Bruxelas tem plano para reduzir em 80% dependência de gás russo

  • Lusa
  • 7 Março 2022

Bruxelas vai pedir que os Estados-membros comecem a fazer reservas de gás para o próximo inverno. O comissário Frans Timmermans diz que é viável cortar dependência do gás russo, mas não será fácil.

A Comissão Europeia quer reduzir em 80% a dependência da importação de gás russo antes de 2030, através de um plano, que será apresentado esta terça-feira, noticia a Bloomberg. O plano contém medidas que preveem aumento da eficiência energética e novas formas de abastecimento.

Penso que podemos apresentar, esta terça-feira, um plano para reduzir substancialmente a nossa dependência de gás russo já este ano e, em alguns anos, tornar-nos independentes da importação de gás russo”, afirmou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia Frans Timmermans, no Parlamento Europeu. O também responsável pelo Pacto Ecológico Europeu ressalvou que, apesar de “viável”, esta não é uma tarefa fácil.

Segundo a Bloomberg, que citou fontes com conhecimento do processo, o plano prevê um corte de 80% na dependência de gás russo. Neste sentido, Bruxelas vai pedir que os Estados-membros comecem a fazer reservas de gás para o próximo inverno, de modo a estarem preparados para uma eventual interrupção do abastecimento.

Por outro lado, a Comissão Europeia quer reduzir a dependência de combustíveis fósseis, diminuindo a emissão de gases com efeito de estufa, em linha com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica até 2050.

Na quarta-feira, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, já tinha anunciado a apresentação de diretrizes para os Estados-membros enfrentarem os preços do gás e eletricidade, que batem máximos históricos. “Para abordar as questões relativas aos preços elevados da energia e alguns outros aspetos relativos à energia, a Comissão planeia apresentar uma comunicação sobre energia na próxima semana para lidar com estas questões”, anunciou, na altura, Dombrovskis.

Em conferência de imprensa no final de uma reunião extraordinária dos ministros das Finanças da UE, dedicada ao conflito ucraniano causado pela invasão russa, o responsável pela pasta de “Uma economia que funciona para as pessoas” precisou que o executivo comunitário prevê agora que “o preço do gás e da eletricidade se mantenha elevado este ano”.

“O impacto global sobre a inflação e a economia é significativo e não se espera que diminua em breve, pelo que estaremos num contexto de preços mais elevados e de inflação mais elevada durante mais tempo do que inicialmente pensámos”, admitiu Valdis Dombrovskis. Vincando que “a situação na Ucrânia se agravou dramaticamente”, razão pela qual a UE tem vindo a atuar nomeadamente impondo severas sanções, o responsável admitiu que “haverá custos imediatos” para a Europa.

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