Janeiro trouxe “crescimentos acentuados dos preços na produção e no consumidor”, diz INE
Aumentos na energia têm influenciado crescimento nos preços dos bens, mas a componente dos serviços começa já a registar uma subida também.
Os preços continuaram a subir no primeiro mês do ano, de forma “acentuada”, quando se registou também um crescimento nos indicadores da atividade económica na perspetiva da produção, como nota o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira.
“Os indicadores de curto prazo (ICP) relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para janeiro, continuam a apontar para elevados crescimentos em termos nominais, mais intensos do que os observados em dezembro, refletindo crescimentos pronunciados nos preços implícitos”, lê-se na Síntese Económica de Conjuntura do INE.
Registou-se um aumento na construção enquanto a atividade na indústria diminuiu, “resultando em larga medida da forte contração nas atividades de produção de energia e automóvel”, como explica o gabinete de estatística. Mesmo assim, é apenas o índice de produção na indústria que está num nível inferior ao período pré-pandemia, enquanto o volume de negócios na indústria e nos serviços, assim como o índice de produção na construção já estão acima dos valores de janeiro de 2020.
Quanto aos preços, o índice de preços na produção da indústria transformadora subiu em fevereiro 16,3% face ao mesmo período do ano anterior (14,2% no mês anterior), o crescimento mais elevado da atual série. “Excluindo a componente energética, este índice aumentou 11,7% em termos homólogos, apresentando também o crescimento mais elevado da atual série, após ter apresentado uma variação de 11,2% em janeiro”, diz o INE.
Já a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor foi 4,2% em fevereiro, registando assim a taxa mais elevada desde outubro de 2011. O aumento nos preços dos bens energéticos influenciou a componente de bens, enquanto a componente de serviços começa agora a mostrar uma “tendência de aceleração dos preços”.
“Desde o início de 2021 é visível uma forte aceleração da componente de bens, particularmente influenciada pelo comportamento dos preços dos bens energéticos, ultrapassando o ritmo de crescimento dos preços dos serviços. Contudo, verifica-se igualmente nos últimos meses uma aceleração progressiva da componente de serviços”, diz o INE.
No contexto europeu, segundo a estimativa do Eurostat, o índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) na Zona Euro “terá passado de um crescimento homólogo de 5,1% em janeiro para um novo máximo de 5,8% em fevereiro”. Já o índice de preços na produção da indústria transformadora dos principais países fornecedores da economia portuguesa teve aumentos recordes, de 2,3% em cadeia e de 14,9% em termos homólogos.
O INE destaca ainda a evolução do petróleo Brent, que em fevereiro “registou uma variação em cadeia de 12,0%, situando-se em 85,6 euros (66,5% acima do valor de fevereiro de 2021)”. Já em março, segundo os dados já disponíveis, o Brent atingiu um valor médio de 108,2 euros por barril nos primeiros catorze dias do mês, o que representa aumentos de 26,3% relativamente a fevereiro e 96,8% comparativamente a março de 2021. Depois de um pico a 8 de março, tem-se verificado uma redução nos últimos dias.
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