Procura por petróleo deve ultrapassar níveis pré-pandemia no próximo ano, alerta AIE
A Agência Internacional de Energia estima que a procura por petróleo cresça 2,2 milhões de barris por dia para 101,6 milhões de barris por dia em 2023, superando os níveis pré-pandemia.
A procura global por petróleo vai subir e ultrapassar a procura registada durante o período pré-pandemia devido à guerra na Ucrânia. Esta é a principal conclusão do novo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), divulgado esta quarta-feira, onde se revela que após ganhos de 1,8 milhões de barris por dia este ano, a procura mundial por petróleo deverá saltar 2,2 milhões de barris por dia para 101,6 milhões de barris por dia, em 2023.
Este aumento será, no entanto, difícil de responder, uma vez que a AIE estima que seja registado um défice de 500.000 barris por dia.
Depois da divulgação do relatório, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, perde 0,95% para 118,11 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – cai também 0,62% para 120,42 dólares por barril.
Segundo a entidade, o aumento da procura será potenciado pela China numa altura em que a economia do país volta a reabrir, depois de ter voltado a impor restrições anti-covid. Por sua vez, as restantes economias desenvolvidas deverão abrandar no consumo de petróleo perante as perspetivas económicas desanimadoras e o crescente aumento da inflação.
“Enquanto o aumento dos preços e as perspetivas económicas mais fracas moderam os aumentos de consumo, uma China ressurgente vai acumular ganhos no próximo ano”, lê-se no documento divulgado, informando que, ao contrário do que se assistiu em 2022, quando a OCDE liderou a expansão, “as economias não pertencentes à OCDE vão representar quase 80% do crescimento no próximo ano”.
Este aumento será também influenciado pelas sanções aplicadas à Rússia e que comprometem os níveis de produção do país, isto numa altura em que a União Europeia concordou em avançar com um embargo a 90% das importações de petróleo até ao final do ano.
O documento revela ainda que aumentos “modestos” na produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados ( OPEP+), irão permitir uma “compensação parcial”, mas países não pertencentes ao grupo vão dominar os ganhos até ao final do ano e em 2023. Estes produtores, liderados pelos EUA, vão responder com 1,9 milhões de barris por dia de oferta em 2022 e 1,8 milhões de barris por dia no próximo ano, segundo as previsões da AIE. “No entanto, para evitar que o saldo se torne deficitário, a OPEP+ teria que explorar ainda mais a capacidade cada vez menor, reduzindo-a a mínimos históricos de apenas 1,5 milhões de barris por dia”, escreve o documento.
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