Bruxelas tem dois mil milhões para combater pobreza energética. Portugal é um dos alvos

  • Capital Verde
  • 30 Março 2021

Apesar de ter sido iniciado em setembro de 2020, o projeto europeu Powerpoor só vai começar as suas primeiras iniciativas em Portugal em abril de 2021.

A União Europeia quer tirar mais de 22 mil famílias da pobreza energética na Europa até 2023 e para isso lançou o projeto Powerpoor, uma iniciativa financiada pelo programa de Investigação e Desenvolvimento Horizonte 2020 com uma verba de quase dois milhões de euros.

Além de Portugal, o projeto Powerpoor vai desenvolver programas de mitigação da pobreza energética em mais sete países europeus que, juntamente com Portugal, são dos mais afetados a nível europeu, nomeadamente, Bulgária, Croácia, Estónia, Grécia, Hungria, Letónia, e Espanha.

Este valor vai ser investido no desenvolvimento de programas e modelos de apoio a cidadãos que tenham “poucas ou nenhumas condições de acesso à energia e incentivar o uso de modelos de financiamento alternativos”, tais como comunidades locais de energia, crowdfunding, crowdlending, entre outros.

Por cá, o projeto Powerpoor vai ser coordenado pela cooperativa de energia renovável Coopérnico – Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável, através da criação de uma rede de Apoiantes de Energia e Mentores de Comunidades de Energia, mas também da organização de webinars e workshops focados na pobreza energética e nas medidas para amenizar o problema.

Apesar de ter arrancado em setembro de 2020, o Powerpoor só vai começar agora as suas primeiras iniciativas em Portugal em abril de 2021. O arranque vai acontecer quando a cooperativa Coopérnico começar a formar os primeiros Apoiantes de Energia para que se possam identificar, contactar, envolver e ajudar as primeiras famílias em pobreza energética.

“Estamos muito orgulhosos por fazer parte deste projeto. Há muito tempo que reconhecemos que o problema existe em Portugal, assim como o desconhecimento sobre esta temática combinada com uma elevada iliteracia energética na população portuguesa. Ao desenvolver o Powerpoor em Portugal pretendemos não só chamar atenção para o problema, como também formar pessoas capazes de combater o problema e ajudar o seu concidadão, o seu vizinho, o seu familiar ou o seu amigo a mitigar, aliviar ou combater a pobreza energética nas suas casas, nos seus bairros ou nas próprias comunidades locais”, afirmou, em comunicado, Nuno Brito Jorge, presidente da direção da Coopérnico.

O projeto europeu Powerpoor tem como missão implementar intervenções de eficiência energética em pequena escala e a opção por fontes de energia renováveis, com vista a aumentar a participação dos cidadãos.

Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, referente a 2019, a pobreza energética afeta quase dois milhões de pessoas em Portugal, ou seja, cerca de 19% da população portuguesa não tem acesso ou tem acesso deficitário a serviços de energia elétrica.

Segundo o Eurostat estima-se que o cenário seja pior: 27% dos agregados familiares portugueses vivem em pobreza energética. Portugal surge em 5.º lugar da lista de países com maior fatia da população em situação de pobreza energética, logo a seguir a Chipre (22%), Grécia (23%), Lituânia (28%) e Bulgária (34%).

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