Finanças não anunciaram mas também enviaram auditoria do Novo Banco à PGR
Há duas semanas, o Ministério das Finanças anunciou ter enviado a auditoria da Deloitte ao Novo Banco ao Parlamento e Tribunal de Contas. Também a Procuradoria-Geral da República recebeu o relatório.
O relatório da auditoria especial da Deloitte ao Novo Banco foi enviado à Assembleia da República, ao Tribunal de Contas e também, não disse o Ministério das Finanças há duas semanas, à Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Confirma-se a receção na Procuradoria-Geral da República do relatório da auditoria em referência”, adiantou fonte oficial da PGR numa declaração escrita enviada ao ECO.
De acordo com a mesma fonte, o relatório “será alvo de análise e sequência” no âmbito das competências do Departamento Central de Contencioso do Estado e Interesses Coletivos e Difusos (DCCEICD) e do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Isto é, o Ministério Público vai analisar o relatório na defesa dos interesses financeiros do Estado e também no apuramento de eventuais implicações em matéria criminal.
No dia 1 de abril, o Ministério das Finanças anunciou ter enviado o documento ao Parlamento, assim como à comissão de inquérito ao Novo Banco que está em curso, e também ao Tribunal de Contas, “atendendo ao seu conteúdo e à sua eventual relevância para a auditoria em curso”. Mas não fez qualquer referência à PGR, isto apesar de ter enviado (e anunciado o seu envio) o primeiro relatório da auditoria especial da Deloitte, concluído em setembro do ano passado, “considerando as competências constitucionais e legais do Ministério Público”. O ECO contactou as Finanças por mais do que uma vez mas não obteve resposta.
No mesmo dia, o Banco de Portugal referiu que partilhou o relatório ao Banco Central Europeu (BCE) e com os outros dois reguladores financeiros: a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Autoridade dos Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
Entre outros pontos, a Deloitte referiu na auditoria que o Novo Banco (ao abrigo da lei 15/2019 e na sequência da injeção de 1.035 milhões do Fundo de Resolução no ano passado) vendeu carteiras de malparado e de ativos imobiliários ao melhor preço, mas não tinha regras para analisar contrapartes e conflitos de interesse, a qual só veio a criar em junho do ano passado, já depois de ter realizado transações de grandes portefólios.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Finanças não anunciaram mas também enviaram auditoria do Novo Banco à PGR
{{ noCommentsLabel }}