Reputação das empresas atrai o melhor talento. Eles querem criar um código de boas práticas

Para criar o Corporate Code for Reputation Excellence, o Rep.Circle vai ouvir gestores e empresas de diversos setores de atividade. Trabalho arranca em 2022.

Daqui a sete meses o Rep.Circle, o centro de conhecimento para a reputação corporativa da Lift Consulting, quer ter fechado um código de boas práticas que ajude as empresas a dar músculo à sua reputação, ajudando-as a atrair o melhor talento ou investidores. E para criar o Corporate Code for Reputation Excellence vão ouvir gestores e empresas de diversos setores de atividade. As reuniões começam no início do próximo ano.

“Pretende ser um guia sobre o que as empresas vão ter de fazer (para ter uma boa reputação), para os gestores conseguirem gerir as suas empresas neste ecossistema de reputação, beneficiando desse mesmo ecossistema”, explica Salvador da Cunha, CEO da Lift, consultora de comunicação que, em 2019, criou Rep.Circle – The Reputation Platform, à Pessoas.

O esqueleto do documento foi desenhado pelo Rep.Circle com a participação do seu Conselho Consultivo — que, nos seus 11 elementos conta com nomes como António Saraiva (CIP), Cristina Campos (Novartis Portugal), Isabel Vaz (Luz Saúde) ou Pedro Castro e Almeida (Santander Portugal) — organizado em sete pilares: Propósito, Empatia, Inovação, Sustentabilidade, Transparência e Métrica. O ambiente de trabalho é um desses pilares.

“As empresas não tendo uma boa reputação não têm sequer o talento à procura delas. Hoje em dia há uma competição muito grande por bom talento, especialmente nas áreas de engenharia e de development, aquelas empresas que estão a crescer mais rápido e que precisam de muita gente a trabalhar com eles”, destaca Salvador da Cunha.

Há aqui um conjunto de dimensões de reputação que são uma espécie de imã que atraem o bom talento, os bons clientes, os bons investidores.

Salvador da Cunha

“É um tema que preocupa cada vez mais os gestores portugueses. Quem diz talento, diz governance, inovação, sustentabilidade e responsabilidade social e liderança. Há aqui um conjunto de dimensões de reputação que são uma espécie de imã que atraem o bom talento, os bons clientes, os bons investidores”, reforça.

“Muitas vezes as empresas nem têm noção”, da importância da reputação da companhia junto dos stakeholders, realça o gestor. “Empresas que não têm employer branding e querem ser as melhores marcas para trabalhar, às vezes, nem sabem o que têm de fazer para lá chegar”, diz.

“A reputação, como um todo, é muito importante para as pessoas. O comportamento do CEO, se é ou não empático, low ou high profile, se é arrogante ou humilde, é muito determinante para o talento querer ir para lá trabalhar”, afirma.

“Felizmente para as pessoas, infelizmente para as empresas, quem escolhe para onde quer ir trabalhar são os miúdos, que estão a impor as regras, à séria”, refere, lembrando o ambiente competitivo em diversos setores para a conquista do talento, em áreas onde disponibilidade de talento é escassa.

Para as empresas há que ganhar a ‘guerra da reputação’ — e com isso capacidade de atração. “Não tenho só de ser conhecido, tenho de ter familiaridade e os meus stakeholders têm de gostar de mim. Não há outra forma de gerir empresas hoje em dia“, acredita. “E familiaridade é saber se as empresas pagam ou não bem, se têm diversidade, se são abertas às questões de género, se têm ou não administradoras nos seus boards“, argumenta. Pilares que constam no código de boas práticas que querem desenvolver.

Código produzido em cocriação com empresas

O código será criado, pilar a pilar, numa “mecânica colaborativa”, com as empresas e gestores, explica Suzana Rocha Pereira, head of content marketing & reputation da Lift. “Vamos convidar empresas e gestores, de preferência já com algum trabalho desenvolvido, e que já tenham boas práticas naquele pilar, a nos ajudarem criar”, continua.

Serão criados grupos de trabalho, entre 6 a 10 pessoas, para desenvolver o guia em cada um dos pilares. “Já temos muitas dessas personalidades identificadas”, diz sem revelar nomes.

O facto de as empresas aderirem (ao código) não as tornam automaticamente bem reputadas, torna-as preocupadas com o tema e sensíveis a gerir a empresa para a boa reputação.

Salvador Cunha

O Código final deverá lançado daqui a sete meses, sendo subscrito pelas empresas que se identificarem com ele. “O facto de as empresas aderirem (ao código) não as torna automaticamente bem reputadas, torna-as preocupadas com o tema e sensíveis a gerir a empresa para a boa reputação”, ressalva Salvador da Cunha.

A ideia não é certificar empresas, mas que adiram às boas práticas e ao código. Se quiserem que se faça a medição da sua reputação, podemos fazer isso (através da Lift), mas aí não será o Rep.Circle — que não tem intuitos comerciais –, mas as empresas podem medir a sua reputação e saber o que fazer para melhorá-la”, diz.

Estudos sobre transparência e corrupção, atração e retenção de talento, transformação digital e propósito estão previstos para 2022 com a chancela do Rep.Circle.

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