Asisa, MetLife, Aegon e CESCE são as seguradoras com menos sinistros
Os pagamentos feitos por todas as seguradoras baixou para 87% dos prémios recebidos em 2021 mas no total ainda está acima do período pré-pandemia. Conheça as mais e menos afetadas.
Os pagamentos feitos por todas as seguradoras a operar em Portugal devido a sinistros atingiu 11,6 mil milhões de euros em 2021, significando 87% do valor dos prémios recebidos durante o ano passado. Essa taxa, que compara custos com sinistros com prémios emitidos pelas companhias, revelou uma melhoria em relação a 2020 em que atingiu 107%, mas é pior que os 75% registados em 2019, último ano completo pré-pandemia.
Estes dados são baseados nos relatórios agora publicados pela ASF, entidade reguladora do setor, que contabilizam os custos com sinistros e a produção de todas as seguradoras a operar no mercado, suportados quer por companhias com sede em Portugal, quer por sucursais de seguradoras sediadas em outros países membros da União Europeia.
No entanto, a análise dos custos com sinistros deve ser separada pelo ramo Vida e pelos ramos Não vida já que a interpretação e conclusões tomadas sobre valores apresentados é diferente. A ASF classifica as seguradoras por Mistas, são as que exploram simultaneamente os ramos Não Vida e Vida, como é o caso da Allianz, Tranquilidade/ Generali ou Fidelidade, das que apenas exploram o ramo Vida ou o ramo Não Vida. Nestes dois últimos grupos existem grupos seguradores que separam os negócios Vida e Não Vida em duas empresas distintas como é o caso da Zurich, Victoria, UNA ou Lusitania. Para esta análise ECOseguros separa ainda, dos ramos Não vida, as quatro seguradoras de crédito dada a especificidade da sua atividade.
Os custos com sinistros são apenas uma parte dos custos das seguradoras na gestão do negócio. A estes têm se adicionar as despesas de funcionamento de cada companhia para se os custos totais e apurar o resultado técnico. A este lucro ou prejuízo técnico, deve ainda juntar os resultados dos investimentos realizados com o dinheiro dos segurados para se obter os resultados reais das companhias.
Seguradoras Vida: Quando maus números são boas notícias
As 18 companhias que apenas exploraram o ramo Vida em 2021 obtiveram resultados muito desiguais em sinistralidade. Os valores apurados pela ASF incluem os sinistros de puro risco que incluem rendas e indemnizações pagas aos segurados, mas também os valores regularizados por via de resgates, e o ano de 2020 foi excecional nesse campo pelas medidas de combate à pandemia que retiraram penalizações ao resgate de produtos PPR, bem como o vencimento de contratos por fim de prazo.
Muitos contratos terminaram durante o ano de 2021, aparentemente penalizando mais a GamaLife e duas companhias do Grupo Ageas Portugal, a Ocidental Vida e Ageas Vida. No entanto, para todas estas seguradoras os elevados valores de sinistralidade neste caso são boas notícias. Significa que estão a terminar os prazos de antigos contratos financeiros que garantiam rendimento e capital e esses capitais estão a ser reinvestidos – facto confirmado pelos aumentos na produção verificados ao longo do ano passado – em novos produtos financeiros com risco do lado do tomador do seguro , com isso aliviando a necessidade de as companhias imobilizarem capital adicional para assegurarem os seus rácios legais de solvabilidade.
No ano de 2021 no ramo Vida destaca-se a pouca sinistralidade da Aegon Santander e da Cardiff e, entre as maiores, valores mais que prudentes na Lusitania e Zurich.
Companhias Mistas: Ainda a influência do ramo Vida
As 12 companhias mistas apresentaram nos últimos 3 anos uma taxa de sinistralidade entre 80 e 88% e também estas estão afetadas pelas características do ramo Vida. A Fidelidade e a Bankinter Vida têm forte componente destes seguros e logo a sua sinistralidade via resgates ou termo de contratos financeiros manifesta-se no total da companhia. Por outro lado a Tranquilidade/Generali, sendo mista, tem uma exposição baixa ao ramo Vida, apenas 7% da produção, o que gera um resultado mais próximo de uma companhia Não Vida.
Seguradoras Não Vida: Os puros riscos de subscrição
Para as companhias que exploram os ramos Não Vida a sinistralidade advém das políticas de subscrição prosseguidas pela companhia, pelo cálculo do risco e pela sorte de não existir um evento com grande impacto nas indemnizações. A MetLife aposta em acidentes pessoais e a sua sinistralidade é baixa, bem como a Cardif que tem carteira forte em apólices de perdas pecuniárias. A média de sinistralidade foi sempre abaixo dos 60% nos três últimos anos. A RNA é uma companhia de assistência que passa a linha da rentabilidade, mesmo sem despesas.
Seguradoras de Crédito: Um mundo diferente
As seguradoras de crédito seguem lógicas diferentes das seguradoras comuns, embora se obriguem a bastante análise de risco, focada nos sinistros causados por más experiências de pagamentos por parte dos clientes dos seus segurados.
Com atividade forte em empresas exportadoras com o risco de deficiente recebimento por parte dos seus clientes internacionais ou nacionais, o mercado divide-se por quatro empresas, sendo a Cosec a líder e a mais abrangente em ação através de forte ligação ao Estado.
A sinistralidade tem-se revelado confortável de suportar.
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