GreenVolt entra hoje no PSI-20 a valer 713 milhões

Empresa de renováveis liderada por Manso Neto estreia-se esta segunda-feira no PSI-20, dois meses depois de ter entrado para a bolsa de Lisboa.

Dois meses depois de ter entrado para a bolsa de Lisboa, a GreenVolt passa a fazer parte do PSI-20. A empresa de energias renováveis liderada por Manso Neto passa, assim, a ser uma das cotadas do índice de referência nacional. Se há dois meses valia 500 milhões de euros, hoje tem um valor de mercado de 713 milhões de euros, com cada ação a superar os seis euros.

Em julho, quando a GreenVolt se estreou na bolsa nacional, Manso Neto já afirmava a vontade que tinha de ver a empresa entrar para o PSI-20. “Queremos estar no PSI-20 o mais rápido possível”, disse o responsável, durante o tradicional toque do sino na Euronext. Na semana passada, em entrevista ao Expresso (acesso pago), notou que “o único risco que podia haver era a liquidez não ser suficiente”, mas isso não aconteceu.

“O que tem vindo a acontecer é que as ações têm vindo a ter um movimento positivo, mas com muita liquidez“, notou o CEO da GreenVolt, referindo ser importante a empresa “estar exposta ao mercado, com os títulos cotados” e “ter de responder ao mercado todos os trimestres”.

Estreia de GreenVolt na bolsa de Lisboa, através do tradicional toque do sino, na Euronext Lisbon.DR

A GreenVolt estreou-se na bolsa de Lisboa através de uma colocação privada dos títulos, em vez de optar pela comum oferta pública de venda (OPV). Acabou por ser uma operação “mais discreta”, como explicou na altura Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisboa. Nessa altura, foram vendidas mais de 30 milhões de ações junto de mais de 60 investidores institucionais.

A notícia da entrada no PSI-20 não tardou. A empresa começou a negociar na praça lisboeta a 15 de julho, com um valor de 4,25 euros por ação, tendo atingido um máximo logo nos primeiros momentos da negociação ao chegar aos 5,30 euros (quase +25%), acima do limite máximo do intervalo do IPO. Na passada sexta-feira encerrou a valorizar 2,63% para 6,24 euros, resultando numa capitalização bolsista de 713,15 milhões de euros.

Evolução das ações da GreenVolt na bolsa

Para subir ao PSI-20 é necessário a uma cotada cumprir determinados requisitos como o número de ações e o capital disperso em bolsa e a velocidade de negociação, sendo que havia dúvidas sobre se a GreenVolt conseguiria cumprir esta última regra. Com a entrada da GreenVolt, o PSI-20 passará a ser composto por 19 membros, tendo em conta que a revisão trimestral anunciada pela Euronext não promoveu qualquer empresa.

Com mais de 50% das ações, a Altri é a maior acionista, seguindo-se a V-Ridium Europa (9,23%). A holandesa Nationale-Nederlanden, o Santander Asset Management e o Bestinver Gestión detêm participações superiores a 2%, assim como a Actium Capital, do empresário Paulo Fernandes (também administrador da GreenVolt), que reforçou a sua posição no capital da empresa na sexta-feira, passando a deter mais de três milhões de ações (2,52%).

A GreenVolt é uma “empresa líder na produção de energia renovável a partir de biomassa e é já um dos maiores promotores europeus de projetos de energia eólica e solar fotovoltaica“, explicou Manso Neto, na altura da estreia em bolsa. Desde então já soma várias aquisições, como a compra de 70% da Profit Energy e a compra de 51% da empresa polaca de armazenamento de energia KSME.

Na mesma entrevista ao Expresso, na semana passada, Manso Neto adiantou que a próxima aquisição será em Espanha, através da entrada no B2C [venda ao consumidor final]. Mas o foco é sempre o mesmo: “Não saímos daqueles três pilares: biomassa, desenvolvimento de projetos de vento e sol (o armazenamento é uma parte integrante dessa área) e ainda o setor descentralizado [pequenas unidades de energia solar]”, acrescentou o gestor.

Uma pool de analistas da Reuters vê as receitas da GreenVolt subirem até aos 191 milhões de euros em 2023, prevendo lucros de 38 milhões de euros por essa altura.

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