Mais de 9.200 táxis com novas tarifas

  • Lusa
  • 31 Julho 2022

Segundo o ministério tutelado por António Costa Silva, enquanto a atualização não for efetuada, os consumidores continuam a pagar o serviço de acordo com a tarifa antiga.

Os taxímetros de mais de 9.200 viaturas já foram atualizados desde 01 de junho, data em que entrou em vigor o novo tarifário, que levou, em média, a um aumento de 8%, anunciou hoje o Governo.

A programação do novo tarifário, a verificação e a selagem dos taxímetros deveriam, conforme estipulado na convenção, ser efetuadas até 31 de julho.

“A atualização dos taxímetros decorreu, assim, com a normalidade desejada, contabilizando-se mais de 9.200 viaturas verificadas metrologicamente”, indicou, em comunicado, o Ministério da Economia e do Mar.

As tarifas dos táxis subiram em média 8,05% em 01 de junho, segundo a convenção assinada entre a Direção-Geral das Atividades Económicas, a ANTRAL – Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros e a Federação Portuguesa do Táxi (FPT) e homologada pelo Governo.

A capacidade instalada de verificação é de aproximadamente 11.800 por mês, sendo que, em Portugal, existem 13.000 táxis.

Em junho, a taxa de atualização metrológica foi de cerca de 41% e, em julho, de 37%.

Segundo o ministério tutelado por António Costa Silva, enquanto a atualização não for efetuada, os consumidores continuam a pagar o serviço de acordo com a tarifa antiga.

O Instituto Português da Qualidade é responsável pela gestão do sistema de controlo, reconhecendo também as entidades para o exercício delegado desse controlo.

A convenção foi celebrada no dia 13 de maio, entre a Direção-Geral das Atividades Económicas, a ANTRAL e a FPT, “depois de um processo intenso de negociação e de auscultação” junto do Instituto da Mobilidade e dos Transportes e das associações de consumidores.

Em 12 de julho, a Associação Nacional Táxis Unidos de Portugal afirmou duvidar que os 13.000 táxis existentes no país conseguissem ter os seus taxímetros atualizados até ao final do mês.

“Feitas as contas, se ainda só foram atualizados 4.850 [táxis], duvidamos que as 8.150 viaturas [que faltam] consigam fazer a sua atualização dentro do prazo legal que resta”, notou, à data, a Associação Nacional Táxis Unidos de Portugal (ANTUP) em comunicado.

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Empresas notam maior procura por obras de reabilitação mas têm dificuldade em responder

  • Lusa
  • 31 Julho 2022

“Aumentou a preocupação dos condóminos quanto à eficiência energética dos edifícios”, assinala o líder da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios.

As empresas de construção notam uma maior procura por trabalhos de reabilitação, mas, refere quem está do lado da oferta e da procura, a falta de mão de obra tem dificultado e atrasado algumas respostas.

A dificuldade em encontrar quem faça obras de reabilitação ou de manutenção é uma realidade notada pela Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC) que, não sendo nova, se agravou neste último ano.

Este é um problema que se arrasta há alguns anos, no entanto, agravou-se no último ano e, como tal, poderemos dizer que estamos pior do que em 2019”, referiu o presidente da Direção da APEGAC, Vítor Amaral, à Lusa, especificando que, os empreiteiros “queixam-se, sobretudo, da falta de mão de obra e, por isso, algumas empresas, recusam-se a dar orçamentos para obras que sejam para realizar durante o corrente ano e, algumas, mesmo durante o ano 2023”.

Se, por um lado, a idade média do parque habitacional torna as obras de conservação indispensáveis, Vítor Amaral acentua que, por outro, também “aumentou a preocupação dos condóminos quanto à eficiência energética dos edifícios”.

Quando foi auscultada pelo Fundo Ambiental para a preparação de um Aviso para financiamento a condomínios, para obras de conservação em fachadas e coberturas, que proporcionem ganhos energéticos, a APEGAC sugeriu que prazo para o termo das candidaturas seja adiando por um ano.

“[O aviso] tinha a data de termo prevista para setembro ou outubro de 2023 e uma das nossas recomendações foi o de passar o termo para o mesmo período do ano seguinte, precisamente pela dificuldade de encontrar empreiteiros disponíveis para curto ou médio prazo”, afirmou.

A par da falta de mão de obra e do impacto que esta tem nos prazos de resposta, Vítor Amaral aponta também a subida, nalguns casos “exponencial” do preço de alguns materiais que já vinha a sentir-se desde o ano passado, mas que se acentuou de forma significativa com a guerra na Ucrânia e que teve como “consequência o adiamento de algumas obras e a revisão e preços”.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em maio, o índice de custos de construção de habitação nova registou um aumento de 13,5%, em termos homólogos, sendo esta evolução das variações homólogas de 18,7% no índice relativo à componente de materiais e de 6,1% no índice relativo à componente de mão de obra.

A mesma informação indica que entre os materiais que mais contribuíram para esta evolução estiveram os produtos cerâmicos, com crescimentos homólogos acima dos 70%, seguidos dos aços, gasóleo, obras de carpintaria e aglomerados e ladrilhos de cortiça, que apresentaram crescimentos homólogos acima dos 30%.

O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Reis Campos, referiu à Lusa que o período difícil observado, sobretudo, nos meses de março, abril e maio em relação à subida do preço dos materiais e no atraso na entrega destes, “afetou os compromissos as empresas no cumprimento dos prazos”.

“Houve muita falta de materiais, muitos deles de acabamentos, e naturalmente atrasaram alguns trabalhos”, referiu, salientando que a legislação, entretanto, publicada sobre a revisão dos preços (que apesar de dirigida às empreitadas publicas acabou também por sensibilizar os particulares para esta questão) e alguma estabilização nos preços dos materiais, faz antever que o segundo semestre deste ano corra melhor e que haja mais condições para se verificar uma “normalização”.

