Após dez anos de desafios, Portugal Ventures procura década tranquila

Sociedade de capital de risco do Estado reconhece que há crise de confiança do mercado, "que está a afetar decisões de investimento".

Quando nasceu, em 2012, a Portugal Ventures enfrentou o período mais difícil da troika. Uma década depois, a sociedade de capital de risco do Estado lida com os efeitos da guerra na Ucrânia e da elevada inflação. Mesmo assim, a entidade pública espera que a próxima década possa ser tranquila e possa dar mais apoio a novos negócios. Esta foi a principal mensagem da cerimónia do 10.º aniversário, que decorreu no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.

Estes 10 anos foram importantes e devem ser propulsores de outros 10 anos, a serem vividos com mais tranquilidade. Têm existido várias dores de crescimento” salientou a atual secretária de Estado do Turismo. Rita Marques foi presidente da Portugal Ventures nos anos de 2018 e de 2019 mas acabou por substituir o ministro da Economia, António Costa e Silva, na cerimónia desta quarta-feira.

Quando nasceu, em 2012, “Portugal não conseguia captar financiamento nacional e internacional”, atentou Teresa Fiúza, vice-presidente da sociedade de capital de risco. A Portugal Ventures “fez nascer o ecossistema empreendedor”, voltou a destacar Rita Marques. Uma década depois, a Portugal Ventures conta com 140 startups no seu portefólio e tem 261 milhões de euros sob gestão.

A Portugal Ventures nasceu da fusão de vários instrumentos de capital de risco – legalmente enquadrados em 1986 – e viveu três fases. Entre 2012 e 2014, foi o momento de “lançamento do ecossistema”, recordou o atual líder da sociedade, Rui Ferreira. Entre 2015 e 2017, na chegada da Web Summit ao país, foi a fase de “consolidação do ecossistema e crescente reconhecimento internacional de Portugal como um exemplo no apoio a startups com ambição global”. Entre 2018 e 2021, além de “colmatar falhas de mercado”, foi a etapa de “valorização de empresas investidas” e da integração no Banco Português de Fomento.

Conselho de administração da Portugal Ventures: Rui Ferreira, Teresa Fiúza e Pedro Mello Breyner.

O futuro mais imediato tem no horizonte a guerra na Ucrânia, a inflação e a necessidade de políticas económicas mais restritivas para travar a escalada de preços. O ecossistema empreendedor e o mercado e capital de risco enfrentam uma “crise de confiança, devido à grande imprevisibilidade, que está a afetar as decisões de investimento”, reconheceu Teresa Fiúza.

Para continuar a “colmatar as falhas de mercado”, a Portugal Ventures conta com uma equipa de 45 trabalhadores e deverá continuar a ser “um braço armado do Governo para promover o ecossistema empreendedor nacional”.

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