Superliga chega à política e resposta é rotundo “não”

A Superliga Europeia não ficou na "bolha" desportiva. A criação desta nova competição chegou a todos os espectros da sociedade, incluindo a política. Há um coro de críticas.

O futebol europeu vive em grande tumulto com o anúncio oficial da Superliga Europeia, uma prova fechada a 20 equipas, 15 clubes fundadores mais cinco a serem convidados a cada temporada em função do seu desempenho desportivo.

A nova competição liderada pelo Real Madrid tem uma forte oposição por parte das maiores instâncias do futebol europeu e mundial, desde a UEFA, passando pela FIFA, até às Ligas nacionais. No entanto, este tema não permaneceu apenas na “bolha” desportiva mas chegou a todos os espetros da sociedade, incluindo a política.

Boris Johnson, Emmanuel Macron ou António Costa são alguns dos nomes que decidiram vocalizar as suas preocupações na esfera mediática com o surgimento da nova Superliga Europeia, que promete revolucionar o futebol tal como conhecemos hoje em dia.

Fique a conhecer através do ECO quais foram os membros políticos/governos que demonstraram as suas preocupações com o anúncio da nova competição encabeçada pelo Presidente do Real Madrid:

António Costa

Começando por Portugal, o primeiro-ministro António Costa escolheu a rede social Twitter para “recusar sem nenhuma hesitação” a criação de uma Superliga europeia, à revelia da UEFA. António Costa adiantou ainda que “os princípios da solidariedade, da valorização do resultado desportivo e do mérito não podem estar à venda” e que está ao “lado das instituições desportivas nacionais e internacionais que recusam de forma veemente, aceitar que tal competição aconteça”.

Boris Johnson

Em Inglaterra — país de origem de seis dos 12 clubes fundadores da nova prova — também soaram os “alarmes” de preocupação com o surgimento da mais recente competição, através da voz do primeiro-ministro britânico.

Boris Johnson recorreu à sua conta oficial do Twitter para demonstrar o seu desagrado pelo projeto, destacando que “os planos para uma Superliga Europeia serão muito prejudiciais para o futebol” e, acima de tudo, “atingirão o coração do futebol doméstico e preocuparão os adeptos em todo o país”.

O político inglês reitera ainda que “os clubes envolvidos devem responder perante os seus adeptos e toda a comunidade futebolística antes de tomar qualquer decisão”.

Emmanuel Macron

O primeiro-ministro francês também foi uma das vozes que demonstrou a sua insatisfação com a recente polémica a envolver o futebol europeu. Através de um comunicado publicado no site oficial do governo francês, o Emmanuel Macron referiu que manterá a integridade das competições, seja a nível interno ou europeu.

Além disso, o líder gaulês saudou “a postura dos clubes franceses, que recusaram participar num projeto que ameaça o princípio da solidariedade e mérito desportivos”, reagindo assim às várias notícias que davam conta de que o Paris-Saint Germain (PSG) terá rejeitado um possível convite para participar na Superliga.

Governo de Pedro Sánchez

Do país onde surgiu a ideia da Superliga Europeia, também se levantaram vozes bastante críticas, sendo uma delas do governo de Pedro Sánchez. Num comunicado dirigido aos cidadãos espanhóis, o Estado afirmou não apoiar o novo projeto futebolístico.

“O governo espanhol não apoia a iniciativa de criar uma Superliga de futebol promovida por vários clubes europeus, incluindo três clubes espanhóis, por considerar que foi concebida e proposta sem ter em conta as organizações representativas deste desporto, tanto a nível nacional como internacional,” referiu o governo no comunicado, citado pelo El Confidencial.

Por fim, o Executivo liderado por Sánchez acrescentou ainda que “O Ministro da Cultura e do Desporto, José Manuel Rodríguez Uribes, manteve reuniões e conversações ao longo do dia com as partes mais representativas do futebol espanhol”, mais especificamente com os presidentes da “UEFA, RFEF, La Liga de Fútbol Profesional, bem como com os presidentes do Fútbol Club Barcelona, Atlético de Madrid e Real Madrid, as equipas espanholas que apoiam esta iniciativa”.

Mario Draghi

O primeiro-ministro Mario Draghi, conhecido “tifosi” da AS Roma, seguiu a mesma linha de pensamento das personalidades políticas acima enumeradas e, recorrendo também a um comunicado, mostrou-se contra a nova rival da Liga dos Campeões — onde constam três clubes italianos (AC Milan, Inter Milão e a Juventus de Cristiano Ronaldo) –.

“O governo está a acompanhar de perto o debate em torno do projeto da Superliga e apoia com firmeza as posições das autoridades do futebol italiano e europeu para manter a competição nacional, os valores meritocráticos e a função social do desporto“, podia-se ler no comunicado, citado pelo portal Ansa.

Viktor Orbán

No país que viu nascer grandes nomes do futebol mundial como Szabo, Puskás ou Guttmann, a criação da Superliga não foi vista com bons olhos. Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, veio a público destacar que o futebol deve “pertencer a todos” e não “pode ser monopolizado pelos mais ricos”.

“A posição da Hungria é que a beleza e eminência do maior desporto do mundo provém do facto de pertencer a todos e não pode ser monopolizado pelos mais ricos,” referiu em comunicado, citado pelo Hungary Today.

Margaritis Schinas

Depois de governos um pouco por toda a Europa terem demonstrado o seu descontentamento, também de Bruxelas chegaram “ventos” de indignação.

Margaritis Schinas, comissário com a pasta da Promoção do Modo de Vida Europeu, foi o único membro da Comissão Europeia que decidiu vocalizar a sua opinião sobre os recentes desenvolvimentos vindos do mundo do desporto.

Em declarações produzidas na sua conta de Twitter, o comissário defendeu “um modelo europeu de desporto baseado na diversidade e inclusão”, acrescentando que não há margem para reservar o futebol “para os poucos clubes ricos e poderosos que querem cortar as ligações com tudo o que as associações representam para as ligas nacionais”

 

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