A ajudar nesta situação estão também algumas soluções que estão a ser agilizadas como acordos com outros países – no sentido de dar resposta à falta de mão de obra.

Na empresa Melom, especializada na remodelação de imóveis, a procura por este tipo de trabalhos tem vindo a crescer desde o primeiro confinamento, sendo que neste momento a empresa já está 30% acima do seu “melhor ano de sempre” que tinha sido em 2019.

Porém, adiantou à Lusa João Carvalho, cofundador da Melom, a falta de mão de obra especializada e alguns problemas no fornecimento de matéria-prima têm contribuído para uma “ideia generalizada no consumidor” de que é “muito difícil e penoso” fazer-se obras em casa.

“Este facto preocupa-nos porque pode levar a um abrandamento da procura, devido a esta sensação de que fazer obras atualmente é muito mais demorado e muito mais caro”, referiu.

Apesar da maior dificuldade em fazer planeamento, a empresa continua a fazer orçamentos e realizar obras, e que os casos de recusa de obras registados se deverem “exclusivamente à falta de franchisados na zona do pedido”, acrescentou.

Ainda assim, João Carvalho refere que, com o aumento das solicitações, estão “a demorar a mais tempo a responder” aos clientes “com um orçamento”, sendo esta situação “secundada por um maior tempo de obra”.

Salientando ser difícil encontrar bons profissionais em várias especialidades – pedreiros, ladrilhadores, canalizadores ou carpinteiros – o cofundador da Melom acredita ser “mais provável” que nestes próximos meses, as empresas de obras melhorem os seus tempos de resposta mais “por decréscimo de pedidos – devido “às perspetivas económicas que se projetam” -, do que por aumento da capacidade de construir”.

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Tarifa social de internet com 750 pedidos apesar de servir a 780 mil famílias

  • ECO
  • 31 Julho 2022

Regulador das comunicações culpa fidelizações das operadoras pela fraca adesão ao serviço, que entrou em vigor a 21 de fevereiro.

Disponível a partir de 21 de fevereiro, a tarifa social de internet pretendia beneficiar até 780 mil famílias. No entanto, mais de cinco meses depois, apenas deram entrada 750 pedidos, dos quais 450 eram elegíveis para a medida. O regulador das comunicações (Anacom) culpa as operadoras pela fraca adesão, refere o Dinheiro Vivo deste domingo.

“As restrições associadas às fidelizações das ofertas comerciais de comunicações eletrónicas dificultam a adesão de potenciais beneficiários”, refere fonte oficial da Anacom. Quem quiser mudar para a tarifa social de internet mas ainda estiver sob período de fidelização não pode mudar de serviço, sob pena de pagar uma penalização.

Em maio, no Parlamento secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, já tinha admitido que a tarifa social de internet não estava a ter a adesão pretendida.

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Governo garante cumprimento de acordos ibéricos para caudais do Tejo

  • Lusa
  • 30 Julho 2022

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a sua congénere espanhola têm vindo a “monitorizar permanentemente” os caudais no rio Tejo, garante secretário da Conservação da Natureza.

O secretário de Estado João Paulo Catarino disse neste sábado não ver razão para a questão dos caudais do Tejo ser o “tema principal” da Cimeira Ibérica, já que os acordos com Espanha “têm vindo a ser cumpridos”.

Em declarações aos jornalistas, em Abrantes, à margem de uma reunião com autarcas de região do Médio Tejo, o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, afirmou que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a sua congénere espanhola têm vindo a “monitorizar permanentemente” os caudais no rio Tejo e que essa relação “tem sido muito positiva”.

“A questão dos caudais pode sempre estar em cima da mesa [na próxima Cimeira Ibérica, no outono] mas, até agora, eles têm vindo a ser cumpridos e não há razão para que seja o tema principal da Cimeira”, frisou João Paulo Catarino, questionado nesse sentido.

O governante notou, por outro lado, que no troço entre a fronteira espanhola até Constância, onde desagua o rio Zêzere, afluente da margem direita do Tejo, “mais de 70% da água provém de Espanha”.

“Há, aliás, a convenção de Albufeira que diz quais são os caudais que temos de ter anualmente, trimestralmente e semanalmente. E, diariamente, tem vindo a ser articulado entre a APA e a sua congénere espanhola para que esses caudais sejam retomados, estamos a fazer um esforço, tem havido um forte diálogo nesse sentido”, reafirmou.

Os espanhóis, enfatizou, que “têm tido juízo” na questão dos caudais que chegam a território nacional, também estão a viver uma situação de seca extrema no seu território, com “teores hidrológicos” na bacia do Tejo “piores” do que os registados em Portugal.

Sobre a reunião de trabalho que juntou o Governo, a APA e representantes de autarquias da região hidrográfica do Tejo, João Paulo Catarino não adiantou grandes pormenores, embora explicando que o encontro aconteceu “no contexto de seca” para fazer “um ponto de situação” das medidas que o executivo pôs em prática a partir de fevereiro e que foram solicitadas “medidas estruturais”.

“Quando, na altura, a seca ainda não era percetível para a generalidade dos portugueses, o Governo, atendendo aos indicadores, começou a tomar medidas, no princípio de guardarmos água e da eficiência hídrica. Isso levou também a que os autarcas tenham tomado medidas nesse sentido e estamos completamente alinhados”, garantiu João Paulo Catarino.

O secretário de Estado admitiu, porém, que os meses de agosto e setembro “preocupam o Governo” até por não haver indicação de quando termina o período de seca.

João Paulo Catarino revelou, por outro lado, que nos últimos 20 anos, a água disponível na bacia hidrográfica do Tejo diminuiu 20%, sendo expectável que, nos próximos 20 anos, possa reduzir 20% a 30%, enfatizando a necessidade de medidas estruturais para armazenar água, como as já anunciadas pelo Governo e que estão em estudo.

