Após quebra de 30% este ano, imobiliário já conta com 1.800 milhões em investimentos em 2022

Depois de 2020 ter sido dos melhores anos de sempre para o imobiliário, 2021 deverá fechar com uma perda de 30% do investimento. Para 2022 esperam-se 1.800 milhões em negócios.

2021 ainda não terminou e o setor imobiliário já está a contar com 1.800 milhões de euros em investimentos para 2022, mostra o Marketbeat Outono da Cushman & Wakefield. Depois de 2020 ter sido um dos melhores anos de sempre para o setor, apesar da pandemia, 2021 deverá fechar 30% abaixo. Isto porque, apesar de o apetite dos investidores se manter presente, os ativos de interesse — logística e residencial — são poucos.

Em ano de pandemia, o setor imobiliário mostrou-se resiliente e, contrariando as expectativas, encerrou com um volume total de investimento de cerca de 2.800 milhões de euros. Foi mesmo um dos melhores anos de sempre. Já este ano, com as coisas a voltarem à normalidade, o balanço continua a ser positivo, mas abaixo de 2020: deverá fechar nos 2.000 milhões de euros de investimento, cerca de 30% menos, estima a Cushman.

Até ao momento, contam-se 1.130 milhões de euros investidos no imobiliário nacional, destacando-se três grandes negócios (37% do total): a venda dos hotéis Tivoli Marina e Tivoli Carvoeiro, por 148 milhões de euros, a venda de 15 edifícios na Quinta da Fonte, por cerca de 130 milhões de euros, e a venda do portefólio da Navigator por 120 milhões, tal como o ECO noticiou. Destes valores, 72% do capital veio de fora, diz a Cushman.

A explicar a quebra de 30% no investimento total estão, sobretudo, os principais negócios. Isto porque, em 2020, como explicou a consultora num encontro com os jornalistas esta segunda-feira, as operações fechadas foram bastante maiores e as três principais representaram logo 50% do volume concentrado. “Este ano não há nada parecido”, disse Paulo Sarmento, responsável da área de investimento da Cushman, apontando o Projeto Crow, da ECS, que é considerado o maior negócio imobiliário do ano, mas que só deverá ficar fechado em 2022. “Se tivéssemos o Crow a fechar este ano, íamos fechar 2021 com o mesmo valor de investimento de 2020”, disse.

Além disso, há outras razões. “Temos um enorme apetite de investidores, mas há poucos ativos que estes querem comprar e pelo qual se batem muito”, continua Paulo Sarmento, referindo-se a imóveis de logística e de residencial para rendimento.

A Cushman não opera com o mercado residencial, mas aprofundou o “problema” do setor logístico. Segundo Eric Van Leuven, CEO da consultora, “há pouca oferta recente de logística”. Excluindo a Plataforma Logística Lisboa Norte, que está a ser desenvolvida pela espanhola Merlin Properties, o responsável afirma que “há dez anos que não se fazem centros novos e os requisitos dos operadores também mudam”. Essa é “lacuna que está a ser colmatada”, sobretudo através de promotores e de vários players europeus que optam por comprar terrenos e construir.

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