Passagens na Ryanair até 9% mais caras no verão, estima CEO
Michael O'Leary diz que a companhia espera estar a operar 15% acima de 2019. Filas no aeroporto de Lisboa também acontecem noutros países, devido à falta de pessoal.
A Ryanair estima ter tarifas entre 8% a 9% mais elevadas este verão, em julho e agosto. Tarifas estão a ser “arrastadas” pelas dos concorrentes, justifica o CEO da companhia aérea, em entrevista. Destinos portugueses serão dos mais procurados.
“De momento, com base nas reservas antecipadas para julho e agosto, parece que as tarifas serão mais elevadas, entre mais 8% a 9% em julho e agosto”, disse o presidente executivo do grupo Ryanair, Michael O’Leary, em entrevista à Agência Lusa em Bruxelas.
Na capital belga para reuniões com os sindicatos e para discussões sobre as novas regras para o regime de comércio de licenças de emissão da União Europeia, Michael O’Leary afirmou à Lusa que “as tarifas estão estáveis em junho face ao período pré-covid-19, depois de terem descido 6% a 7% em abril e maio”.
“Deve-se em grande parte ao custo mais elevado do combustível na concorrência, que aumenta as tarifas para pagar o combustível mais elevado”, pelo que, apesar de “nós cobrirmos o nosso combustível, estamos a ver as nossas tarifas serem arrastadas pelas dos concorrentes”, explicou o responsável.
De acordo com Michael O’Leary, a companhia aérea irlandesa de baixo custo pretende “manter as tarifas baixas”, razão pela qual aposta em 70 novas aeronaves este verão e mais 55 aeronaves no próximo inverno. “Estamos a acrescentar capacidade para manter as tarifas baixas, mas a concorrência está a fazer subir os preços porque estão mal protegidos”, adiantou.
Sobre previsões para a operação no verão, Michael O’Leary referiu que a Ryanair estima “operar a cerca de 115% do pré-covid-19”, dado estar a “crescer muito fortemente”.
“Em abril e maio, o nosso tráfego foi mais elevado do que em 2019 pré-covid-19 e, por isso, continuamos a ser a única companhia aérea que este verão estará a operar a mais do que o nosso tráfego pré-covid-19”, adiantou.
A expectativa da companhia aérea é ainda que, este verão, os destinos portugueses sejam dos mais procurados na Europa. “Há um crescimento no Porto, em Faro, na nova base na Madeira está a correr incrivelmente bem”, concluiu Michael O’Leary.
Filas nos aeroportos não é um exclusivo de Lisboa
Há muitos problemas na experiência de viagem pela falta de trabalhadores”, mas “Lisboa não é diferente de muitos outros aeroportos na Europa, neste momento”, disse o presidente executivo do grupo Ryanair. “Há muitos problemas na experiência de viagem pela falta de trabalhadores”, referiu.
Michael O’Leary afirmou à Lusa que também em países como Alemanha, Irlanda e Bélgica se estão a registar problemas como os do aeroporto de Lisboa porque “têm pouco pessoal no manuseamento e na segurança dos aeroportos”. “Por isso, têm longas filas de segurança e é necessário aumentar o número de funcionários”, defendeu.
A estimativa do responsável é que “o número de funcionários melhore durante o próximo mês ou dois”, embora reconheça que “há muitos pontos de estrangulamento na segurança dos aeroportos e de manuseamento em muitos aeroportos por toda a Europa”.
O CEO da Ryanair voltou a apontar que o projeto de construção do aeroporto do Montijo poderia ser uma solução porque permitiria ter mais infraestruturas para receber os passageiros. “Numa altura em que o aeroporto da Portela está cheio e não conseguimos obter quaisquer faixas horárias adicionais para aí crescer, o crescimento de Lisboa e a recuperação do turismo em Lisboa e em Portugal em geral está a ser travado pelo fracasso do Governo em avançar com o Montijo, que agora tem o apoio não só das companhias aéreas, mas também da ANA”, referiu o responsável.
E criticou: “No entanto, continuamos à espera que o Governo português tome a decisão de prosseguir com a sua ação”.
A Ryanair conta atualmente com 89 bases em 225 aeroportos de 36 países europeus.
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