Hungria bloqueia transação entre Aegon e VIG
A transação planeada entre Aegon e VIG ascende a 830 milhões de euros e engloba 15 companhias da seguradora holandesa em quatro países, um dos quais a Hungria, que decidiu travar o negócio.
O acordo de compra venda foi assinado em novembro de 2020, abrindo-se a perspetiva de levar a seguradora austríaca à liderança do mercado húngaro. “O mais surpreendente” é que, quando tudo corria bem no processo para a obtenção do visto regulatório pelas autoridades de Budapeste, a VIG foi informada de que a operação seria chumbada.
A compra dos negócios da Aegon, na Europa central e oriental (CEE) enfrenta agora um revés por ter sido “temporariamente bloqueada pela Hungria”, revela um comunicado do Vienna Insurance Group (VIG).
Os negócios que a companhia austríaca acordou adquirir à congénere holandesa, por cerca de 830 milhões de euros, envolvem as operações da Aegon em quatro países da região CEE (Hungria, Polónia, Roménia e Turquia), num total de 15 empresas. Do conjunto, a parte húngara (seguros, pensões, gestão de ativos e serviços) representa uma fatia importante da transação.
Segundo a VIG, quando tudo parecia correr bem com o dossiê de aprovação regulamentar do negócio, aconteceu o inesperado. A 6 de abril, a empresa foi notificada pelo ministério húngaro da Administração Interna de que a venda das empresas da Aegon na Hungria “a um investidor estrangeiro” seria impedida.
Ato contínuo, Elisabeth Stadler CEO da VIG, reagiu através de carta dirigida ao Governo húngaro, afirmando que, ao fim de 25 anos de atividade no mercado húngaro, a seguradora austríaca “sente-se em casa”. Em todos os países onde está presente, o grupo é reconhecido “como parceiro credível” e tem estratégia de longo prazo. “Isto é particularmente verdade no caso da Hungria”, um país que a seguradora trata como (seu) mercado doméstico e onde “não nos vemos, nós próprios, como investidor estrangeiro”, explicou.
Manifestando surpresa com o anúncio das autoridades locais, Stadler argumentou ainda: “A nossa ligação com a Hungria cresceu com o tempo, caracterizando-se pelo respeito mútuo. Durante um quarto de século, temos investido com sucesso na economia húngara”, escreveu a CEO da VIG, sublinhando que a companhia tem dado uma “valiosa contribuição para a economia húngara.” Após reafirmar compromisso e estratégia da seguradora austríaca no mercado húngaro, o comunicado termina reafirmando que o negócio com a Aegon tem conclusão “prevista para a segunda metade de 2021”.
Corroborando a ideia de que a posição do ministério do Interior constitui contradição face ao curso de conversas “construtivas” que a VIG tem tido, até à data, com o ministro das Finanças da Hungria, a Aegon emitiu uma nota afirmando, por seu lado, que a obstrução é momentânea e que continuará a trabalhar com a VIG para a concretização da transação.
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