Economia portuguesa perde fôlego na última semana de maio

A economia portuguesa desacelerou na última semana de maio face à semana anterior. A base de comparação de 2020 tenderá a ser cada vez maior, o que poderá explicar esta diminuição.

O indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal mostra que o crescimento da economia portuguesa desacelerou na última semana de maio, face à semana anterior, numa altura em que os dados de 2021 já começam a comparar com períodos de maior desconfinamento em 2020.

“Na semana terminada a 30 de maio, o indicador diário de atividade económica (DEI), assim como a taxa bienal correspondente, apresentaram uma diminuição face à semana anterior“, escreve o banco central na nota de informação estatística divulgada esta sexta-feira. Já na semana passada a economia portuguesa tinha abrandado.

Economia desacelera na segunda quinzena de maio

Fonte: Banco de Portugal.

Apesar do segundo abrandamento consecutivo na variação homóloga, o indicador de alta frequência do Banco de Portugal mostra que a economia portuguesa continua a beneficiar do processo de desconfinamento e da baixa base de comparação de 2020, ainda que cada vez menos. Esta diminuição poderá ser explicada por uma base mais alta de comparação em 2020 dado que o país também estava a desconfinar por esta altura no ano passado.

Apesar de diário, o DEI é apenas publicado à quinta-feira, com dados até ao domingo anterior. Com efeito, a 30 de maio, o último dia para o qual foi apurado o DEI, o crescimento (e não queda, como nos meses anteriores) homólogo do indicador foi de 21,5%. Quanto à média móvel semanal, o último valor é o de 27 de maio: uma subida homóloga de 22,3% (25,2% na semana anterior).

Economia estagnada face à média dos dois últimos anos

Fonte: Banco de Portugal.

Neste momento, na comparação com a média dos últimos dois anos (2019 e 2020), o valor está a aproximar-se cada vez mais do zero, mas ainda não passou consistentemente para valores negativos. A média móvel semanal do DEI acumulado de dois anos a 27 de maio foi de 0,4%.

De qualquer das formas, estes dados do segundo trimestre contrastam com as variações registadas no primeiro trimestre de 2021 — muito condicionado pelo segundo confinamento — em que o PIB contraiu 5,4% face ao mesmo período do ano passado, o qual já tinha sido afetado ligeiramente pela pandemia. Em cadeia, ou seja, face ao quarto trimestre de 2020, a queda do PIB foi de 3,3%.

As previsões existentes para o segundo trimestre apontam para crescimentos expressivos: no caso do ISEG, a variação em termos homólogos vai de 10% a 15% e, no caso da Comissão Europeia, é de 13,5%.

A próxima divulgação do DEI está marcada para 11 de junho, sendo relativa à primeira semana de junho.

(Notícia atualizada às 14h02 corrigindo a informação sobre os dados do segundo gráfico)

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