Proposta de cortes no gás “não respeita interesses do país” e devia ter em conta “especificidades regionais”, defende ministro

O ministro do Ambiente foi perentório, dizendo que "a proposta vai ser rejeitada [por Portugal] se apresentada nestes termos" pois "não respeita os interesses do país".

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, explicou que “há várias formas de chegar ao mesmo objetivo” no que toca à redução do consumo de gás. A Comissão Europeia propôs aos Estados membros-uma redução de 15% mas, na ótica do ministro português, esta imposição é “desajustada” face ao contexto português e afirma que “o que interessa é que a nossa especificidade seja tida em conta”.

À margem do anúncio do primeiro pacote de medidas dos Licenciamentos ambientais, em Lisboa, o ministro do Ambiente foi perentório, dizendo que “a proposta vai ser rejeitada [por Portugal] se apresentada nestes termos”, pois “não respeita os interesses do país”. No seu entender, a mesma deveria ter em conta “especificidades regionais”.

Duarte Cordeiro argumenta com as fracas interligações que existem entre Portugal e a Europa, que dificultam a operacionalização da medida, e o ano especialmente seco, que deixa Portugal mais dependente do uso de gás natural, dado o desempenho diminuído das centrais hídricas.

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, aproveitou também para sublinhar que, ao contrário de muitos países da Europa, a maior fatia de gás natural, em Portugal, é usada pela indústria ou setor eletroprodutor, e não para uso doméstico. Isto significa que a redução do consumo tem dificuldades acrescidas: “A indústria ou tem, ou não tem [gás]. As centrais ou têm ou não têm. Não dá para baixar o termóstato”, argumenta.

Sendo que de momento a proposta está “em construção”, Duarte Cordeiro afirma que está em diálogo com a Comissão Europeia no sentido de se procederem a ajustes que vão mais ao encontro dos interesses do país. Questionado sobre se existe margem de negociação por parte da Comissão, considera que “deve haver”. A decisão terá de ser tomada não por unanimidade mas sim por opção da maioria, indica.

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