O secretário de Estado nomeou, em concreto, a construção de um túnel entre o rio Zêzere e o rio Tejo, até uma zona mais a montante de Constância, junto a Belver e também “um melhor aproveitamento” do rio Ocreza, eventualmente com a construção de uma nova barragem “de raiz”, a juntar à já existente da Pracana, ou aumentar esta.

“O rio Ocreza é aquele que tem condições mais perto da fronteira com Espanha de armazenar mais água do que tem armazenado, tem apenas a barragem da Pracana, que tem uma capacidade relativamente baixa”, disse.

Os estudos em curso, frisou João Paulo Catarino, deverão levar à apresentação de soluções “em setembro ou até final do ano”.

Quanto ao financiamento destas medidas estruturais, o secretário de Estado explicou que poderão estar ligadas à nova concessão da barragem do Cabril, no rio Zêzere, cuja atual concessão termina a 31 de dezembro.

“E foi tudo isto que foi dado nota aos presidentes de Câmara, para lhes dizer que estamos a trabalhar nas medidas conjunturais, mas também nas estruturais”, alegou.

Questionado especificamente sobre a barragem do Cabril e sobre os que defendem a sua utilização para ajudar a regularizar os caudais no Tejo, João Paulo Catarino voltou a remeter para a nova concessão: “o contrato de concessão vai ser feito nesses moldes [utilizada para ajudar a regularizar caudais no Tejo] e tendo consciência desta necessidade que temos, ou seja, a partir de 31 de dezembro, isso é possível”, afirmou.

O governante lembrou ainda que a Barragem do Cabril “foi das que esteve condicionada à produção de energia a partir de fevereiro” e que, atualmente, “tem a água que é possível ter”.

“Não está ainda em período crítico. Se está ainda a produzir energia, há uma cota abaixo da qual não é permitido e que será fechada. Se estiver a produzir energia, é porque está a garantir o caudal ecológico que todas as barragens têm de garantir”, argumentou.

Nas declarações aos jornalistas, o secretário de Estado voltou a afastar a possibilidade do Governo limitar a utilização de água para consumo humano.

“Não é uma possibilidade, para já não há qualquer restrição à utilização da água para consumo humano. Aliás, o Governo tem vindo a garantir que está garantido para os próximos dois anos o consumo humano, por isso, essa não é uma possibilidade”, afirmou.

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Lidera uma empresa? O que pode aprender com o ‘caso Prozis’

Num mês foram escritas quase 400 notícias sobre a Prozis. Se se tratou de uma estratégia de marketing, foi bem conseguida? Seis especialistas dão a resposta e apontam caminhos para a comunicação.

Falem bem ou mal, mas falem. Para quem defende como boa esta máxima, a declaração e posterior gestão de danos levada a cabo por Miguel Milhão é um caso de sucesso. Ora vamos recuar um mês. O agora ‘célebre’ fundador e dono da empresa de nutrição desportiva Prozis fez uma publicação a 26 de junho, no LinkedIn, na qual dizia, a propósito da revogação do direito constitucional à interrupção voluntária da gravidez nos EUA, que “os bebés por nascer recuperaram os seus direitos”. Estava instalada a polémica, inclusive entre os embaixadores da marca, alguns dos quais a anunciarem que deixariam de a representar. Dois dias depois, o fundador da Prozis utilizou o podcast “Conversas do Karalho” para responder aos críticos e reforçar a sua posição. Por último, a 1 de julho, leu uma carta no Negócios TV, na qual explicava as ações dos dias anteriores.

“A Prozis teve publicidade como nunca na sua história. E de graça. Com toda a humildade, acho que merecia um prémio de marketing. Eu calculo que o valor de publicidade conseguida esteja acima dos 10 milhões de euros. (…) Consegui fazer com que os zombies trabalhassem para mim, simplesmente porque eles não pensam”, afirmou o empresário, explicando como tinha transformado “uma situação terrível numa situação benéfica para mim, para a Prozis e para todos os portugueses”. Como “ao fim ao cabo, os zombies não são muito inteligentes e são fáceis de manipular, porque todos agem da mesma forma”, prosseguiu o fundador da Prozis, Miguel Milhão traçou então como objetivo “aproveitar e fazer publicidade”, potenciando a polémica que teve início com a publicação do post. De acordo com o fundador da Prozis, a empresa estava a crescer 20% em relação a 2021 e mantinha esse crescimento.

Contactado pelo ECO, Miguel Milhão remeteu para Jorge Silva, CEO da Prozis, comentários sobre as vendas. E, se em junho estariam a crescer 20%, como afirmou na altura o fundador da empresa, Jorge Silva diz que agora o crescimento se situa em 35%, na comparação com o período homólogo de 2021. “Nos 30 dias anteriores ao evento estávamos com um crescimento de cerca de 20% e nos 25 dias a seguir ao evento mantivemos esse crescimento. Nos últimos dias temos tido um crescimento de 35%”, descreve o responsável, referindo-se apenas a Portugal, mercado que representa, segundo explica, 12% do volume de vendas da Prozis. O aumento das vendas, prossegue, pode estar relacionado com o facto de terem começado a trabalhar com a marca “algumas novas produtoras e afiliadas, que estão a ter muito bom desempenho”. Sobre o episódio, ou o seu impacto no negócio, Jorge Silva diz sentir que “não teve impacto negativo. Sinto que talvez tenha tido algum impacto positivo que se começou a revelar agora“, isto porque “na altura do evento acabamos por ter mais registos de novos clientes do que o habitual”. Sobre a polémica em si, Jorge Silva prefere não fazer comentários. “Não queria descrever porque não tem nada a ver com a Prozis. É uma opinião pessoal do Miguel (Milhão)”, diz.

