COP26: ONU lança novo modelo financeiro para poupar 11 mil milhões até 2026
O novo mecanismo financeiro permite aos investidores comprarem e recomprarem títulos de dívida soberana dos países africanos com taxas de juro mais baixas.
A secretária executiva da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) disse esta quarta-feira que o mecanismo de recompra de títulos de dívida, apresentado em Glasgow, pode poupar 11 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos.
“Hoje, África precisa, mais do que nunca, de liquidez para financiar a sua recuperação e investir num ambiente sustentável e ousado“, disse Vera Songwe durante a apresentação do mecanismo financeiro que pode poupar 11 mil milhões de dólares (9,4 mil milhões de euros) nos próximos cinco anos, e cuja primeira operação está prevista para o primeiro trimestre de 2022.
Este novo Veículo de Liquidez e Sustentabilidade [LSF, na sigla em inglês] foi lançado na 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP 26) “com o objetivo de criar rapidamente um impacto positivo concreto e massivo, uma nova classe de ativos, com o propósito de mobilizar o capital privado de forma eficaz e apoiar o desenvolvimento africano”, acrescentou a responsável.
Este mecanismo financeiro permite aos investidores comprarem e recomprarem títulos de dívida soberana dos países africanos com taxas de juro mais baixas, que permitem garantir liquidez aos credores e também aos devedores, baixando as altas taxas de juro atualmente praticadas, que são encaradas como um dos principais entraves ao financiamento do continente.
“O LSF vai trazer mais transparência aos mercados de dívida africanos e deve melhorar a sustentabilidade da dívida”, concluiu Vera Songwe.
A primeira operação financeira recorrendo ao LSF será lançada no princípio do próximo ano, tendo um valor de 200 milhões de dólares (172 milhões de euros) e será organizada pelo Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank).
De acordo com a UNECA, a simples existência deste mercado fará com que as taxas de juro que os investidores exigem para transacionar dívida pública vai descer, dado que o continente passará a beneficiar das vantagens deste instrumento, que é positivo quer para os credores, quer para os investidores.
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