a-dia?

  1. Aceitar o desconhecido e a mudança. Vivemos de facto num mundo em constante alteração, portanto, temos de aceitar o desconhecido, encará-lo como uma oportunidade de experimentar algo novo e sair fora da caixa. Quando foi a última vez que o fez?
  2. Não ter medo de errar. O medo de errar é algo que não preocupa pessoas com um mindset flexível, pois, reconhecem que perante o erro, existe sempre uma margem de aprendizagem associada que irá compensar e trazer valor acrescentado.
  3. Demonstrar uma “can do attitude”. A flexibilidade envolve encarar todos os desafios com uma postura confiante e persistente, antecipando possíveis cenários e soluções, agindo como problem solver até atingir o objetivo desejado.
  4. Envolver o outro. É fundamental manter uma postura positiva e open mind, não só perante os diversos contextos, mas, também perante os outros. A flexibilidade contribui para aumentar a empatia perante os outros, permitindo assim a abertura a novas perspetivas, experiências e ideias.
  5. Motivação por novos desafios. Um verdadeiro mindset flexível passa por uma procura constante de novos desafios, colocando a pessoa sair da sua zona de conforto. É nestes momentos que a aprendizagem é mais significativa e impacta a jornada do colaborador.

No fundo, um mindset flexível dar-lhe-á o poder de abraçar o crescimento, a mudança e todas as possibilidades.

Com o tempo e o foco certo na mudança de mindset e comportamentos correspondentes, poderá alcançar o sucesso e fazer a diferença!

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