Inflação nos EUA acelera para 9,1% em junho, acima do previsto. Bolsas caem

O Índice de Preços no Consumidor nos Estados Unidos acelerou mais do que previsto em junho, aumentando a pressão sobre a Fed para uma nova subida das taxas de juro no final deste mês.

A taxa de inflação homóloga nos EUA atingiu 9,1% em junho, acelerando para um máximo desde novembro de 1981, revelou esta quarta-feira o Departamento do Trabalho norte-americano. O indicador compara com os 8,6% registados no mês anterior e a evolução superou as estimativas dos economistas, que previam uma taxa de 8,8%.

Com o anúncio, as bolsas europeias acentuaram as quedas e o português PSI perde 1,69%. Os juros da dívida norte-americana avançam, principalmente nas maturidades mais baixas.

Este resultado deverá colocar mais pressão sobre o banco central norte-americano na sua trajetória de aumento das taxas de juro. Embora muitos economistas tenham sugerido que estes dados serão o pico no atual ciclo inflacionário, fatores como a habitação mantêm as pressões sobre os preços elevadas durante mais tempo.

Por outro lado, o preço do petróleo tem vindo a cair nas últimas semanas, pelo que a expectativa é que a inflação nos EUA possa ter atingido o seu pico e passe a desacelerar, o que terá de ser confirmado nos próximos períodos.

Entretanto, o presidente dos EUA já reagiu, apontando que os números da inflação “estão “inaceitavelmente altos”, mas sublinhando que estes dados estão “desatualizados” perante a recente queda dos preços dos combustíveis. “A energia sozinha representou quase metade do aumento mensal da inflação. Os dados de hoje não refletem o impacto total de quase 30 dias de queda nos preços dos combustíveis”, sinalizou Joe Biden, em comunicado, acrescentando ainda que outras “commodities, como o trigo, caíram acentuadamente desde este relatório”.

Wall Street desliza com dados da inflação

As bolsas norte-americanas abriram a sessão desta quarta-feira em terreno negativo, numa altura em que os dados relativos à inflação nos EUA aumentam os receios de que poderão ser necessárias novas medidas da Fed para conter a inflação.

Neste contexto, o S&P 500 desvaloriza 1,35% para 3.767,22 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recua 1,21% para 30.605,85 pontos. Ao mesmo tempo, o tecnológico Nasdaq perde 1,72% para 11.070,69 pontos.

Os dados divulgados esta quarta-feira aumentam os receios de que seja necessário um aperto da política monetária por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) para conter a inflação. “A inflação acima do esperado significa que a Fed terá que continuar a aumentar as taxas de juros”, adianta Dave Grecsek, analista da Apiriant, em declarações à Reuters.

Em junho, o banco central já havia aumentado a taxa em 0,75 pontos percentuais, para o intervalo entre 1,5% e 1,75%, a maior subida desde 1994. No final deste mês, está prevista uma nova reunião, sendo que à luz deste dados os analistas antecipam uma subida de 75 pontos de base.

(Notícia atualizada às 15h32 com o comunicado do presidente dos EUA)

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