Soares dos Santos ataca carga fiscal, Cláudia Azevedo critica “lista de despesas” do PRR

Jerónimo Martins e Sonae defendem que Portugal devia apostar mais na educação das pessoas, pois só assim terá "vantagem competitiva" face a outros países.

São as duas maiores retalhistas do país, mas mesmo assim não hesitam em apontar falhas à postura do Governo para com o setor. Os responsáveis da Sonae e da Jerónimo Martins defendem uma maior aposta na educação e formação das pessoas, explicando que só assim será possível ao país ganhar vantagem competitiva. E enquanto Soares dos Santos ataca a carga fiscal, a CEO da Sonae critica ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Cláudia Azevedo afirma que Portugal “é um país pequeno”, que não tem “o beneficio da escala” nem vai ter “benefícios de grandes investimentos digitais” e que, por isso, a solução passa por apostar na formação. “Podemos é qualificar as pessoas”, defendeu a CEO da Sonae esta quarta-feira, durante a Spring Conference da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED). Contudo, salientou que esse “é um desafio enorme”, uma vez que Portugal ocupa a “pior posição da Europa” em termos de pessoas qualificadas.

“É um desafio enorme que só depende dos portugueses e dos Governos”, continuou, detalhando que há cerca de três mil portugueses cujos postos de trabalho estão em risco por causa da digitalização. “Há cerca de um terço da população portuguesa que tem de ser requalificada”, afirmou. “Não há dúvida que precisamos dessas qualificações. Só qualificando os portugueses é que vamos ter vantagem competitiva”.

A mesma ideia é defendida por Pedro Soares dos Santos. “As cadeias de distribuição vão ter de investir na preparação dos quadros”, disse o presidente da Jerónimo Martins, presente na mesma conferência, afirmando que Portugal deve estar preparado para “atrair investimento” e “isso passa pela educação e formação”.

“Desde 2001 que não cresço e se não cresço estou a perder competitividade. Invisto 100 a 120 milhões de euros todos os anos em Portugal porque tenho paciência e nasci cá”, continuou o dono do Pingo Doce, acrescentando: “é uma carga fiscal que nos vai matando aos poucos”, fazendo comparação com a Colômbia e a Polónia, outros dois mercados onde a Jerónimo Martins opera.

Assim, de acordo com os dois gestores, a qualificação começa nas escolas. “Mas a requalificação tem de ser feita nas empresas, porque elas é que sabem exatamente o que precisam”, explicou Cláudia Azevedo. Falta ambição para o país. A educação é o que nós precisamos. Este PRR é uma lista de despesas e não uma ambição para o país”, afirmou a CEO da Sonae.

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