Taxas Euribor dão maior salto em mais de dez anos
Taxas que são usadas nos créditos da casa não param de subir. Euribor a seis e 12 meses deram esta terça-feira o maior salto em mais de uma década e pressionam famílias.
As taxas Euribor dispararam esta terça-feira, registando as maiores subidas em mais de uma década, refletindo o aumento dos juros da dívida e as expectativas dos investidores em relação a subida das taxas dos bancos centrais, e no que se irá traduzir num agravamento dos encargos das famílias com a prestação da habitação paga ao banco.
A Euribor a seis meses, a mais usada nos créditos da casa, foi fixada esta terça-feira nos 0,175%, subindo 6,7 pontos base em relação a segunda, tratando-se do maior aumento desde 2011, de acordo com a agência Reuters. Está agora no valor mais elevado desde 2014.
Já a Euribor a 12 meses (que ganhou relevância nos contratos mais recentes) subiu 16,5 pontos base na maior subida desde 2008, tendo sido fixada nos 0,957%, a taxa mais elevada desde 2012.
Em relação à Euribor a três meses, com a subida de 3,8 pontos base em relação a segunda-feira, na maior subida desde abril de 2020, está agora fixada nos -0,243%.
A Euribor é a taxa de referência na Zona Euro baseada na média dos juros praticados por um conjunto de 52 bancos da região (a Caixa é o único banco português neste painel), nos empréstimos que fazem entre si no chamado mercado interbancário, num determinado prazo: uma semana, um mês, três meses, seis meses e 12 meses.
Euribor aceleram
Fonte: Reuters
As Euribor são amplamente usadas nos contratos financeiros, incluindo nos financiamentos dos bancos para as famílias comprarem casa ou às empresas.
A prestação mensal da casa varia em função de vários fatores, incluindo o spread (taxa comercial do banco) e o indexante (Euribor). Em relação ao indexante, é preciso ter em conta a média mensal do mês anterior para calcular a taxa que pagará no mês a seguir no caso de o seu contrato ser novamente revisto.
Com as Euribor a subir, a taxa e, por conseguinte, a prestação paga ao banco também estão em alta, e numa altura em que as famílias estão sentir os duros efeitos da inflação na deterioração do seu rendimento e no seu orçamento familiar.
Para os contratos que foram revistos neste mês de junho, os cálculos do ECO para um cenário de um empréstimo de 150 mil euros, por um prazo de 30 anos, e com um spread de 1%, a subida das prestações foram as seguintes:
- Euribor a 3 meses: agravamento de sete euros na prestação, para 456 euros, o valor mais elevado desde junho de 2020.
- Euribor a 6 meses: aumentou cerca de 26 euros, colocando o valor da mensalidade ao banco acima dos 470 euros nos próximos seis meses.
- Euribor a 12 meses: prestação subiu 11% (mais de 50 euros) na maior subida em mais de uma década, o que fará com que as famílias tenham de suportar uma mensalidade de 500 euros ao longo do próximo ano.
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