Demissão de Horta Osório é outro golpe na estabilização da reputação do Credit Suisse, diz DBRS

  • ECO
  • 18 Janeiro 2022

Agência DBRS Morningstar diz que demissão do banqueiro português evidencia a importância de uma "liderança pelo exemplo, tanto dentro como fora do local de trabalho".

A demissão de António Horta Osório do cargo de chairman do Credit Suisse, na sequência da violação das regras da pandemia, é “outro golpe na tentativa de estabilização da reputação” do banco suíço, considera a agência de rating DBRS Morningstar.

Horta Osório resignou ao cargo esta segunda-feira, na sequência de uma investigação interna do banco que concluiu que o banqueiro português violou em duas ocasiões as regras de quarentena na Suíça e no Reino Unido, numa das vezes para assistir à final do torneio de ténis de Wimbledon, em julho.

“A sua renúncia evidencia a importância de um enquadramento de cultura empresarial e de corporate governance robusto, incluído uma liderança pelo exemplo, tanto dentro como fora do local de trabalho. A demissão surge numa altura em que o grupo está em processo de restauração da confiança dos investidores e dos acionistas, depois das falhas significativas na gestão do risco que ocorreram nos primeiros meses de 2011, relacionadas com o caso Archegos e Greensill”, explicaram os analistas da agência de notação de risco numa nota publicada esta terça-feira.

Horta Osório vai ser substituído por Axel Lehman no cargo. “Tem uma reputação bem estabelecida na Suíça e nos mercados financeiros internacionais”, considera a DBRS, citando as suas passagens pelo banco UBS e pela seguradora Zurich.

“A designação de Lehman deverá promover uma transição relativamente tranquila na execução da estratégia do grupo até 2024. (…) Os progressos na reconstrução da confiança dos investidores e as melhorias na gestão de risco e da cultura de negócios do grupo deverão ser mais visíveis a médio prazo”, indicou a agência.

A DBRS baixou a perspetiva para o rating “A” do Credit Suisse de “estável” para “negativo” em abril, face aos casos da Archegos e Greensill.

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