Qatar reforça extração de gás, mas não se compromete em enviar mais para a Europa

Apesar de estar a aumentar a capacidade de extração de GNL, a QatarEnergy frisa que irá cumprir com os contratos iniciais e apenas enviar para a Europa quantidades de gás com que se comprometeu.

Apesar de a QatarEnergy estar a trabalhar para expandir as suas operações de produção e comercialização de gás para fazer face ao aumento da procura a nível global, a energética árabe garante que não irá aumentar os carregamentos de gás para a Europa, comprometendo-se com os volumes contratualizados.

A garantia, dada esta terça-feira pelo CEO Saad al-Kaabi chega numa altura em que a Comissão Europeia se esforça para diversificar as suas fontes de abastecimento de gás, uma vez que o fornecimento russo encontra-se suspenso desde o início de setembro. Em causa estão as ruturas nos gasodutos do Nord Stream 1 e 2.

“O Qatar está absolutamente comprometido com a santidade dos contratos. Quando assinamos com um comprador asiático ou europeu, cumprimos esse acordo”, cita a Reuters as declarações de Kaabi, que é, também, ministro de Estado da Energia do país. “Portanto, o volume [de gás] que vai ser enviado para a Europa será aquele que ficou acordado”, frisou, descartando por completo a possibilidade de desviar gás de compradores asiáticos. “Não vai acontecer”, garantiu.

A fase dois da expansão do projeto North Field, no Qatar, inclui a construção de seis unidades de liquefação de gás natural que deverá aumentar a capacidade de extração de 77 milhões de toneladas por ano para 126 milhões de toneladas até 2017. Com este reforço da QatarEnergy, o país pretende posicionar-se como um dos mais exportadores de GNL do mundo.

Apesar de não se comprometer em aumentar os envios de gás para a Europa, o ministro da Energia considera que a Europa terá gás suficiente para enfrentar o próximo inverno. Segundo os dados da Comissão Europeia, as reservas de gás do bloco para o inverno já ultrapassaram a margem de segurança de 90% relativamente às reservas de gás necessárias para este inverno, encontrando-se atualmente nos 92%. O problema, para Kaabi, em entrevista ao Financial Times, será o próximo ano se o inverno for mais exigente.

“Neste próximo inverno, como a capacidade de armazenamento está cheia, está tudo bem. Reabastecer as reservas, ou o armazenamento, para o próximo ano, o seguinte ou até mesmo 2025, é que será o problema“, cita o Financial Times as declarações do responsável.

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