Banco de Fomento está a contratar trabalhadores do antigo BPN

Trabalhadores estão a ser integrados nas equipas de Lisboa e do Porto do BPF. Processo já começou em abril e foram conduzidas várias entrevistas, mas apenas para áreas onde faltam técnicos.

O Banco Português de Fomento está a recrutar colaboradores do antigo BPN para desempenhar funções técnicas, apurou o ECO junto de várias fontes, num momento em que a Parvalorem, onde estão integrados, solicitou ao Executivo o estatuto de empresa em reestruturação.

Os trabalhadores estão a ser integrados nas equipas de Lisboa e do Porto do banco de fomento. O processo já começou em abril e foram conduzidas várias entrevistas, mas apenas para as áreas onde faltam técnicos.

Ou seja, para as áreas que já são asseguradas pelos elementos da Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua, Instituição Financeira de Desenvolvimento e PME Investimentos não foram sequer feitas entrevistas, evitando assim uma sobreposição de funções.

O ECO questionou o Banco Português de Fomento e o Ministério da Economia (de onde terá emanado a indicação para a instituição ir buscar os profissionais do ex-BPN) sobre os contornos desta integração, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo. Em causa estão várias contratações já que os trabalhadores da Parvalorem não são equiparados a funcionários públicos e, como tal, não podem aproveitar as ofertas de emprego no âmbito da Bolsa de Emprego Público. Colocações noutras empresas públicas, como o Banco de Fomento, são a única alternativa, além da saída para o setor privado.

Esta passagem acontece num momento em a Parvalorem está a preparar a saída de dezenas de trabalhadores, tendo solicitado ao Governo o estatuto de empresa em reestruturação, como avançaram fontes sindicais ao ECO, em abril. Em cima da mesa está a redução de pelo menos 50% dos quadros nos próximos dois anos, o que implicará a saída de mais de 60 trabalhadores deste veículo criado para gerir os créditos tóxicos do BPN, que foi nacionalizado em 2008. Mas para já ainda não há qualquer desenvolvimento, confirmou ao ECO, Ricardo Gonçalves que lidera a comissão de trabalhadores da empresa.

O banco de fomento nasceu da fusão IFD, SPGM e PME Investimentos e para garantir a articulação das diversas equipas foi contratada a Mercer. A consultora fez uma avaliação das funções que deviam ser desempenhadas, do perfil dos diversos colaboradores. Como era necessário proceder à fusão de várias organizações e existiam “práticas diferentes” dentro das mesmas, nomeadamente ao nível de avaliação de desempenho ou de planos de carreira, a Mercer estava incumbida de “fazer um trabalho de harmonização, identificação de lacunas e fragilidades dos modelos e melhorar os processos”, explicou ao ECO, em outubro do ano passado, Tiago Borges, responsável pela área de career na consultora. O ECO tentou saber se o trabalho da consultora já estava, entretanto, concluído, mas não obteve resposta dada a obrigatoriedade de sigilo estabelecida entre o banco e a Mercer.

A Mercer é uma subsidiária da Marsh McLennan, que detém a Oliver Wyman que assinou um novo contrato de serviços de consultoria, tal como o ECO avançou. Em causa está o desenho dos instrumentos de capitalização. O contrato foi celebrado novamente por ajuste direto, mas desta vez por 895 mil euros, por um prazo de 390 dias (cerca de um ano e um mês).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Banco de Fomento está a contratar trabalhadores do antigo BPN

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião