“É possível não haver aproximação física” nos estádios de futebol, diz Henrique Barros

No rescaldo da conquista do título de campeão nacional pelo Sporting, o epidemiologista Henrique Barros defendeu que é possível manter o distanciamento social num estádio. A dificuldade é o depois.

O presidente do Conselho Nacional de Saúde, o epidemiologista Henrique Barros, admite que “é possível não haver aproximação física” nos estádios de futebol “limitando” a lotação das infraestruturas, um argumento a favor do regresso dos adeptos às bancadas.

No entanto, o especialista admitiu também alguma preocupação com o que estes adeptos possam fazer depois do jogo, nomeadamente se estas pessoas, “no fim de tudo isto, se abraçam, se juntam”.

Estas declarações foram proferidas esta quarta-feira de manhã, no congresso anual da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), no rescaldo da noite da conquista pelo Sporting do título de campeão nacional, que levou a um ajuntamento de milhares de adeptos no Marquês de Pombal, em Lisboa, durante praticamente toda a madrugada.

Henrique Barros defendeu ainda que os testes rápidos “antigénio” são uma boa opção para este tipo de acontecimentos, exigindo-se às pessoas “terem teste negativo” feito pouco antes da realização do evento de futebol.

O Governo tem mantido a proibição de presença de adeptos nas bancadas nos jogos de futebol profissional. Recentemente, o primeiro-ministro, António Costa, sinalizou que é pouco provável que os adeptos voltem às bancadas até ao fim da época.

Empresas podem parar de testar trabalhadores

Na mesma ocasião, o presidente do Conselho Nacional de Saúde considerou ainda que as empresas podem “parar de fazer testes” de diagnóstico à Covid-19 aos trabalhadores e que os testes, nestes casos, “não são uma panaceia”.

“Diria que, na imensa maioria dos casos, [as empresas] podiam parar de fazer testes. O que diria que é muito importante é as pessoas perceberem que não podem [ir] trabalhar com sintomas e as empresas garantirem aos trabalhadores a segurança de que isso não prejudica a sua relação com a empresa”, afirmou o epidemiologista.

Para Henrique Barros, essa boa prática “é seguramente muito mais eficaz do que fazer testes sobre testes”, que representam um “custo brutal” e que “neste momento tem uma enorme quantidade de falsos positivos”.

“O número de testes está a diminuir muito, porque há essa perceção, uma comunicação não verbal e entendimento de que não são precisos tantos testes. Os testes não são uma panaceia. A resposta tem é de ser integrada e muito baseada na literacia”, afirmou, num painel no 30.º Digital Business Congress, que decorre esta quarta e quinta-feira em formato híbrido, por causa da pandemia.

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