Ifo revê em baixa crescimento alemão para 2,5% em 2021

O instituto alemão Ifo decidiu rever em baixa o crescimento da economia alemã de 3,3% para 2,5% em 2021. Contudo, reviu em alta a subida do PIB em 2022 na mesma proporção para 5,1%.

Tal como a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) esta terça-feira — que passou de 3,3% em 2021 para 2,9% –, o instituto Ifo reviu em baixa esta quarta-feira o crescimento económico da Alemanha em 2021 de 3,3% para 2,5%. Uma previsão mais pessimista que surge dias antes das eleições legislativas no país. Mas se o PIB este ano vai recuperar significativamente menos do que o esperado, em 2022 vai acelerar para um crescimento de 5,1%.

A recuperação forte pós-pandemia, que originalmente era esperada este verão, ainda está por acontecer“, considera Timo Wollmershäuser, diretor do departamento de previsões do instituto Ifo. O economista alemão explica que a produção industrial está a contrair neste momento por causa de “estrangulamentos” na cadeia de valor de produtos essenciais. No caso dos serviços, o instituto já identifica uma “forte recuperação” da crise pandémica pelo que se conclui que a “economia está dividida”.

A estas dificuldades somam-se os “enormes desafios logísticos” no fluxo de bens a nível mundial. Assim, com o atraso na retoma da Alemanha, cuja economia depende muito do comércio internacional, a revisão em baixa de 2021 é transferida na mesma proporção para o crescimento do PIB do ano seguinte. Em 2023, o PIB alemão voltará aos crescimentos semelhantes ao período antes da crise pandémica, crescendo apenas 1,5%. Recorde-se que em 2020 a economia alemã tinha contraído 4,6%.

O consumo privado — cujo crescimento será mais acentuado no próximo ano — já está a beneficiar da retirada das restrições relacionadas com a pandemia e também de um mercado de trabalho mais favoráveis graças ao progresso da vacinação, assinala o Ifo, dando o exemplo do crescimento do emprego em certos serviços. O trabalho temporário reduziu-se e deverá voltar ao nível pré-crise no próximo ano.

A trajetória da taxa de desemprego será favorável, baixando para 5,7% este ano, 5,1% em 2022 e 4,9% em 2023, um valor que fica um ponto percentual abaixo do que se registou em 2020 (5,9%). A taxa de inflação irá acelerar para 3% este ano por causa de fatores temporários, nomeadamente a reversão da descida do IVA, mas desacelera nos anos seguintes para 2,3% em 2022 e apenas 1,6% em 2023.

Já o défice orçamental alemão deverá baixar nos próximos anos, sendo que o Ifo tem a expectativa de que o saldo “finalmente” seja “outra vez” positivo em 2023. Contudo, esta previsão é feita com base no pressuposto de que apenas as medidas de política já legisladas serão implementadas. Dado que o Governo irá mudar, na sequência das eleições federais de 26 de setembro, é expectável que haja mudanças.

“O excedente da balança corrente da Alemanha, que é muito criticado internacionalmente, irá atingir os 218 mil milhões de euros este ano e depois aumentará para os 220 mil milhões de euros em 2022, alcançado os 234 mil milhões de euros em 2023”, escreve ainda o Ifo, notando que tal equivale a 6,2%, 5,9% e 6,1% do PIB, respetivamente.

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