Repsol quer tornar Complexo de Sines num dos mais avançados e competitivos da Europa
O investimento de 657 milhões em duas novas fábricas vai tornar o Complexo Industrial de Sines, “num dos mais avançados” e “competitivos” da Europa, disse o presidente da Repsol.
O presidente da Repsol, António Brufau, considerou hoje que o investimento de 657 milhões de euros em duas novas fábricas vai tornar o Complexo Industrial de Sines, no distrito de Setúbal, “num dos mais avançados” e “competitivos” da Europa.
“Podemos dizer que a construção destas novas fábricas e o processo de expansão da sua gama de produtos diferenciados torna o Complexo de Sines num dos mais avançados, integrados e competitivos da Europa”, disse António Brufau.
O presidente da Repsol falava em Sines após a assinatura do contrato de investimento com o Governo que prevê incentivos fiscais de até 63 milhões de euros a um projeto de 657 milhões de euros, apontado como “o maior investimento industrial” da última década.
O investimento contempla a construção de uma fábrica de Polietileno Linear (PEL) e uma fábrica de Polipropileno (PP), cada uma com uma capacidade de produção de 300 mil toneladas por ano, estando prevista a sua conclusão em 2025.
Com este investimento, considerado pelo Governo, como sendo de Potencial Interesse Nacional (PIN), a empresa, “vai produzir materiais poliméricos de alto valor acrescentado, totalmente recicláveis, para uma grande variedade de indústrias”, como a automóvel, farmacêutica e agroalimentar, adiantou o responsável.
De acordo com António Brufau, as novas tecnologias utilizadas nestas duas fábricas “vão garantir a máxima eficiência energética”, sendo “líderes de mercado e as primeiras a serem instaladas na Península Ibérica”.
“Este projeto encaixa perfeitamente com a nossa visão de reforçar a posição da Repsol como a empresa líder na senda da descarbonização e, para isso, continuaremos a apostar forte na inovação, desenvolvimento tecnológico e no firme compromisso de investimento”, frisou.
A Repsol prevê que, na fase de construção, o projeto empregue uma média de 550 pessoas, atingindo um pico de mais de 1.000 postos de trabalho. Prevê igualmente “o aumento líquido de postos de trabalho” de “cerca de 75 empregos diretos e 300 indiretos”.
Segundo a empresa, este projeto permite “prosseguir o seu objetivo de ser uma empresa de emissões líquidas zero até 2050”.
Do lado português, o primeiro-ministro, António Costa, disse em Sines (Setúbal) que o investimento da Repsol vai permitir já em outubro ultrapassar o recorde de investimento direto estrangeiro alcançado em 2019.
“Com a assinatura deste contrato, alcançamos já o objetivo que nos tínhamos proposto de, neste ano de 2021, termos ultrapassado o recorde de investimento direto estrangeiro que tínhamos alcançado em 2019”, disse António Costa.
“São duas boas notícias que ocorrem em outubro quando ainda estamos a dois meses do fecho do ano e onde seguramente a Repsol e o secretário de Estado da Internacionalização conseguirão ainda aumentar o máximo de investimento direto estrangeiro a atrair para Portugal ao longo deste ano”, adiantou.
Para o primeiro-ministro, este “é um sinal importante para a confiança no futuro da economia portuguesa” e da “capacidade de recuperação, mas também de transformação” da economia nacional.
Isto, indicou, deve-se a um conjunto de “fatores-chave” que o país soube “preservar”, como a valorização da posição geoestratégica, os índices de segurança de Portugal e a estabilidade financeira nacional.
“O reforço da capacidade do Porto de Sines, a ligação ferroviária de Sines à fronteira com Espanha, o desenvolvimento em perfil de autoestrada da ligação de Sines à autoestrada do Sul, valorizarão muito esta posição geoestratégica”, reforçou.
Segundo António Costa, Sines, continuará “a atrair novos investimentos”, não só na economia tradicional, mas também “na nova economia de dados”, dando o exemplo do primeiro cabo de fibra ótica que liga a Europa à América do Sul e África.
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