O certo é que entre 27 de junho e 25 de julho, de acordo com a análise que a Cision fez a pedido do ECO, foram publicadas 396 notícias sobre o tema. Dessas, uma foi em rádio, 17 passaram em televisão, 41 em imprensa e 337 no online. A grande maioria das notícias são negativas para a marca Prozis, continua a Cision, que também avaliou a mancha ocupada pelas mais de três centenas de notícias.

O valor do espaço editorial preenchido por estas notícias, se estivéssemos a falar de publicidade, estaria avaliado, a preços de tabela, em 3,5 milhões de euros. Não chega aos 10 milhões, mas não deixa de ser uma quantia assinalável.

Merece o fundador da Prozis um prémio de marketing? “Muitos líderes empresariais escolhem a excentricidade e a polémica como instrumento de marketing (em algumas indústrias vivem mesmo dela, como no futebol). É uma opção. Creio que não há regras gerais, mas seguramente há atividades que suportam esta abordagem, outras não”, diz Vítor Cunha, administrador da agência de comunicação JLM&Associados, lembrando que seguramente aumentou a notoriedade da marca, mas não tendo dados oficiais sobre vendas e não se sabendo se perturbou a reputação.

Uma estratégia de marketing visa reforçar positivamente uma marca, a sua reputação e credibilidade. Ora, para além de uma afirmação de um empresário que “faz tudo pela experimentação” como o próprio veio referiu, dificilmente vejo mais que um conjunto de táticas reativas. Por outro lado, o sucesso de uma estratégia está intimamente ligado aos objetivos propostos ab initio… algo que também não descortino. Fiquemos então pelos objetivos mais gerais: reputação e credibilidade da marca. Foram elas reforçadas? Não”, defende por seu turno Rita Serrabulho, CEO e sócia fundadora da consultora de comunicação AMP Associates.

“Em primeiro lugar quero deixar claro que sou 100% a favor da liberdade de expressão. Essa liberdade não pode ser posta em causa por ninguém, nem mesmo pelo bando de pseudo influenciadores que se enfureceram com o senhor”, começa por referir Salvador da Cunha, CEO da Lift. Feita a ressalva, “considero que foi tudo uma trapalhice. Não houve qualquer estratégia. A marca não beneficiou em nada com o caso e o senhor Miguel Milhão pelo contrário. Até podia ter sido um caso de ativismo de marca por uma causa. Mas se foi, foi mal planeado, mal-executado e mal gerido à posteriori”, continua o fundador da agência de comunicação.

“Foi pior a emenda que o soneto. Desde o início o empresário assumiu ser uma opinião própria, publicada numa rede social, defendendo o direito à vida. Depois confessou que não esperava tanto alarido. E reforçou os valores em que acredita. Depois assumiu, de forma bizarra, que incendiou comentários dos zombies, que o atacavam ou cancelavam, como uma estratégia de marketing que gerou 10 milhões em earned media. Não fica bem na fotografia assumir isso, como benefício, ainda que tenha tido prazer em incendiar milhares de pessoas que pensam de forma diferente e que assim o manifestaram”, resume José Franco, fundador e CEO da Corpcom, lembrando que “há uma linha ética que deveria ser traçada por qualquer gestor responsável”.

Lições a tirar do ‘caso Prozis’

Passado um mês, o episódio protagonizado pelo fundador da marca de suplementos de nutrição desportiva serve de mote para reflexão sobre a importância que a comunicação assume, ou devia assumir, nas lideranças. Exemplos não faltam, no mau e no bom sentido, e os seis especialistas ouvidos pelo ECO são unânimes em afirmar que a forma como o líder comunica pode ter impacto no negócio. “Veja-se o caso de Bruno de Carvalho no Sporting. Ou Steve Jobs na Apple. Ou Alexandre Soares dos Santos ou Elon Musk. Um líder muito presente e vocal, livre, pode gerar simpatia/antipatia pela sua frontalidade. Essa perceção primária afasta-nos ou aproxima-nos das marcas e isso tem impacte potencial nas vendas, na reputação e também na relação com outras partes relacionadas”, diz Vítor Cunha.

Mais. “Um dos estudos publicados pelo Reputation Circle atesta que a forma como os líderes se comportam e como comunicam tem um peso que pode alcançar os 45% no score de reputação da marca. Pode ser a diferença entre uma reputação muito robusta ou débil. É uma correlação demasiado forte para não ser tida em conta. E, como se sabe, a correlação entre reputação e os resultados da empresa é muito grande”, acrescenta Salvador da Cunha.

Uma opinião partilhada por Tiago Vidal, sócio e diretor geral da LLYC, para quem a democratização proporcionada pelos canais digitais faz com que a importância da comunicação para a marca se alargue a todos os colaboradores. “Os líderes de uma empresa são parte do seu ativo reputacional e podem impactar o negócio positiva ou negativamente, conforme comunicam. No mundo atual, com a possibilidade de cada um de nós ser um líder de opinião através dos canais digitais, a liderança da comunicação da marca já não está apenas nos líderes formais das empresas, no conselho de administração, mas em todos os colaboradores de uma organização”, acrescenta.

As redes sociais são, por excelência, um canal onde a opinião pode ser exponenciada, mas também dar lugar a um incêndio incontornável. É óbvio que um líder, ou personalidade pública, tem que fazer essa gestão, e ter bom senso.

Então, quando um comentário pessoal pode impactar o negócio, até que ponto deve ser feita a gestão de comentários, opiniões e exposição nas redes sociais?

“De forma profissional, com objetivos e uma estratégia definida”, defende Maria Domingas Carvalhosa, CEO e fundadora da Wisdom Consulting. “As redes sociais são, por excelência, um canal onde a opinião pode ser exponenciada, mas também dar lugar a um incêndio incontornável. É óbvio que um líder, ou personalidade pública, tem que fazer essa gestão e ter bom senso. Conheço muitos executivos que os entregam a profissionais, é o que faz sentido a partir de determinada dimensão pública, assim como conselheiros em estratégia de thought leadership. Um bom líder deve saber ouvir, ainda que possa não concordar com o que ouve”, prossegue José Franco, que, a título de curiosidade, apresenta na sua carteira de clientes o Facebook.

