Greve na CGD foi “um êxito” para sindicato. Banco assegura que só 20% dos balcões encerraram
A CGD diz que apenas 20% dos balcões encerraram com a greve dos trabalhadores esta segunda-feira. Um sindicato contesta e diz que o protesto foi "um êxito".
Para o sindicato, a greve dos trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi um “êxito”. Para o banco público, as razões deste protesto “banalizam o direito à greve” e a adesão foi relativamente baixa.
O Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC) indica, num comunicado citado pela Lusa, que os funcionários do banco “mostraram hoje [segunda-feira] a sua indignação à administração pela forma completamente insensível como estão a ser tratados, relativamente à revisão da tabela salarial e ao assédio que sobre eles recai e que se reveste de várias formas”.
O STEC garantiu ainda que “não há agências a funcionar com normalidade”, classificando a ação como “um êxito”. “Apesar das pressões e ameaças, das transferências à pressa para substituir os trabalhadores em greve, muitas dezenas de agências estão encerradas, muitas outras dezenas estão abertas, mas de porta fechada, apenas com a gerência, sem efetuar operações e só para se dizer e contabilizar que estão abertas, outras ainda estão a funcionar com base em estagiários que não podem fazer greve”, acrescentou a estrutura.
Por sua vez, noutro comunicado, a CGD transmite uma visão bem diferente. O banco começa por indicar que a greve “é um direito que assiste a todos os trabalhadores”, mas tem de cumprir “todas as formalidades que são definidas na lei”. “A Caixa entende que as razões invocadas pelos sindicatos aderentes à greve de hoje banalizam o direito à greve, como é demonstrado pela adesão dos colaboradores, inferior em 50% em relação à última greve de 2018”, calcula o banco.
“Nesta greve, a Caixa tem 80% das agências abertas e processou um volume de transações totais superior em 4% (às 12 horas) face ao período homólogo do ano anterior”, acrescenta ainda a empresa.
A CGD esclarece, também, que “tem uma tabela de remunerações muito acima dos restantes bancos com quem concorre” e que “nunca esteve, nem está, em cima da mesa qualquer hipótese de um despedimento coletivo”. “Pelo contrário, para os colaboradores que têm escolhido sair, as condições de saída, quer seja por pré-reforma ou mútuo acordo têm sido das mais favoráveis da banca portuguesa”, argumenta o banco presidido por Paulo Macedo.
A CGD ataca, por fim, os sindicatos, acusando-os de insensibilidade na escolha do momento do protesto. “Convocada para o dia em que muitos portugueses recebem as suas pensões e pretendem honrar pontualmente os seus compromissos, esta é uma greve que demonstra insensibilidade por parte das estruturas sindicais que a convocaram, prejudicando alguns dos mais vulneráveis, mais desfavorecidos e com menor literacia financeira”, conclui a instituição financeira.
(Notícia atualizada pela última vez às 17h08)
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