Aumenta para 170 número de mortos no atentado do aeroporto de Cabul

  • Lusa
  • 27 Agosto 2021

Pelo menos 170 pessoas morreram no atentado suicida perpetrado na quinta-feira em Cabul pelo ramo afegão do grupo jihadista Estado Islâmico, de acordo com o último balanço.

Pelo menos 170 pessoas morreram e 150 ficaram feridas no atentado suicida perpetrado na quinta-feira em Cabul pelo ramo afegão do grupo jihadista Estado Islâmico, segundo o mais recente balanço de fontes da área da saúde, desconhecendo-se o número oficial.

Até agora, o número total ascende a 170 mortos, entre os quais soldados norte-americanos, e há pelo menos 150 feridos, disse uma fonte próxima dos líderes talibãs, citada pela agência Efe a coberto do anonimato.

Os Estados Unidos já tinham indicado que no atentado morreram 13 militares norte-americanos e outros 18 ficaram feridos e o Governo britânico também comunicou a morte de três cidadãos britânicos, dois adultos e uma criança.

Só o hospital Wazir Akbar Khan, da capital afegã, recebeu 145 pessoas já sem vida após o atentado junto a um dos portões do aeroporto de Cabul, e cerca de 50 pessoas estão a receber tratamento para ferimentos graves, indicaram esta sexta-feira fontes da área da saúde, citadas pela agência Efe.

Foram também contabilizados mais 16 mortos no hospital da organização não-governamental (ONG) italiana Emergency em Cabul, onde foram ainda internados 40 doentes com ferimentos causados pela explosão, segundo a mesma fonte.

No entanto, o número total de vítimas do atentado continua incerto, não existindo um balanço oficial.

O anterior balanço do que se pensava ter sido um duplo atentado dava conta de 95 mortos – entre os quais 13 militares norte-americanos – e 150 feridos, mas depois de o ramo afegão do EI, o Estado Islâmico da Província de Khorazan (ISKP), ter reivindicado ainda na quinta-feira o atentado referindo-se a apenas um dos seus combatentes como autor de uma única explosão, o Pentágono disse esta sexta-feira, em conferência de imprensa, ter concluído que realmente houve só uma explosão no aeroporto de Cabul.

O vice-diretor de logística do Estado-Maior dos EUA, general Hank Taylor, disse que os seus serviços não acreditam que tenha havido uma segunda explosão no atentado de quinta-feira “dentro ou perto” do Hotel Baron, perto do aeroporto de Cabul, como tinha sido inicialmente reportado.

“Portanto, houve apenas um bombista-suicida”, disse Taylor, acrescentando que os serviços norte-americanos ainda não têm certeza de como o relatório inicial, incorreto, foi divulgado, atribuindo o erro a uma possível “confusão durante eventos dinâmicos”.

Na mesma conferência de imprensa, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, garantiu que a missão para retirar milhares de pessoas do aeroporto de Cabul ainda enfrenta “ameaças específicas e credíveis”, mas assegurou que as forças militares norte-americanas que controlam as instalações vão prosseguir a sua tarefa até 31 de agosto, prazo final para a saída do Afeganistão.

“À medida que nos aproximamos [dessa data], verão movimento para retirar as nossas tropas e alguns dos nossos equipamentos (…), mas poderemos tirar as pessoas por via aérea até ao último momento”, assegurou Kirby.

O Pentágono mostrou-se ainda determinado a investigar o atentado no aeroporto de Cabul, procurando esclarecer se houve alguma quebra de segurança por parte dos talibãs.

Hank Taylor confirmou que os EUA mantêm mais de cinco mil soldados no aeroporto de Cabul e que, nas últimas 24 horas, 89 voos retiraram 12.500 pessoas do Afeganistão, incluindo 300 norte-americanos, elevado o total de cidadãos dos EUA retirados para 5.100.

No total, o número de pessoas retiradas de Cabul desde 14 de agosto é de 111.000, dos quais 7.000 são afegãos que já chegaram aos EUA e são candidatos a um visto especial de imigração, que Washington está a conceder a tradutores e trabalhadores que colaboraram com os soldados norte-americanos no Afeganistão.

Taylor estima que 5.400 pessoas estão atualmente ainda no aeroporto de Cabul, aguardando a possibilidade de sair da cidade num dos voos militares dos EUA.

(Notícia atualizada às 20H03 com número de mortos)

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