Prudência e bom senso parecem ser as palavras de ordem. “Do meu ponto de vista e de forma a salvaguardar o propósito e a missão das empresas e organizações que representam, líderes e altos responsáveis devem abster-se de serem muito expressivos em questões polémicas nestas plataformas, uma vez que a ‘colagem’ aos projetos que lideram pode ser incontornável e incontrolável. Não é que estas pessoas como cidadãos não tenham o direito de se expressar livremente sobre qualquer tema, mas é preciso ter a consciência que face às suas responsabilidades este risco de dano colateral é real”, recomenda Rita Serrabulho.

Auto censura não rima com liberdade. Bem sei que há limites estéticos, bom senso e bom gosto, mas ninguém deve deixar de dizer o que pensa por medo. Outra coisa é o excesso de exposição pessoal, de partilha de intimidades, amores ou pratos de sushi: é desagradável”, comenta por seu turno Vítor Cunha.

Erros a evitar

E qual é o pior erro, em termos de comunicação, que o responsável de uma empresa pode cometer? E o mais frequente? “Mentir” é apontado pela maioria dos profissionais ouvidos pelo ECO como um erro que pode ser fatal. Mas há outros. Desde logo, responde Maria Domingas Carvalhosa, “pensar que a não comunicação não é uma forma de comunicação ou, pelo contrário, sentir que é um comunicador auto suficiente”.

Depois, acrescenta José Franco, “é começar por não saber separar o líder de negócio da pessoa. Todos temos direito a ter uma opinião, seja ela política, religião, futebol e de tantas outras áreas, mas tem que existir bom senso sobre a suscetibilidades dos outros. Outro erro é a incoerência. Um líder tem que ser um exemplo para dentro e depois para fora. A partir daí pode definir uma estratégia de thought leadership, por forma a atrair stakeholders e comunicar com eles. Ou até criar uma ‘persona’, que resuma uma série de características inatas. Se estamos perante um líder (empresarial ou noutra área, cultural, desporto, e até político) espera-se que o mesmo possa dar opiniões sobre temas centrais da sociedade. Mas deve ser gerido com bom senso, não tendo necessariamente de ser politicamente correto ou alinhado com o establishment”, prossegue.

Auto censura não rima com liberdade. Bem sei que há limites estéticos, bom senso e bom gosto, mas ninguém deve deixar de dizer o que pensa por medo. Outra coisa é o excesso de exposição pessoal, de partilha de intimidades, amores ou pratos de sushi: é desagradável

“Falar demais sobre temas que ainda exijam recato, o não falar ou ter uma comunicação muito distante das pessoas que lideram e/ou stakeholders, o falar sobre todas as temáticas (mesmo as que não dominam), a sobre-exposição com consequente desgaste de imagem e notoriedade”, acrescenta ainda Rita Serrabulho.

Outro perigo, e frequente, “será, ao querer ser autêntico e transparente, o líder de uma empresa comunicar o que não deve ser comunicado naquele momento”, aponta Tiago Vidal. E se o pior erro em termos de comunicação “é o erro que mais compromete e sua reputação: um banqueiro ladrão, um padre pedófilo, um bloquista especulador”, enumera Salvador da Cunha, o mais comum é “a arrogância, a vaidade e o sentimento de impunidade associada ao cargo. A vaidade é das poucas coisas que tolda a inteligência de um líder”, constata o fundador da Lift. Por último, resume Vítor Cunha, “o pior erro é menosprezar a possibilidade do erro, entregar o destino à sorte: ou seja, ser pouco profissional”.

E quando o contexto é particularmente desafiante, há cuidados acrescidos a ter? Vivemos quase dois anos em pandemia, há uma guerra na Europa, a inflação é a mais elevada dos últimos 20 anos, o clima de confiança não é animador. Em termos de comunicação, o que é que se espera de um líder nestas circunstâncias?

“Que aposte na comunicação interna para motivar as suas ‘tropas’ e na comunicação externa para envolver os seus stakeholders”, aconselha Maria Domingas Carvalhosa. “Uma comunicação mais próxima, mais frequente e mais clara junto das suas equipas e stakeholders, para que haja um conhecimento objetivo daquela que é a realidade com que podem contar. Dar esta segurança e este “mapa” às pessoas importa, não apenas para contrariar a queda da confiança mas para que cada uma possa entender qual pode ser o seu melhor contributo para ultrapassar o cenário de crise”, acrescenta Rita Serrabulho.

Confiança, transparência, autenticidade, consistência e proximidade. Em tempos de incerteza espera-se que um líder seja um aglutinador em torno de ações que aumentem a resiliência e a energia das suas equipas para perseguirem objetivos comuns”, advoga o sócio e diretor geral da LLYC.

Uma comunicação mais próxima, mais frequente e mais clara junto das suas equipas e stakeholders, para que haja um conhecimento objetivo daquela que é a realidade com que podem contar. Dar esta segurança e este “mapa” às pessoas importa, não apenas para contrariar a queda da confiança mas para que cada uma possa entender qual pode ser o seu melhor contributo para ultrapassar o cenário de crise

“Que se informe bem, que não entre em pânico e não deixe que as nuvens cinzentas o impeçam de ver o arco-íris do outro lado do vale verde. Dito de outra forma: prepare-se para o pior, mas não perca o rumo, não desista. Vamos ouvir nos próximos tempos os cânticos das serpentes russas a convocar o frio e a inflação; vão querer apostar nas nossas divisões, vão querer espalhar o medo. Os líderes empresariais, políticos, líderes de opinião, terão que contrariar os répteis e pensar – sempre – que a melhor solução raramente é a mais fácil”, aconselha o administrador da JLM&Associados.

