Pequim pede à União Europeu para evitar “confrontos” sobre acordo comercial

  • Lusa
  • 21 Maio 2021

A República Popular da China pediu à UE para abandonar atitudes de “confronto” na sequência do voto no Parlamento Europeu que congela o processo de ratificação do acordo de investimentos com Pequim.

A República Popular da China pediu esta sexta-feira à União Europeia para abandonar atitudes de “confronto” na sequência do voto no Parlamento Europeu que congela o processo de ratificação do acordo de investimentos com Pequim.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian, exortou Bruxelas a levantar as sanções contra os responsáveis do regime comunista acusados de envolvimento na repressão contra os muçulmanos uigures que habitam a província de Xinjiang, noroeste da República Popular da China.

As sanções foram seguidas de represálias de Pequim contra eurodeputados.

“As sanções e a confrontação não vão resolver nada”, disse Zhao acrescentando que “quem está na origem do problema o deve resolver”, sem especificar.

Através de uma resolução votada na quinta-feira e que foi aprovada por uma larga maioria (599 votos a favor, 30 contra e 58 abstenções), o Parlamento Europeu subordinou o levantamento das sanções contra altos membros do regime à análise do acordo sobre investimentos.

Por outro lado, a resolução advertiu que o estado dos direitos, liberdades e garantias na República Popular da China é determinante para o exame sobre um eventual acordo comercial, referindo-se diretamente às pressões de Pequim sobre a Região Administrativa Especial de Hong Kong.

“O Parlamento (Europeu) vai considerar a situação dos Direitos Humanos na China, nomeadamente em Hong Kong, quando for chamado a aprovar o acordo”, refere o texto da resolução.

Após vários anos de bloqueio, a Comissão Europeia, responsável pela política comercial dos 27 Estados membros da União Europeia, concluiu em 2020 um acordo com Pequim sobre investimentos do bloco europeu.

A Alemanha, cujo setor industrial pretende penetrar no mercado chinês, foi um dos países que mais promoveu o acordo.

Mesmo assim, no passado mês de março a União Europeia avançou com sanções contra a República Popular da China devido à situação em Xinjiang, onde mais de um milhão de muçulmanos se encontram submetidos a campos de reeducação política, de acordo com organizações de defesa de Direitos Humanos.

Pequim retaliou com sanções contra vários deputados do Parlamento Europeu e universitários do centro de reflexão alemão Merics.

Neste contexto, o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis, disse, no princípio de maio, que “os esforços” para ratificar o acordo de 2020 estavam “suspensos”.

O porta-voz da diplomacia de Pequim considera que o acordo sobre investimentos era “equilibrado e mutuamente benéfico”.

“Não se trata de nenhum um favor” entre as duas partes, disse Zhao Lijian na conferência de imprensa em Pequim.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Pequim pede à União Europeu para evitar “confrontos” sobre acordo comercial

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião