Mais de metade dos autotestes comunicados ao SNS em dezembro eram positivos

Desde que a plataforma foi lançada, já foram comunicados mais de 45 mil resultados, dos quais 15.300 positivos, revelaram os SPMS, ao ECO. Só em dezembro, foram comunicados mais de 12.600 resultados.

Só em dezembro, foram reportados mais de 12.600 resultados de autotestes de despiste à Covid-19 na plataforma online criada para o efeito. Deste total, cerca de 7.400 foram positivos, segundo os dados divulgados pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), ao ECO. Isto significa que mais de metade (58,7%) dos portugueses que comunicaram os resultados no último mês de 2021 testaram positivo à Covid.

Esta plataforma, criada pelos SPMS, entrou em funcionamento a 20 de maio de 2021 e permite aos cidadãos reportarem os resultados dos autotestes de despiste à Covid-19 que estão a ser vendidos nas farmácias, parafarmácias e supermercados portugueses para utilização da população em geral.

Desde então e até à passada quinta-feira, 6 de janeiro, “foram reportados na plataforma mais de 45 mil autotestes, dos quais cerca de 15.300 são positivos”, revelou fonte oficial dos SPMS e INSA, em resposta ao ECO. Nesse contexto, é possível constatar que cerca de três em cada dez autotestes (34%) comunicados nesta plataforma foram positivos.

Face à situação pandémica, Governo e especialistas têm vindo a incentivar o uso de autotestes para despistar eventuais casos de infeção por Covid-19, sendo que esta foi inclusivamente uma das opções recomendadas como medida de prevenção para os habituais encontros na época festiva. Só em dezembro, foram reportados “mais de 12.600 autotestes, dos quais cerca de 7.400 foram positivos”, sinalizam os organismos. Contas feitas, isto significa que 28% do total de autotestes comunicados desde que a plataforma entrou em funcionamento foram em dezembro. Além disso, isto significa também que do total de autotestes comunicados nesse período, mais de metade (58,7%) foram positivos.

Segundo as recomendações das autoridades de saúde, os utentes que tenham um autoteste positivo ou inconclusivo devem, depois de registarem na plataforma o resultado do teste, contactar a linha SNS24 ( (808 24 24 24), sendo que posteriormente é-lhes emitida uma prescrição para teste confirmatório PCR, dado que os autotestes não são considerados como método de referência para diagnóstico para o SARS-CoV-2, e se não tiverem tido um teste positivo nos últimos 180 dias. Além disso, para os indivíduos indivíduos sintomáticos ou que contactaram com um caso confirmado, independentemente do resultado do autoteste, é também recomendado que contactem a linha SNS24.

SNS 24 recebeu mais de 160 mil chamadas por autotestes positivos de assintomáticos

Entre abril de 2021 e domingo, 9 de janeiro, a linha SNS 24 recebeu “mais de 160 mil chamadas por resultados de autotestes positivos de utentes assintomáticos”, de acordo com os dados disponibilizados pelos SPMS e pelo INSA, ao ECO. Deste total, só no mês de dezembro, foram registadas mais de 56.400 chamadas, na sequência de autotestes positivos de utentes assintomáticos.

Apesar de fiabilidade dos autotestes (tal como dos testes rápidos de antigénio) não ser tão elevada quanto a dos PCR, estes têm-se revelado suficientemente sensíveis quando uma pessoa tem uma carga viral mais elevada e, portanto, é mais contagiosa. Além disso, são mais baratos e especialmente dirigidos a doentes com suspeita de infeção e em caso de contacto com doentes positivos, bem como, para fins de rastreio.

Nesse contexto, a equipa de peritos liderada por Raquel Duarte que aconselha o Governo nas questões relacionadas com a pandemia, recomendou, na última reunião do Infarmed, que o Governo tornasse os autotestes gratuitos. Até ao momento, o Executivo apenas comparticipa a 100% a realização de quatro testes de antigénio por utente por mês. Desde segunda-feira, que a DGS permite que os autotestes possam ser permitidos no acesso a eventos de grande dimensão (desportivos, culturais ou corporativos), desde que feitos à entrada sob supervisão dos responsáveis.

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