 

Seis recomendações

"Pensar duas vezes antes de abrir a boca ou escrever um post e, num terceiro momento, avaliar e antecipar eventuais consequências. E ter um plano para responder a um expectável fogo cruzado.”

José Franco

"Levem a questão da comunicação a sério.”

Maria Domingas Carvalhosa

"Autenticidade e objetividade. Por mais difícil que seja a mensagem ou o anúncio, esta será sempre mais bem acolhida se for sentida e entendida pelos interlocutores como sincera, clara e credível. Tudo o resto deixará sempre a dúvida.”

Rita Serrabulho

"Neste caso, a minha recomendação seria “fazer-se de morto” do ponto de vista público.”

Salvador da Cunha

"Oiça especialistas sobre os temas estratégicos para a sua organização para criar valor e minimizar riscos.”

Tiago Vidal

"Não aceite recomendações gratuitas, mesmo se lidas no ECO.”

Vítor Cunha

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Empresa letã revela que está a comprar gás à Rússia mas não à Gazprom

  • Lusa
  • 30 Julho 2022

A revelação causou algum alvoroço no país, já que no mês de abril o Governo anunciou a suspensão das importações de gás natural vindo da Rússia.

A empresa de gás letã Latvijas Gaze (LG) foi criticada neste sábado na Letónia por ter revelado que está a comprar gás à Rússia, mas a uma empresa que não é a Gazprom.

O consórcio russo Gazprom anunciou hoje a suspensão imediata do fornecimento de gás à Letónia, alegando a violação das condições de abastecimento.

“Hoje a Gazprom suspendeu o fornecimento de gás à Letónia […] devido à violação das condições de abastecimento”, disse a empresa em comunicado.

Na sexta-feira, o presidente da administração da LG, Aigars Kalvitis, afirmou que a empresa estava a “comprar gás a outros fornecedores, pagando em euros conforme o exigido pelo quadro normativo em vigor na Letónia”.

Além disso, afirmou em comunicado que os negócios com a Gazprom “não estão a realizar-se”, pois “não é possível” fazer pagamentos em rublos, conforme o exigido pela Rússia.

Na nota divulgada destaca ainda que a LG “não é a única importadora de gás natural da região do Báltico que está a comprar e a receber gás natural da Rússia”, o que indicia, segundo os meios de comunicação social locais que a empresa está a obter o gás através de um intermediário.

“De acordo com as alterações da Lei de Energia em vigor a partir de 28.07.2022, o fornecimento de gás natural da Rússia será proibido em 01.01.2023. Até essa data, o fornecimento é permitido”, lê-se no comunicado da LG.

A revelação feita pela LG causou algum alvoroço no país, já que no mês de abril o Governo anunciou a suspensão das importações de gás natural vindo da Rússia.

Por seu turno, na sexta-feira, o Serviço de Segurança do Estado da Letónia declarou aos mídia locais que está “consciente” da atual situação, apesar de se ter recusado a adiantar mais pormenores acerca do assunto.

O governo letão também não reagiu ao anúncio da Gazprom de que suspenderia o fornecimento de gás ao este país báltico por motivos de quebra de contrato.

Nos últimos meses, a Letónia preparou-se, contudo, para esta eventualidade e o operador da rede de gás natural, Conexus Baltic Grid, armazenou gás num reservatório subterrâneo e importou gás natural liquefeito (GNL) de um terminal no porto de Klaipeda (oeste do país).

A Gazprom detém 34% do capital da LG, o que faz dela o seu principal acionista, detendo uma posição superior à da empresa luxemburguesa Marguerite Gas II SARL (28,29%) e à da alemã Unper Ruhrgas International GmbH (18,26%).

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Tripulantes da TAP podem não cumprir obrigação de ir para novo voo após cancelamento

  • Lusa
  • 30 Julho 2022

Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) apresentou uma deliberação para que aplicação de um serviço de voo repartido e de um serviço de assistência, sejam planeadas.

Os tripulantes da TAP aprovaram uma moção que determina que não são obrigados a respeitar a decisão da TAP para que, após um cancelamento, possam ser chamados, “de imediato”, para outro voo.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) realizou, esta sexta-feira, uma assembleia-geral de emergência, sendo que o primeiro ponto a votação tem, sobretudo, a ver com uma decisão da TAP, que determina que, após um cancelamento, o tripulante possa ser chamado para outro voo, o que poderá acontecer mais cedo do que estava previsto.

A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) apresentou uma deliberação, na qual se pode ler que “quer a aplicação de um serviço de voo repartido, quer a aplicação de um serviço de assistência, têm que ser objeto de planeamento e naturalmente, respeitar esse mesmo planeamento”.

Face a isto, os tripulantes da TAP decidiram “manifestar a sua concordância” com a postura do SNPVAC, que exige o cumprimento da interpretação da ANAC, segundo o documento a que a Lusa teve acesso.

Por outro lado, vão “manifestar a sua vontade individual e coletiva, de cumprir a interpretação legislativa da ANAC, não entrando assim em desobediência quanto às diretrizes emanadas da autoridade reguladora do setor da aviação em Portugal”.

Os pilotos vão ainda confiar à direção do sindicato o pedido de marcação de uma nova assembleia-geral de emergência, “caso existam denúncias de incumprimento ou instauração de processos disciplinares por parte da TAP relativamente à interpretação legislativa da ANAC”.

Esta reunião servirá para adotar “novas medidas de proteção” para os tripulantes de cabine.

A moção, aprovada com 172 votos a favor, cinco contra e duas abstenções, refer que a companhia aérea já tinha sido informada desta interpretação da ANAC pelo sindicato e que até à data nada tinha mudado.

