Bruxelas já não espera que Nord Stream volte a reabrir e prepara medidas adicionais

Comissário europeu admite que o executivo comunitário está a "trabalhar na suposição de que [o gasoduto] não volte a operar" e, por isso, admite a necessidade de serem tomadas medidas adicionais.

A Comissão Europeia já não espera que o Nord Stream 1, o principal gasoduto que faz a ligação entre a Rússia e a Alemanha para o fornecimento de gás para a Europa, volte a reabrir na próxima quinta-feira, 21 de julho, quando o processo de manutenção ficar concluído.

À Bloomberg, o comissário europeu para Orçamento e Administração, Johannes Hahn, admitiu, esta terça-feira, que o executivo comunitário “não espera que [o NordStream] volte” a reabrir, frisando que a Comissão Europeia está a “trabalhar na suposição de que [o gasoduto] não volte a operar. E, nesse caso, certas medidas adicionais precisam ser tomadas”, alertou.

O Nord Stream está encerrado desde 11 de julho na sequência de um processo de manutenção que estava agendado para decorrer nesta altura. No entanto, perante as sanções aplicadas à Rússia por vários países ocidentais e perante as sucessivas reduções do fluxo de gás para a Europa, os riscos de que este gasoduto não volte a reabrir tornam-se cada vez maiores.

Esta segunda-feira, a Reuters noticiava que a dona do gasoduto, a Gazprom, invocou “motivos de força maior” para justificar uma limitação nos abastecimento de gás através do NordStream. A indicação terá sido transmitida a pelo menos três compradores, na semana passada, a 14 de julho. Entre eles, estará a energética alemã Uniper.

Conhecida como a cláusula “Ato de Deus”, a força maior é usada habitualmente nos contratos comerciais e define as circunstâncias extremas que liberta uma das partes das suas obrigações legais. A declaração não significa necessariamente que a Gazprom vai interromper o fornecimento, mas não poderá ser responsabilizada se não cumprir os termos do contrato.

A Comissão Europeia já tinha avançado com estimativas sobre o impacto que o encerramento total do Nord Stream teria nas contas. Porém, um documento preliminar do executivo comunitário, citado pela Bloomberg, revela que o corte fornecimento de gás russo à Europa pode significar uma redução até 1,5% no Produto Interno Bruto (PIB) dos 27 Estados-membros, no cenário mais pessimista. No caso de um inverno estável, um corte no fornecimento de gás reduziria o PIB entre 0,6% e 1%.

O valor consta no plano de contingência que a União Europeia preparou para fazer frente ao possível corte definitivos e que será apresentado na quarta-feira, dia 20 de julho. O documento, intitulado “Poupar gás para um inverno seguro” deverá sugerir um racionamento do uso de energia do bloco, bem como a diversificação de fontes de energia e ainda a criação de um sistema de alertas.

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