Ucrânia e Fed penalizam abertura em Wall Street

Bolsas americanas também arrancam em baixa, com investidores atentos aos desenvolvimentos na Ucrânia. Os comentários "mais agressivos" de um responsável da Fed também penalizam Wall Street.

Wall Street também está sob a pressão vendedora que está a varrer os mercados mundiais esta segunda-feira, com os investidores preocupados com o aumento do risco devido à eventual invasão russa na Ucrânia a qualquer altura. Os comentários do presidente da Fed de St. Louis também condicionam a evolução das ações americanas no arranque da sessão.

Os EUA acreditam que a ameaça de uma invasão da Rússia está iminente, mantendo, contudo, os canais diplomáticos abertos e reafirmando o compromisso de defender o território da NATO. De acordo com a Reuters, entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, sugeriu ao Presidente Vladimir Putin que Moscovo se mantenha na via diplomática, isto depois de ter recebido propostas da parte dos EUA para reduzir os riscos militares.

Por outro lado, em entrevista à CNBC, James Bullard defendeu um aumento de 100 pontos base dos juros da Reserva Federal até junho, sublinhando que o banco central tem de assegurar ao público que vai defender o seu objetivo de 2%. O mercado está agora a apontar para uma possibilidade de 67% de uma subida de 50 pontos base já em março, na sequência das declarações deste responsável.

Neste cenário, enquanto as bolsas europeias cedem mais de 2%, as principais praças americanas registam quedas que não superam os 0,5%. O S&P 500 perde 0,30% para 4.405,57 pontos, ao mesmo tempo que o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq recuam 0,38% e 0,03%, por exemplo.

O índice VIX, também conhecido como o índice do medo em Wall Street, dispara mais de 20% para o valor mais alto em quase três semanas.

“O discurso mais agressivo de James Bullard no que respeita à subida de taxas de juro está a fazer subir novamente as yields das obrigações, aproximando a taxa dos 10 anos dos 2%. Isto vem juntar-se hoje às tensões geopolíticas na fronteira da Rússia com a Ucrânia, com várias fontes a defenderem que uma invasão russa poderá ocorrer ainda esta semana”, explicam os analistas da sala de mercados do BCP.

“Os setores mais cíclicos e de maior crescimento esperado podem ser neste contexto os mais penalizados”, acrescentam numa nota.

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