Sobre a deliberação da ANAC, a TAP defende que não é vinculativa.

Para a estrutura sindical e os tripulantes, aquela interpretação sobrepõe-se a “meras interpretações circunstanciais” da companhia.

“[…] Todos os tripulantes respeitam a Autoridade Nacional da Aviação Civil e não pretendem responder por desobediência à mesma”, sublinharam.

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Vila Real de Santo António prevê investimento de 101 milhões na Estratégia Local de Habitação

  • Lusa
  • 30 Julho 2022

"Estamos a falar de mais de 800 agregados familiares, mais de 2.000 pessoas atingidas por estas medidas", salientou presidente do município algarvio.

A Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António aprovou a Estratégia Local de Habitação (ELH), que prevê cerca de 101 milhões de euros para apoiar mais de 812 agregados familiares, disse neste sábado o presidente da Câmara.

“Estamos a falar de mais de 800 agregados familiares, mais de 2.000 pessoas atingidas por estas medidas, por esta estratégia, e estamos a falar de um investimento que ronda os 100 milhões de euros, financiado em 100% pelo PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”, através do programa 1.º Direito, quantificou o presidente do município, Álvaro Araújo, em declarações à agência Lusa.

Para o autarca, a aprovação do documento na Assembleia Municipal (AM), na passada sexta-feira, representou “um dia histórico” para Vila Real de Santo António, que, “após anos de espera”, viu “a ELH aprovada, por unanimidade”, abrindo caminho para a sua aprovação pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e a posterior assinatura do contrato entre as duas partes e a secretaria de Estado da Habitação.

Álvaro Araújo (PS) destacou “o trabalho de campo” realizado desde novembro pela empresa FNWay e pela divisão de saúde e intervenção social do município para determinar as necessidades habitacionais e o número de pessoas abrangidas, que estabeleceu como “principal prioridade a recuperação dos bairros sociais”.

“E quando se fala em bairros sociais fala-se em todos os aglomerados de Vila Real de Santo António, quer sejam casas do município, quer sejam casas de particulares. São casas que estão em más condições há muitos anos e a principal prioridade será a sua recuperação”, acrescentou o presidente do município do distrito de Faro.

Álvaro Araújo disse que a autarquia vai também “resolver um problema” que existia com “prédios construídos em terrenos do município a custos controlados pela Unifaro, que entrou em insolvência e os bancos acabaram por executar e ficar com os prédios”.

“Os bancos, por sua vez, venderam a fundos imobiliários e estes, por sua vez, já estavam a despejar pessoas dos apartamentos para vender como segunda habitação. Falou-se com IHRU, fez-se avaliação dessas casas, percebeu-se que os valores previstos pelo IHRU davam resposta às exigências dessas entidades”, esclareceu, acrescentando que são cerca de sete dezenas habitações nas quais “as pessoas vão poder continuar sem voltar a ser mais perturbadas”.

O autarca adiantou que a ELH vai “na próxima semana para o IHRU para ser validada” para “depois se poder assinar o acordo final” com o instituto e a secretaria de Estado da Habitação.

“É uma data histórica, contamos aplicar todo o dinheiro que está aqui envolvido, porque temos que o fazer até meados de 2026”, advertiu, frisando que se tratam de “fundos apoiados a 100%” e que “um município que tem um passivo de 182 milhões de euros [como o de Vila Real de Santo António] não tem condições para disponibilizar quaisquer verbas para este fim e tem de agarrar ao que existe”.

De acordo com o documento da ELH aprovado na AM, a que a Lusa teve acesso, em causa está um total de 812 agregados (com 2.121 pessoas), 76 dos quais (227 pessoas) na freguesia de Monte Gordo, 71 (136 pessoas) na freguesia de Vila Nova de Cacela e 665 (1.758 pessoas) em Vila Real de Santo António.

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Rússia culpa Zelensky e EUA pela morte de 50 prisioneiros ucranianos

  • Lusa
  • 30 Julho 2022

A Rússia e os separatistas pró russos dizem que o ataque contra a prisão, na localidade de Yelenovka, foi perpetrado com mísseis HIMARS, fornecidos pelos EUA ao exército ucraniano.

A Rússia responsabilizou neste sábado o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e os Estados Unidos da América (EUA) por o ataque contra uma prisão em Donetsk, onde morreram 50 prisioneiros ucranianos, segundo o Ministério da Defesa russo.

“Toda a responsabilidade política e moral pelo sangrento massacre contra os ucranianos recai pessoalmente sobre Zelensky, seu regime criminoso e quem o apoia, Washington”, regista o comunicado militar.

A Rússia e os separatistas pró russos dizem que o ataque contra a prisão, na localidade de Yelenovka, foi perpetrado com mísseis HIMARS, fornecidos pelos EUA ao exército ucraniano.

O porta-voz da Defesa russa, Igor Konashénkov, confirmou hoje a morte de 50 dos 193 prisioneiros ucranianos que se encontravam no estabelecimento.

“Os restos mortais de 48 militares ucranianos foram encontrados e recuperados entre os escombros. Outros dois soldados ucranianos, gravemente feridos, morreram a caminho do hospital”, precisou.

O porta-voz contou ainda 73 feridos que tiveram de ser hospitalizados com ferimentos graves.

O Ministério da Defesa russo publicou também uma lista com a identidade dos 123 ucranianos, mortos e feridos, cujas idades estão compreendidas entre os 20 e os 49 anos.

Por seu lado, a Ucrânia pediu à ONU e ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) que enviem uma missão a Donetsk para investigar o ataque.

“O bombardeamento é um ato cínico de terrorismo por parte da Federação Russa, uma provocação militar e uma clássica operação de falsa bandeira com o propósito de ocultar crimes de guerra, desacreditar as forças armadas ucranianas e incrementar as tensões na sociedade ucraniana”, afirma num comunicado o Exército, o Ministério da Defesa, os Serviços de Segurança e a defensora do povo ucraniano.

