Lloyd’s of London regressa aos lucros com melhor resultado de 6 anos
Embora esperando impacto direto pouco significativo no hub londrino, a companhia admite que os efeitos indiretos da guerra na Ucrânia serão importantes no final de 2022.
A Lloyd’s of London, gestora do mercado homónimo de seguros comerciais em Londres, obteve 2,3 mil milhões de libras esterlinas em lucros antes de impostos no fecho do exercício (cerca de 2,74 mil milhões de euros o câmbio do último dia de 2021), invertendo prejuízo que se acercou de 880 milhões de libras em 2020, um ano em que os custos de sinistros relacionados com a pandemia de Covid-19 (cancelamento de eventos e encerramento de empresas) penalizaram as contas da entidade.
O desempenho mostrou-se igualmente no resultado da atividade de subscrição, que passou de um negativo de 2,7 mil milhões, para um resultado positivo de 1,7 mil milhões de libras esterlinas no ano passado, uma evolução que também beneficiou de decréscimo de sinistros catastróficos, como furacões e incêndios florestais. Em consequência, o rácio combinado no negócio de seguros gerais melhorou de 110,3%, em 2020, para 93,5%, a fixar o melhor nível de eficiência dos últimos 7 anos.
O volume bruto de prémios ascendeu a 39,2 mil milhões de libras esterlinas (cerca de 46,7 mil milhões de euros), apontando crescimento de 11% a comparar com 35,5 mil milhões no exercício precedente.
Com os recursos líquidos a crescerem 2,6 mil milhões, para 36,6 mil milhões de libras, reforçou-se a posição de capital e “excecional resiliência” da Lloyd’s, com os níveis de solvência a aumentarem para 388% (central solvency), contra 209% no ano anterior.
Citado no mesmo comunicado, o presidente executivo afirma: “Ao anunciarmos os resultados, os nossos pensamentos estão, antes de mais, com o povo da Ucrânia.” Neste contexto, a Lloyds admite que a atual guerra na Ucrânia constituirá um “sinistro importante” para o conjunto do hub londrino em 2022. Sem estimar montantes absolutos decorrente do conflito militar, a companhia reitera que, em termos dos riscos subscritos, a exposição direta (Ucrânia, Rússia e Bielorrússia) não representará sequer 1% do seu negócio.
Depois de ter desembolsado 19,9 mil milhões de libras em 2021 (valor bruto de indemnizações pagas por sinistros), a Lloyd’s refere que pagou 2,9 mil milhões de libras por sinistros relacionados com Covid-19 (86% dos sinistros participados notificados até à data).
“Embora não se perceba ainda a dimensão total dos custos económicos e humanos” do conflito, “é evidente que os impactos se estenderão da Ucrânia a todos os cantos do mundo,” afirma John Neal numa declaração publicada em separado. “Vivemos atualmente tempos de risco acrescido, que não víamos nem experimentámos” nos últimos 75 anos. “O seguro tem um papel fundamental a desempenhar,” observa o CEO do Lloyd’s of London.
Já os impactos de segunda ordem que, admite a companhia, terão consequências indiretas importantes no mercado referência global do seguro comercial, os custos só poderão estimar-se no final de 2022. Mas, adianta ainda a companhia com base em cenários testados, esses efeitos deverão ficar dentro de níveis de tolerância, sem afetar a solvência.
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