Discurso “alarmista” sobre a pandemia “não se justifica”, diz Marcelo

Presidente pede ainda explicação para casos como o de António Costa que, apesar de vacinado, está em quarentena. "Para que não haja a ideia errada de que a vacina não serve para nada", diz. 

O Presidente da República assinala que os números atuais da pandemia estão “muito longe dos valores que determinaram períodos mais críticos”, pelo que considera que “não se justifica” um “discurso alarmista”.

Marcelo Rebelo de Sousa sinaliza que os atuais números de pessoas internadas em cuidados intensivos estão “muito longe” dos valores que “determinaram períodos difíceis e mais críticos” da pandemia, acrescentado também que o número de internados em enfermaria geral “está ligeiramente acima de 500”, o que também “significa que está muito longe de números já vividos em Portugal”, afirmou, o Presidente da República, em declarações aos jornalistas em Lisboa, transmitidas pela RTP3.

Nesse sentido, o Chefe de Estado defende que “é dever de todos”, nomeadamente dos mais jovens, estarem “atentos aos seus comportamentos“, mas recusa entrar num discurso “alarmista”. “Não é que não haja o dever de todos, nomeadamente dos mais jovens de estarem atentos nos seus comportamentos e àquilo que é o seu relacionamento em sociedade, outra coisa é entrar-se num discurso alarmista, fundamentalista, que não justifica”.

Nas últimas 24 horas, Portugal registou 2.362 novos casos de infeção por coronavírus, o valor mais elevado desde 13 de fevereiro, e quatro óbitos pela doença. Neste momento, há 504 doentes internados (mais 12 face ao último balanço), dos quais 120 em unidades de cuidados intensivos (mais um).

O Chefe de Estado lembrou ainda a importância da vacinação, relembrando que mesmo para as pessoas que já foram vacinadas “há regras que têm que ser cumpridas”. Assim, o Presidente da República defende que é importante explicar aos portugueses “a razão pela qual quem tem um certificado de vacina”, isto é, a vacinação completa há mais de 14 dias, tem que “cumprir as mesmas regras” se tiverem estado “perto” ou contactado “com alguém contaminado”, “de quem não se vacinou nenhuma vez ou só teve a primeira dose da vacina”, numa clara alusão à situação atual do primeiro-ministro, que está em isolamento profilático, após ter contactado com uma pessoas infetada. “Isto tem que ser explicado para que não haja a ideia errada de que a vacina não serve para nada”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.

Entretanto, após o pedido de esclarecimento do Presidente da República, à TSF (acesso livre), a Direção-Geral da Saúde (DGS) veio justificar a imposição de quarentena de António Costa com o “princípio da precaução em Saúde Pública, no atual momento epidemiológico”. Além disso, a entidade liderada por Graça Freitas explica que “as pessoas vacinadas são abordadas, no que diz respeito ao isolamento e testagem, respetivamente, da mesma forma que as pessoas não vacinadas”.

Não obstante, a DGS realça que as normas estão sempre em discussão, pelo que poderá “ser atualizada com base na evolução da evidência científica e se a situação epidemiológica assim o suportar”.

(Notícia em atualizada às 21h47 com as declarações da DGS)

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