Aquisições encolhem 7,5% dos lucros da Greenvolt até setembro

A Greenvolt regista resultado líquido de 7,5 milhões nos primeiros nove meses, justificado com a compra da TGP, V-Ridium e Profit. Manso Neto quer “reforçar quota” europeia na geração descentralizada.

A Greenvolt registou receitas totais de 83,4 milhões de euros (+21%) e um EBITDA, excluindo custos de transação, de 33,8 milhões de euros (+34%) nos primeiros nove meses deste ano. O resultado líquido caiu 26,7%, para 7,5 milhões de euros, “reflexo dos resultados financeiros que traduzem as aquisições realizadas”.

No comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM), a empresa de energias renováveis da Altri reforça que o terceiro trimestre de 2021 é “o primeiro que incluiu impactos na demonstração dos resultados das principais aquisições pela GreenVolt durante este ano”, como a Tilbury Green Power (concretizada a 30 de junho), a V-Ridium (14 de julho) e a Profit (24 de agosto).

“Ajustando o indicador de EBITDA para refletir um cenário de consolidação de todas as unidades de negócio durante a totalidade dos nove meses – espelhando um cenário teórico de todas as aquisições terem ocorrido no dia 1 de janeiro do ano de 2021 e considerando os dados de gestão, não auditados, do primeiro semestre das subsidiárias –, o EBITDA teria ascendido a cerca de 51 milhões de euros”, calcula a empresa.

João Manso Neto frisa que a Greenvolt “tem vindo a executar de forma criteriosa e rigorosa a estratégia definida, tendo reforçado – através da incorporação da TGP – o seu posicionamento como empresa líder na produção de energia elétrica através de biomassa residual”. E através da V-Ridium é “cada vez mais reconhecida no mercado europeu como um major no segmento de mercado da promoção e desenvolvimento de projetos de energia renovável eólica e fotovoltaica”.

“Por outro lado, os investimentos que está a realizar no segmento de produção energética descentralizada, através da aquisição da Profit Energy e da Perfecta Energia, empresas ibéricas com uma ambição europeia, reflete a nossa visão da evolução natural do mercado e da importância cada vez maior deste segmento para um processo de transição energética rápido e equitativo, contribuindo de forma inequívoca para a redução da fatura energética de empresas e famílias”, acrescenta o CEO.

Os investimentos no segmento de produção energética descentralizada refletem a nossa visão da evolução natural do mercado e da importância cada vez maior deste segmento para um processo de transição energética rápido e equitativo.

João Manso Neto

CEO da Greenvolt

A dívida financeira líquida da GreenVolt ascendia a 122,3 milhões de euros, o que equivale a uma redução “substancial” face ao valor registado no final do final do primeiro semestre deste ano. E que fica a dever-se, essencialmente, aos fluxos financeiros provenientes da Oferta Pública Inicial de ações, justifica a empresa, que completou a entrada na Euronext Lisbon em julho de 2021 e passou a integrar o PSI-20 durante o mês de setembro.

Já em novembro, a empresa voltou ao mercado para realizar uma emissão de green bonds, no montante de 100 milhões de euros, com uma maturidade de 7 anos e um cupão fixo de 2,625%. O valor da emissão ficou, assim, acima dos 75 milhões de euros inicialmente previstos, na sequência da “elevada procura registada junto de investidores institucionais”, como sublinhou na altura, em comunicado enviado às redações.

Reforçar quota europeia na geração descentralizada

Na produção de energia elétrica através de biomassa residual, a Greenvolt está atualmente presente em Portugal, onde detém cinco centrais de biomassa residual florestal, com uma capacidade instalada de cerca de 100 MW; e no Reino Unido, com uma participação maioritária (51%) na TGP, operando uma central com cerca de 42 MW que utiliza resíduos lenhosos urbanos.

No segmento de energia renovável solar fotovoltaica e eólica está sobretudo presente na fase de desenvolvimento e promoção de projetos, através da aquisição da V-Ridium. No terceiro trimestre celebrou ainda acordos de codesenvolvimento em Itália e na Roménia e adquiriu na Polónia uma participação maioritária (51%) na KSME, empresa de soluções de armazenagem energética com um pipeline de cerca de 5,6 GW, dos quais cerca de 1,4 GW com interligação assegurada à rede elétrica polaca.

Neste comunicado à CMVM, a geração energética descentralizada é apontada como uma área de negócio “estratégica” e em que ambiciona “reforçar a sua quota de mercado a nível europeu”, isto depois de ter fechado a aquisição de 70% da Profit Energy, empresa de engenharia especializada no desenvolvimento e conceção de projetos de produção de energia através de fontes renováveis e eficiência energética, com foco nos sistemas solares fotovoltaicos e na iluminação LED.

A Greenvolt destaca que a geração descentralizada é “um dos setores de energias renováveis mais dinâmico”, tendo o mercado global crescido 1,8 vezes entre 2018 e 2020. No entanto, em termos ibéricos, onde os níveis de irradiação são dos mais elevados da Europa, conclui a empresa, “o nível de instalação de geração descentralizada per capita é dos mais baixos da Europa”.

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