BRANDS' TRABALHO Qual a magia de se sentir reconhecido?

  • PESSOAS + EY
  • 11 Outubro 2021

Alguém que é reconhecido, sente que a sua atitude foi vista, que a sua presença foi notada. A magia de fazer com que o outro se sinta valorizado e importante.

Todos já ouvimos a expressão little things means a lot. E será que já questionámos o que ensina esta expressão ao mundo corporativo? Num mundo que vive a correr, cheio de solicitações e estímulos, emerge também a necessidade de parar, contemplar e valorizar.

Os movimentos minimalistas, o êxodo urbano na pandemia, a crescente busca de experiências de espiritualidade ou até a introdução da prática de meditação nos planos escolares, são exemplos de opções, na sociedade atual, deste objetivo de focar no que realmente importa.

"Alguém que é reconhecido sente que a sua atitude foi vista, que a sua presença foi notada. Sente que é valorizado e que é importante.”

Catarina Ciríaco

Senior Consultant EY, People Advisory Services

Esta famosa expressão recorda-nos como a prática do reconhecimento pode ser mágica. Como pode um pequeno gesto, uma breve mensagem, ou um simples check-in ser uma demonstração de reconhecimento capaz de fazer com que o colaborador diga que foi a melhor coisa que aconteceu no seu dia? Aí, nas pequenas coisas, reside a magia do reconhecimento.

A etimologia da palavra reconhecer (re-cognoscere), fala-nos de saber ou conhecer algo de novo. Ora, para que sejamos capazes de reconhecer uma pessoa quando nos cruzamos com ela na rua, mais que olhar simplesmente, é necessário observar e reparar.

Assim é no reconhecimento. Alguém que é reconhecido sente que a sua atitude foi vista, que a sua presença foi notada. Sente que é valorizado e que é importante.

Isto leva-nos então a concluir que, além de cuidar de toda a employee experience, efetivamente, há que ter claro que a prática de reconhecimento concorre com os planos de aumentos e benefícios mais diferenciadores no mercado, o que chega até a ser curioso.

São muitos os estudos que denotam os benefícios do reconhecimento e da apreciação e, que os colaboradores necessitam de ambos – reconhecimento e apreciação. Se por um lado o reconhecimento é sobre o que a pessoa faz e as suas conquistas, a apreciação é sobre quem a pessoa é, reconhecendo o seu valor como colega e ser humano.

Estas práticas não só contribuem para o salário emocional dos colaboradores, como a experiência de gratidão por parte das chefias impacta positivamente os níveis de produtividade, engagement e colaboração.

Concretizar momentos de reconhecimento pode gerar ainda externalidades muito positivas para o indivíduo como potenciar o autoconhecimento, o reforço da autoestima e estimular a criação de um contexto organizacional mais salutar, onde com estas práticas as síndromes do impostor ou de burnout são minimizadas.

Perante este enquadramento, poderíamos escusar-nos e afirmar que a organização onde nos encontramos e a cultura organizacional têm atributos menos favoráveis a estas práticas. Contudo, a verdade é que, tal como partilhei no último artigo que escrevi acerca da rentrée, nós temos a possibilidade de a cada dia criar as oportunidades certas para o futuro que queremos construir.

Além dos programas de desenvolvimento de lideranças ou de reconhecimento onde tenho oportunidade de trabalhar este tema, aproveitei para discutir o reconhecimento com a minha network. Quando questionados sobre qual o momento de reconhecimento mais impactante que já viveram em contexto organizacional, o resultado é unânime. De facto, são as pequenas coisas, tendencialmente grátis e de baixo investimento de tempo, que ficam na memória.

Sistematizando alguns exemplos que nos podem inspirar a ir mais além e a fazer magia junto das nossas pessoas:

  • Reconhecimento em reuniões individuais 1:1 – este contacto, quando frequente e atento, permite a partilha de pequenas histórias relevantes à criação de relações de confiança, como permite também ficar no loop do que está a acontecer.
  • Reconhecimento público – pode decorrer em momentos de equipa, com toda a organização, ou através de uma comunicação alargada.
  • Endereçar oportunidades de desenvolvimento – a aposta em experiências de desenvolvimento sejam elas um novo projeto, a oportunidade de acompanhar elementos mais juniores, uma formação ou até uma promoção, são sinais de valorização do colaborador.
  • Hábito diário – a prática quotidiana de gestos de reconhecimento e apreciação, tais como agradecer, recordar as características diferenciadoras e o que acrescenta à equipa, celebrar os anos de casa, uma nota escrita à mão ou um SMS num dia importante podem fazer o dia de alguém.

Não subestimemos a magia do reconhecimento e da apreciação. Torne estas práticas naturais e contagiantes ao seu redor. Deixo o desafio de o começar a fazer de forma consciente já esta semana. Aceita o desafio? Verá a diferença a acontecer!

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