Competências digitais aumentam em mais de 40% probabilidade de ter salário mais elevado

Combinar competências e atitudes é a chave para o futuro do trabalho, diz a McKinsey. Quanto maior for o domínio deste tipo de skills, maior é a empregabilidade e a mais altos são os salários.

À medida que surgem novas profissões e que o mercado de trabalho é cada vez mais digitalizado, é praticamente que as atuais competências dos profissionais sejam suficientes. Hoje é claro que as pessoas terão de adquirir novas skills. DELTAs, ou seja, elementos distintivos de talento que combinam as competências e atitudes das pessoas, serão a chave para o futuro do trabalho. Quanto maior for o domínio dos DELTAs, maior é a empregabilidade e a probabilidade de obter rendimentos mais elevados e realização profissional. As competências digitais e cognitivas, em específico, são as que ditarão os salários mais altos, aumentando a probabilidade em mais de 40%, revela a McKinsey & Company no recente estudo “Defining the skills citizens will need in the future world of work”.

“Num mercado de trabalho cada vez mais global, automatizado, digital e dinâmico, todos os cidadãos irão beneficiar se tiverem um conjunto de competências que lhes permita acrescentar valor, para além do que os sistemas automáticos e máquinas inteligentes possam fazer, operar num ambiente digital, e adaptar-se continuamente a novas formas de trabalhar e novas profissões”, afirma André Osório, manager do Client Capabilities Hub da McKinsey.

Desta forma, a necessidade de competências tecnológicas, sociais, emocionais e cognitivas mais elevadas irá crescer. Por outro lado, a procura por competências manuais, físicas e cognitivas básicas terá tendência a diminuir. Além disso, espera-se que a especialização se torne cada vez mais relevante.

Num mercado de trabalho cada vez mais global, automatizado, digital e dinâmico, todos os cidadãos irão beneficiar se tiverem um conjunto de competências que lhes permita acrescentar valor, para além do que os sistemas automáticos e máquinas inteligentes possam fazer, operar num ambiente digital, e adaptar-se continuamente a novas formas de trabalhar e novas profissões.

André Osório

Manager do client capabilities hub da McKinsey

À medida que surgem novas profissões, cerca de 700 mil trabalhadores em Portugal terão de alterar a sua ocupação ou adquirir novas competências até 2030, estimava já em 2019 um estudo publicado pela companhia.

Competências digitais aumentam mais de 40% probabilidade de obter salários altos

A obtenção de rendimentos superiores está, sobretudo, associada a competências na categoria digital e cognitiva, como é o caso da compreensão de sistemas digitais, utilização e desenvolvimento de software, planeamento e formas de trabalhar, bem como comunicação.

Um inquirido com maior proficiência em todos os DELTAs da categoria digital tem 41% mais probabilidade de obter rendimentos mais elevados. A comparação equivalente é de 30% para DELTAs cognitivos, 24% para DELTAs de auto-liderança e 14% para DELTAs interpessoais.

No entanto, ao mesmo tempo, a análise revelou que a capacidade dos inquiridos é de modo geral mais baixa precisamente ao nível das competências digitais.

Já no que diz respeito à empregabilidade, os três elementos distintivos com maior influência passam pela síntese de mensagens, capacidade de lidar com a incerteza e adaptabilidade. Por sua vez, a autoconfiança, gestão da incerteza, automotivação e bem-estar são alguns dos DELTAs que estão mais associados à realização profissional.

“O estudo da McKinsey demonstra que muitas das competências necessárias para o futuro do trabalho já revelam ser úteis no percurso profissional dos trabalhadores, o que reforça a importância de atualizar conhecimento, requalificar e aprofundar valências para manter a competitividade”, explica André Osório.

“Na McKinsey, por exemplo, além da importância que damos à aprendizagem contínua, temos vindo a apostar cada vez mais em perfis com competências especializadas para responder aos desafios deste novo contexto através da criação do Client Capabilities Hub, inaugurado em Lisboa no ano passado, que tem como objetivo ser um motor de inovação e criação de conhecimento especializado ao serviço dos nossos clientes.”

Profissionais com diploma universitário estão melhor preparados para mudanças

A educação provou ser um fator que influencia a capacidade em algumas competências. De modo geral, os inquiridos com formação universitária demonstraram ter níveis mais elevados nos DELTAs identificados pela consultora, sobretudo nas categorias cognitivas e digitais (como é o caso da literacia digital e programação), o que sugere que estarão melhor preparados para as mudanças no local de trabalho.

No entanto, o mesmo não se verifica em todos os DELTAs das categorias de auto-liderança e competências interpessoais, que serão cada vez mais críticos no futuro do trabalho ao viabilizar a adaptação e o crescimento contínuos. Nestes, um nível de educação superior não está associado a um maior domínio em elementos distintivos como a autoconfiança, coragem e capacidade de correr riscos, empatia, resolução de conflitos e gestão da incerteza.

Para impulsionar o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem que permitam aos cidadãos evoluir e preparar-se para o futuro do trabalho, a investigação da McKinsey partiu de quatro categorias de competências: cognitivas, digitais, interpessoais e de auto-liderança. Adicionalmente, foram identificados 56 elementos distintivos de talento (DELTAs) dentro destas categorias.

Conheça a lista completa aqui.

“Os governos e organismos públicos querem apoiar os cidadãos no desenvolvimento de competências, mas é difícil conceber programas curriculares e as melhores estratégias de aprendizagem sem especificar as competências necessárias. Esta investigação ajuda a definir, de forma mais precisa, as competências relevantes para o futuro do trabalho, para que os trabalhadores se possam preparar em conformidade”, esclarece o responsável.

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