Produção recorde dispara lucro da Altri em 282% até setembro

O grupo liderado por José Soares de Pina apresentou um resultado positivo de 92,8 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, em que bateu o máximo histórico na produção de pasta de papel.

A Altri registou um resultado líquido consolidado de 92,8 milhões de euros nos nove primeiros meses deste ano, um crescimento de 282,1% em relação aos 24,3 milhões de euros verificados no período homólogo.

O desempenho financeiro ficou marcado por um recorde absoluto na produção de pasta (865,9 mil toneladas) e também nas vendas – com os mercados externos a absorverem 86% do total -, num período que ficou marcado pela alta dos preços da pasta nos mercados internacionais.

Em comunicado enviado à CMVM, o grupo que detém a Celbi, Biotek e Caima salientou que as receitas totais atingiram 635,3 milhões de euros até setembro (+35,3%), com a atividade industrial a contribuir com 551,9 milhões e a produção de energia com os restantes 83,4 milhões.

O CEO, José Soares de Pina, sublinha que o terceiro trimestre continuou a mostrar “uma performance excecional” no segmento de pastas celulósicas, “estabelecendo um novo recorde do grupo em termos de EBITDA”, com as unidades industriais a provarem que “é possível fazer melhor e de forma mais eficiente, com a obtenção de resultados excecionais”.

“Esta performance foi obtida apesar das pressões sentidas quer nos preços da energia, quer no aumento do custo da madeira, a nossa principal matéria-prima, com um necessário aumento das importações. É fundamental que Portugal alinhe os seus interesses estratégicos, criando incentivos para uma melhor gestão da floresta, com a adoção das melhores práticas e com a conversão de florestas abandonadas em florestas com maior produtividade”, reclama o gestor.

Esta performance foi obtida apesar das pressões sentidas quer nos preços da energia, quer no aumento do custo da madeira, a nossa principal matéria-prima, com um necessário aumento das importações.

José Soares de Pina

CEO da Altri

De janeiro a setembro, os custos operacionais aumentaram 14,3%, assinalando-se “alguma pressão inflacionista de alguns custos como a energia, madeira (via aumento de importação) e químicos”, principalmente nos últimos três meses. Ainda assim, o EBITDA do Grupo Altri atingiu os 207,6 milhões de euros, mais 117,8% em termos homólogos, em resultado dos preços elevados da pasta nos mercados.

A dívida líquida nominal remunerada situava-se em cerca de 479,6 milhões a 30 de setembro de 2021, uma “redução substancial” na comparação com o segundo trimestre. Sem a participada Greenvolt – que ajudou à redução da dívida com os fluxos financeiros provenientes da Oferta Pública Inicial de ações -, a dívida líquida alocada apenas ao negócio da pasta foi reduzida em cerca de 20%, para 357,3 milhões de euros.

Na comunicação à CMVM, o grupo calculou ainda que o investimento líquido realizado até setembro atingiu cerca de 25 milhões de euros, com cerca de metade desse valor aplicado no negócio da pasta. O restante foi investido, através da Greenvolt, na compra da V- Ridium e da Profit, além de ter assinado igualmente a aquisição de 42% da Perfecta Energia.

Em outubro, a Altri anunciou a assinatura de um memorando de entendimento com a empresa galega Impulsa para a construção de uma biofábrica para o setor têxtil com capacidade para produzir 200 mil toneladas de pasta solúvel e fibras sustentáveis. O projeto faz parte do “Next Generation EU” de Espanha.

José Soares de Pina fala num “projeto único de enorme ambição na área dos têxteis sustentáveis, para a produção de fibras têxteis de base celulósica a partir dos bosques galegos, que progressivamente contribuirão para a substituição de fibras sintéticas de origem fóssil”.

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