Trabalhadores do grupo Águas de Portugal exigem aumento salarial “imediato”
Os trabalhadores das empresas do grupo Águas de Portugal reivindicam um aumento salarial “imediato” de 90 euros e uma subida de 120 euros para todos em 2023.
Os trabalhadores das empresas do grupo Águas de Portugal (AdP) reclamam um aumento salarial “imediato” de 90 euros e, a partir de 2023, uma subida de 120 euros para todos os trabalhadores e um salário base de 900 euros.
Estas exigências constam de uma resolução aprovada na passada quarta-feira, durante uma concentração de dirigentes, delegados e ativistas sindicais do STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins e da Fiequimetal – Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa.
Também exigida é uma reunião, “com caráter de urgência”, com o secretário de Estado do Tesouro e o retomar do processo negocial no grupo AdP, considerando os sindicatos que “o silêncio do Governo é inaceitável perante a situação que se vive na empresa”.
“Desde abril que os representantes dos trabalhadores aguardam pelo agendamento de uma audiência com o secretário de Estado do Tesouro, cujo pedido foi reforçado em 01 de julho e, novamente, esta quarta-feira”, sustentam.
Os sindicatos alegam que “a administração do grupo AdP continua a escudar-se atrás da tutela para não dar resposta positiva ao caderno reivindicativo apresentado pelo STAL e Fiequimetal, tendo mesmo recuado no processo negocial”. Algo que consideram “inaceitável face aos graves problemas denunciados há muito pelas duas estruturas sindicais”.
Na concentração de quarta-feira, a resolução que foi votada e aprovada exige ainda o “respeito pelo direito à contratação coletiva”, um novo regime de carreiras, categorias profissionais e funções, a “urgente regulamentação e atribuição” de um suplemento de penosidade, insalubridade e risco, a estabilidade do emprego, a defesa da gestão pública e a contratação de mais trabalhadores “para assegurar um serviço público de qualidade”.
Ainda reclamado é o respeito pelas normas de segurança e saúde no trabalho, a melhoria das condições laborais, a aplicação do acordo de empresa da EPAL a todos os trabalhadores ao serviço desta empresa e um período de trabalho de sete horas diárias e 35 horas semanais no grupo AdP.
Sustentando que “em 2021 o grupo AdP lucrou 83,3 milhões de euros (+6% face ao ano anterior) e mais de 400 milhões de euros nos últimos 10 anos, o que diz bem da sua saúde financeira”, os sindicatos denunciam que a empresa “insiste em praticar uma política de estagnação salarial, numa estratégia assente no conceito de ‘milhões para os acionistas, migalhas para os trabalhadores’”.
“E – sustentam – nem a mísera atualização salarial de 0,9% imposta pelo Governo PS à administração pública este ano os trabalhadores receberam, mantendo, na sua maioria, salários ao nível do salário mínimo nacional e sem carreiras e categorias profissionais valorizadas”.
Reafirmando a sua “disponibilidade para continuarem o diálogo e a negociação”, o STAL e a Fiequimetal garantem que os trabalhadores estão “unidos e determinados em prosseguir, desenvolver e ampliar todas as formas de luta – incluindo novas greves – que se mostrem necessárias para a concretização das suas justas reivindicações”.
“Os trabalhadores do grupo AdP não podem aceitar ficar mais um ano sem verdadeiros aumentos e que a administração insista em ignorar as suas exigências e em adiar uma resposta positiva às propostas apresentadas pelo STAL e Fiequimetal”, afirmam, exigindo “que o ACT seja cumprido e que o Conselho de Administração se disponibilize para uma verdadeira negociação com vista à revisão da tabela salarial, entre outras matérias”.
Neste âmbito, os trabalhadores do grupo AdP irão participar, no sábado, nas concentrações em Lisboa e no Porto promovidas pela CGTP-IN, no âmbito do mês de ‘Mobilização e Luta’ pelo aumento dos salários e das pensões. Contactada pela Lusa, fonte oficial da AdP não fez comentários.
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