Anarec “surpreendida” com diploma para travar margens nos combustíveis

A Anarec exprimiu "estupefação e surpresa" com as declarações do ministro, que se focam apenas nas margens comerciais como razão da subida dos preços dos combustíveis. Aponta o dedo aos impostos.

A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (Anarec) diz-se “surpreendida” com a intenção do Governo de avançar com um decreto-lei para travar a subida das margens de comercialização nos combustíveis, para que a descida dos preços do petróleo seja mais sentida pelos consumidores.

Num comunicado, a Anarec exprime “estupefação e surpresa pelo teor das declarações em causa, que visam tão-somente focar nas margens comerciais a razão da subida dos preços dos combustíveis, desviando a atenção do consumidor da verdadeira razão do preço ser tão elevado”. A associação refere-se às declarações do ministro do Ambiente, que apontou esta quarta-feira para “subidas duvidosas” das margens de comercialização.

Segundo a associação, uma das razões para em Portugal o preço ser tão elevado é a “carga fiscal na ordem dos 60%, ou seja, por cada euro abastecido 0,60 euros correspondem a impostos e taxas”. E critica: “os cofres do estado, naturalmente têm beneficiado com o aumento dos preços uma vez que, necessariamente, aumentam também os impostos associados”.

Ressalvando o interesse dos seus associados, a Anarec explica, na nota, que a subida dos preços deve-se “à dinâmica dos mercados internacionais que nos últimos tempos apresentam uma tendência de subida dos preços do petróleo”. Por exemplo, o Brent (barril de referência europeu) “tem estado a valorizar há três meses consecutivos”. Mas há ainda outros fatores referidos pela associação, “como a subida da taxa de carbono, aumento dos preços da logística (fretes do transporte marítimo e rodoviário) e aumento da incorporação de biocombustíveis”.

Por estes motivos, e pela dificuldade vivida pelo setor, segundo a associação, a Anarec afirma-se contra a tentativa do Governo de “responsabilizar o aumento das margens comerciais pelo preço dos combustíveis”.

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