A nota nega, mais uma vez, que Kiev esteja por de trás do ataque a Yelenovka (também conhecida como Olenivka, em ucraniano) e que o exército ucraniano disponha de “equipamento suficiente” para “identificar os seus alvos” com precisão, argumenta.

O facto de os prisioneiros terem sido transferidos para as instalações dessa localidade pouco antes do ataque, assim como a ausência de hostilidades nesse local, demonstram que se trata de uma eliminação premeditada, acrescenta o comunicado.

Os serviços de inteligência da Ucrânia responsabilizam o ataque a mercenários da companhia militar privada Wagner, que poucos dias antes tomaram uma central elétrica em Conetsk.

Os separatistas pró russos acusaram, esta sexta-feira, Kiev de atacar a prisão em que se encontravam outros prisioneiros membros do batalhão ultranacionalista Azov, para incutir medo aos seus soldados e evitar que se deixem capturar.

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Cerca de 5.000 maquinistas em greve no Reino Unido

  • Lusa
  • 30 Julho 2022

Greve pode repetir-se em 13 de agosto se não houver acordo. Trabalhadores exigem aumentos salariais e melhores condições de trabalho.

Cerca de 5.000 maquinistas de sete empresas ferroviárias estão neste sábado em greve no Reino Unido para exigirem aumentos salariais e melhores condições de trabalho à semelhança de outras greves realizadas ao longo do mês por outros profissionais das empresas.

A greve de hoje, que se pode repetir em 13 de agosto se não houver acordo, foi convocada pelo sindicato Aslef, que representa os maquinistas. Na última quarta-feira, cerca de 40.000 funcionários da rede ferroviária estatal e de outras 14 empresas fizeram greve organizada pela RMT.

No Reino Unido o serviço de comboios é privatizado e operado por várias empresas em franquias e concessões, enquanto a Network Rail mantém as linhas e algumas infraestruturas.

A paralisação de 24 horas dos maquinistas afeta os serviços em muitas zonas, principalmente na Inglaterra, e dificulta o acesso, entre outros eventos, aos Jogos da Commonwealth, que se realizam em Birmingham, no centro.

As relações entre o Governo – que não negoceia, mas influencia no que as empresas podem fazer – e os sindicatos pioraram depois do secretário-geral do Aslef, Mick Whelan, ter acusado hoje o ministro dos transportes, Grant Shapps, de “mentir” sobre a evolução das negociações.

Grant Shapps condenou repetidamente as greves e criticou, num artigo no jornal The Times, a RMT por estar a “obstruir a reforma e a Aslef a retardar as negociações”.

O presidente da associação de empresas ferroviárias Rail Delivery Group, Steve Montgomery, disse hoje, por sua vez, que os trabalhadores devem aceitar que o sistema de trabalho se modernize, sobretudo para “responder às enormes mudanças de hábitos de viagem, depois da pandemia”.

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Gazprom suspende fornecimento de gás à Letónia

  • Lusa
  • 30 Julho 2022

A decisão ocorre numa altura em que a Gazprom decidiu baixar as entregas de gás russo à Europa, através do gasoduto Nord Stream, alegando necessidade de manutenção das turbinas.

O consórcio russo Gazprom anunciou neste sábado a suspensão imediata do fornecimento de gás à Letónia, alegando a violação das condições de abastecimento.

“Hoje a Gazprom suspendeu o fornecimento de gás à Letónia […] devido à violação das condições de abastecimento”, anunciou, em comunicado, a empresa.

A decisão ocorre numa altura em que a Gazprom decidiu baixar as entregas de gás russo à Europa, através do gasoduto Nord Stream, alegando necessidade de manutenção das turbinas.

Em junho, a Rússia já tinha cortado, por duas vezes, o volume de entregas de gás, referindo que a infraestrutura não poderia funcionar normalmente, sem uma turbina que estava a ser arranjada no Canadá.

Moscovo alegava que a turbina não tinha sido devolvida face às sanções impostas pelos países ocidentais, em resposta à invasão da Ucrânia.

Desde então, tanto o Canadá como a Alemanha concordaram em devolver o equipamento à Rússia, embora a turbina ainda não tenha sido entregue.

O Ocidente acusa Moscovo de utilizar a energia como arma de retaliação às sanções adotadas.

Por sua vez, o Kremelin assegura que em causa estão problemas técnicos na infraestrutura de gás.

A Gazprom também já interrompeu o fornecimento de gás a vários países que se recusaram a pagar em rublos (moeda local).

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Von der Leyen conta com Sines para fornecer gás natural à Europa

  • ECO
  • 30 Julho 2022

Presidente da Comissão Europeia admite uso temporário do carvão para produzir energia e proteger a região dos cortes da Rússia.

A presidente da Comissão Europeia defende que Sines pode ser a porta de entrada para o gás natural na União Europeia. Ursula Von der Leyen admite que o carvão pode ser usado temporariamente para produzir energia e proteger a região dos cortes da Rússia.

“Sabemos que Portugal está a trabalhar no aumento da sua capacidade de transbordo de remessas de GNL [gás natural liquefeito], através do porto de águas profundas de Sines, para outros Estados-membros, a fim de os ajudar a garantir um aprovisionamento suficiente de gás e, ao mesmo tempo, contribuir para os esforços de poupança de eletricidade e gás à escala da UE. Isto seria verdadeiramente a solidariedade europeia em ação”, referiu Von der Leyen em entrevista publicada neste sábado no Diário de Notícias.

Sobre o uso do carvão para produzir energia, a presidente da Comissão Europeia destacou que essa solução deve ser usada de forma “temporária” e que cabe a cada país decidir isso. Ainda assim, “as energias renováveis ou as opções menos poluentes são preferíveis”.

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