Autoeuropa aumenta produção da Sharan e corta no T-Roc devido à escassez de chips

Na linha montagem são produzidos 15 T-Roc e a seguir uma carrinha Sharan. Passarão a ser produzidos nove SUV por cada carrinha. O objetivo é responder ao aumento da procura da Sharan.

A Autoeuropa vai aumentar a produção da carrinha Sharan e reduzir a do T-Roc, apurou o ECO. Para responder à procura do mercado, confrontado com atrasos na disponibilização de modelos das várias marcas automóveis, devido à escassez de semicondutores, a fábrica de Palmela vai mudar o ritmo de produção dos seus dois modelos.

O monovolume Sharan, cuja produção estava prevista terminar em novembro deste ano, começou a sair das linhas de produção da Autoeuropa em setembro de 2010. Tinha o seu fim traçado para 2020, mas, em 2019, a administração decidiu prolongar o seu tempo de vida mais dois anos, ou seja até 2022, tal como o ECO avançou em primeira mão na altura. Mas, precisamente porque este é um modelo mais antigo, incorpora menos semicondutores, o que leva o mercado a valorizar e procurar mais a “velha” carrinha Sharan.

Para responder ao aumento das encomendas, a administração decidiu incrementar a produção do monovolume: assim, na linha de montagem, em vez de ser produzida uma carrinha Sharan por cada 15 T-Roc, passará a ser produzida uma por cada nove SUV.

Recompor a linha de montagem para produzir um monovolume por cada nove T-Roc também se justifica pelo facto de, em meados de abril, começar a ser produzido uma nova versão do SUV citadino, que foi o modelo da Volkswagen mais vendido em Portugal em 2021. O ano passado este compacto acelerou as vendas no mercado nacional em mais de 84%, ultrapassando o Polo, Golf (tradicionais campeões de vendas) e T-Cross. Este desempenho sobressai num ano em que o número de ligeiros de passageiros novos matriculados aumentou apenas 0,8%.

No evento, que assinalou o 30.º aniversário do início da construção da fábrica de Palmela, que contou com a presença do primeiro-ministro e do Presidente da República — e que ficou marcado pelo anúncio de António Costa sobre a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência — Miguel Sanches revelou o “novo” T-Roc que começará a ser produzido este ano. Este evento marcou também a despedida de Miguel Sanches do cargo de diretor-geral da Autoeuropa e a chegada do seu sucessor, Thomas Hegel Gunther.

Estas alterações surgem num momento em que já existe um pré-acordo de aumentos salariais para a fábrica: 2% em 2022 e 2023, com um mínimo de 25 euros este ano e de 30 euros no próximo, tal como o ECO avançou. Já estão marcados plenários para discutir com os trabalhadores as propostas em cima da mesa, estando prevista a votação do pré-acordo a 24 e 25 de fevereiro. Neste pré-acordo, a administração compromete-se a anunciar até 2023 um novo modelo, que só entrará em produção em 2025.

Mas por outro lado, a administração também tem em marcha um programa de rescisões voluntárias para fazer face à quebra de produção prevista para este ano (menos 53 mil veículos face a 2021), tal como o ECO avançou. O objetivo é reduzir o número de colaboradores até 2023 e, para tal, a empresa está a oferecer uma indemnização correspondente a 1,5 salários por cada ano de trabalho, mas com um teto máximo de dez anos. Pelo menos, 70 pessoas já aceitaram.

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